Dois: Quebra-cabeça

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A equipe da polícia cientifica chegaram ao local da ocorrência, um estreito corredor no subúrbio de Miami, o local tinha uma estreita porta de metalão, acima escadas de aço pretas que davam acesso aos apartamentos antigos com textura de tijolos o chão estava úmido, resquícios da chuva passageira que cairá a tempos atrás. Jhonson, um dos agentes mais comprometidos empurrou o contêiner que impedia o acesso completo à porta, o restante da equipe operacional entrou e a perícia criminal logo isolou o local com fitas amarelas, para preservar a cena do crime; lanternas com feixes de luz invadiam o galpão, que cheirava a mofo e madeira molhada.

Camila se aproximou do centro do local, onde uma maca improvisada sustentava o corpo.

Jhonson puxou a corda que estava suspensa acima da maca, iluminando todo o local por meio de lâmpadas no galpão.

O corpo nu de um homem de 40 a 45 anos estava aberto pelo menos do peito até o umbigo

Camila se afastou para que o fotografo integrante da perícia fizesse seu trabalho.

O perito Shoa e os auxiliares distribuíam pequenas placas amarelas com números, em tudo que pudesse servir como evidencias ou provas futuras.

A chuva voltou a gotejar de forma tímida.

Havia muito sangue no local.

Camila aproximou-se do experiente perito asiático:

_Alguma evidencia explicita?_questionou dando outra olhada n corpo com olhar preocupante.

_Alguém queria conhecer o interior dele._brincou.

Camila o encarou seria.

_Olha, as mãos dele, tem pequenos ferimentos, nos dedos, isso significa que ele lutou pela vida, sinal evidente de autodefesa._constatou Shoa segurando os dedos do cadáver

Os médicos legais recolheram o corpo em uma gaveta branca.

Camila pov

Na saída do galpão notei que a chuva tinha apagado qualquer evidencia, pegadas ou mancha de sangue no exterior do local.

3:15 AM.

Massageava minhas têmporas sob minha mesa com as horripilantes fotos, quebradoras de apetite eu diria. Precisava instaurar um inquérito policial, para apurar a autoria do crime...

Meu telefone tocou.

Matthew logo pensei.

_Camila é a Ally. Encontrei algo que você gostaria de ver!

_Me envie por fotos Ally, ou seja la o que for, está chovendo, e não posso me deslocar agora._argumentei engolindo outro gole do amargo café sem açúcar.

_Camila lembra da mutilação do caso Lombroso?

_O corte em Frederic Lombroso em forma de peça de quebra -cabeça?

_Isso, e este aqui foi identificado como Oscar Evans, e...este aqui tem uma mutilação idêntica na nuca._informou Alisson Broke.

Em apenas segundos, meu mundo desabou.

Pensei na possibilidade de um assino em série, senti meus neurônios desafiados.

Toda culpa que a cidade e o departamento depositariam EM MIM! Caso eu não resolvesse isso logo.

_Entedeu Camila ? alô? Camila esta ai ?_perguntava Ally do outro lado da linha .

_Ally me desculpe, você tem mesmo certeza de que são realmente iguais? Me mande as fotos e as evidencias por favor.

_Certo, faltam algumas horas para o exame toxicológico ficar pronto. Te envio o laudo antes de amanhecer.

_Aguardo Ally, eu entendo as dificuldades, mas... por favor me envie o mais rápido que puder os resultados.

_Certo, farei isso.

45 dias depois

Camila pov

Sentada no meu sofá acompanhava os noticiários na TV.

Outra vez...

'' O caso dos dois homicídios em Miami, ainda encontram se sem soluções, as autoridades não quiseram prestar esclarecimentos, e a população de Miami teme pela falta de segurança na cidade''.

Uma entrevista da esposa da última vítima chorava ao clamar por justiça, ela alegava não entender o porquê.

Tomava mais uma colher do pote de sorvete oreo, quando me vi no jornal do almoço; a entrevista tinha sido gravada a semanas atrás, não me lembrava de ter concedido a BBC News.

Mais uma vez estava sendo pressionada por esses urubus, sedentos por informações e mídia.

O apresentador finalizou a reportagem dizendo:

_agentes internos do departamento de homicídios de Miami confirmaram que os casos podem ter ralações entre si, uma marca parecida foi encontrada em ambos os corpos. Esperamos as autoridades ...

Desliguei a Tv com o controle que estava ao meu lado.

_Merda!_exclamei.

Me vesti em minutos, quando percebi a ligação de Matthew.

_Oi Camila, está no departamento?

_Oi Matthew, não, estava em casa, estou indo pra la agora mesmo, Por quê?

_Pensei em almoçarmos juntos, em um restaurante que você goste._sugeriu temeroso.

_Agora realmente não posso, tenho uns assuntos urgentes para resolver no DP. _expliquei a realidade.

_Eu imaginei, que não poderia ou conseguiria aceitar, rs._lamentou-se

_Não! Eu ...realmente gostaria de almoçar com você, já sei, janta comigo hoje a noite? No Atashi sushi! Estou louca para jantar lá._sugeri animada. Quando recebi uma buzina, por falar ao telefone e dificultar o transito.

_Ah Camila, eu odeio comida japonesa, na verdade tenho até nojo. Vamos jantar no Garden?

_Certo, comida italiana me parece ótimo. Te encontro lá as 19:30 combinado?

_Estarei lá doutora!_brincou despedindo-se Matthew

Já fazia algum tempo que eu não falava com ele, após uma série de ''canos'' que eu dei nele; mas ele deveria entender que meu trabalho exige isso de mim. Mas eu noto ele cada vez mais distante. Afinal minha cabeça está focada apenas em resolver os dois crimes do quebra- cabeça.

Literalmente parecia que desgraçado sabia que seria um quebra cabeça para nos... Bem figurado.

CRIMINAL MINDOnde histórias criam vida. Descubra agora