CAPÍTULO DOIS

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 QUANDO EU ERA pequena, a vovó costurou um vestido amarelo que passava de meus joelhos

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QUANDO EU ERA pequena, a vovó costurou um vestido amarelo que passava de meus joelhos. Eu caminhava com ternura enquanto erguia sua barra para evitar suja-lo nas poças que se formavam quando chovia.

E quando eu era mais nova tudo parecia maior que o normal, principalmente os canteiros de flores e as árvores que vovó plantou, que agora com meus dezessete anos já estão maior que a casa.

As borboletas e os pássaros eram minha plateia enquanto eu caminhava e rodopiava pelo quintal, com uma coroa rabiscada e cortada em uma folha de papel presa em meus cabelos, fingindo ser uma princesa de verdade.

Saúdem a princesa!, referindo a mim mesma, repeti a frase que ouvi em um filme onde a princesa era descoberta anos após de seu nascimento.

Mas ali, somente a vovó sabia quem eu era de fato.

•🦋•

Adelina me fez diversas perguntas durante a viagem para Regalia; quantos idiomas eu falo, o que eu sei sobre história, geografia e português e sobre meus interesses. Mas sequer chegou a perguntar como eu cresci sem meus pais, talvez porque não queria que eu a culpasse — Ela mesma sabia que a culpa ela dela.

— Por que nunca vieram pra cá?

— Como é? — Ela soltou a revista, olhando para mim.

— Por que nunca vieram me ver? — Reformulei minha pergunta.

Ela indagou. Pelo visto, foi pega de surpresa.

— Bom... Somos muito ocupados. Pierce mesmo já tentou, mas teve de cancelar dois dias antes. — Assenti com a cabeça, ainda não me convencendo. — E você, porquê nunca foi a Regalia? 

— A vovó nunca me falou de vocês.

— Já era de se esperar que Rose iria preferir te manter longe de nós. Ser da realeza é algo...complicado.

Arqueei as sobrancelhas, como se concordasse fortemente.

— Como você espera que eu me torne uma princesa tão rápido? — Me referi a sua palavra de antes; Devo me portar elegantemente o mais rápido possível. Dissera aquilo para me repreender por sentar de qualquer jeito na poltrona, da mesma forma a qual eu me sentava agora e recusava-me a sentar de outra maneira.

— Você vai para o Instituto Ormen, eles ensinam o melhor tipo de etiqueta. Impecável aliás. — Ela completou.

— É tipo uma escola de princesa? — Brega, imaginei, já levantando o canto dos lábios em conjunto a pergunta.

— Tem o prédio dos príncipes também. — Após dizer, voltou a atenção para a revista em suas mãos.

— É...brega. Igual nos filmes.

A princesa do jardim de borboletas Onde histórias criam vida. Descubra agora