Capítulo 1

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Dimitri Kozlov

Meses atrás...

— Por favor, senhor Kozlov! Olhe para cá! Queremos uma foto para a capa de nossa revista!

— Senhor Kozlov, é verdade que irá investir mais de meio bilhão de euros em instituições de caridade? E quais seriam as instituições?

— Dimitri, saíram fotos suas com a modelo internacional Adriana Lima. É verdade esse relacionamento? E por que você foi visto com ela?

Eu sempre quis chegar onde estou, mas sinceramente, estes repórteres ao meu redor acabam com todo o meu tesão de sempre deixá-los na portaria de meus eventos. Porém, não negarei meu suposto envolvimento com Adriana, a mulher é um espetáculo.

Entro no salão em que acontece um coquetel em comemoração à mais um carro na linha automobilística de minha empresa, Provornyy, sentindo todos os olhares se voltarem para mim assim que cruzo as grandes portas. Palmas cada vez mais altas surgem e um sorriso insolente surge em meus lábios. Um garçom surge em minha frente com uma bandeja, estrategicamente com um copo de whisky, minha bebida favorita.

— Parabéns pela conquista, senhor Kozlov — o garçom me cumprimenta em voz baixa para não ser advertido pelo seu superior, que observa de longe, mas pelo brilho de seus olhos, sei que o cara é fã dos meus bebês. Sorrio, pego o copo com minha mão direita e, com a mão livre, bato de leve em seu ombro, o deixando de olhos arregalados. Olho para o crachá pendurado em seu ombro e volto a olhar para seu rosto corado.

Porra, eu amo isso.

— Obrigado, Alek. Ao final da festa, procure por Olena para que ela lhe dê uma certa gorjeta.

— Não precisa senhor — o corpo se retesou, mas os olhos brilharam e eu aperto o seu ombro, não dando outra opção além da que eu lhe dou.

— Eu insisto.

— Muito obrigada, senhor Kozlov.

O garoto assente e se retira, caminhando apressadamente para a cozinha. Volto a olhar para frente, ignorando todos os convidados e caminho na direção da morena de olhos verdes cintilantes, sorrindo para mim. Reviro meus olhos, mas meu sorriso me entrega por, depois de alguns dias, poder revê-la.

— Espero que tenha sobrevivido sem a minha presença, Dimitri.

— Impossível seria viver em sua companhia por vinte e quatro horas, menina bonita.

Ela revira os olhos, entrega a taça a Alexei e se aproxima de mim, me abraçando fortemente, do mesmo jeito de quando éramos crianças.

— Senti sua falta, brat (irmão).

— Também senti, milaya devushka (menina linda), mesmo que sinta vontade de esganar seu belo pescoço de vez em quando.

Sinto o sorriso de Olena em meu peito e aperto meus braços ao redor de seu corpo, bem menor e muito mais curvilíneo do que o meu.

Olena Kozlov é a minha irmã mais nova, com seis anos de diferença entre nós. Ela puxou mais a fisionomia de nossa mãe, os cabelos longos castanhos e a estatura baixa, enquanto eu puxei a altura e os cabelos negros de meu pai, porém, ambos os filhos têm os olhos da mesma tonalidade de dona Anastasia, verdes-esmeraldas. Já meu pai, Nikolai Kozlov, possui os olhos azuis cristalinos, que se escurecem quando está em um tribunal, completamente focado em massacrar ou inocentar pessoas.

Eles ainda não chegaram ou estão ocupados conversando com alguém na festa, pois eu tenho certeza de que mamãe nunca iria perder minha entrada nesse evento. Me separo de Olena e olho para meu melhor amigo de infância, Alexei Miranchuk, sorrindo para mim.

Pecado MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora