Chapter 7 - To allow

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Se não fosse pelo som ambiente, a respiração de Taemin e a ausência do toque de finalização de chamada, eu diria que meu dongsaeng tinha desligado.

- Tae? Tae! – O chamei.

- Apaixonado? Bumie? Que? PARA. – Ele gritou a última palavra e eu fui obrigado a afastar o aparelho da minha orelha.

- Não grita, pirralho! – O repreendi. – Eu chamo ele de Bumie, é um apelido e...eu acho que estou mesmo apaixonado.

PARA. – Ele gritou de novo.

- PARA COM O QUE? PARA DE FALAR PARA, PORRA. – Gritei de volta.

Não vai tirar a inocência do Key, seu tarado! – Fiquei incrédulo com suas palavras.

- Anda bebendo as bebidas que você coleciona? Eu não quero tirar a inocência dele, Céus! Eu já estou frustrado com a ideia de realmente gostar dele de outra forma. – Falei incomodado e ele suspirou.

Certo, deixa eu pensar. – Ele ficou em silêncio por alguns segundos. – Key é diferente de Minho, ele não entende essas coisas, hyung, ele não vai entender se você falar. – Ele explicou.

- Eu não quero ir adiante com isso, Taemin, você precisa ficar com ele. – Disse nervoso e ele negou.

Não, não! Isso não é motivo, ele se apegou a você e ele sensível, vai ficar chateado. – O mais novo explicou. – Se você ignorar o que está sentindo por ele, vai ser pior...digo por experiência própria.

- Mas, você disse que ele não vai entender. – Falei confuso, Taemin era todo confuso e causava confusão alheia.

Diga de uma forma que ele entenda! – Falou e eu neguei.

- Não, fica com ele. – Taemin bufou.

Jonghyun, quantos anos você tem? Por que tanto drama por causa disso? – Perguntou aparentemente revoltado.

- Você que estava com drama quando eu contei, para de ser bipolar! – Ainda me questiono como Lee Taemin venceu na vida.

Eu achei que você queria tirar a inocência dele, você tem cara disso. – Falou se defendendo.

- Como é? – Perguntei confuso.

Você tem cara de tarado, hyung. – Passei a mão em meu rosto frustrado com os absurdos que aquele garoto dizia.

- Olha, minha cara não condiz com o que eu sou, você sabe. – Falei e ele riu levemente.

Eu sei, eu sei, mas...o Key é muito bonito, até eu seria tarado por ele. – Falou de forma maliciosa e eu fiz careta.

- Ei! – O repreendi.

Desculpa, não precisa ficar com ciúmes! E eu tenho Minho, estou muito bem resolvido. – Ele falou firme. – Enfim...de duas uma, hyung, ou você conta pra ele ou luta pra ignorar esse sentimento. Claro que a segunda opção é difícil. – Suspirei cansado.

- É, mas não impossível. Te ligo depois. – Encerrei a chamada e me joguei na cama.

Como eu deixei isso acontecer? Eu não poderia me apaixonar de novo, ainda mais por alguém como Key.

Além de ser bizarro, eu tinha medo de me machucar de novo. Valeu vida, você é maravilhosa.

Tentei não pensar mais nisso e fui tomar meu banho. Não demorei muito, pois o garoto gato já estava me esperando a tempo demais e certamente estava com fome.

Depois de devidamente trocado, sai do quarto e fui direto para cozinha, Key me viu passar e logo se levantou do sofá e veio até mim.

Abrir a geladeira e procurei pelos alimentos que iria esquentar, quando achei e peguei, dei alguns passos para trás, para fechar a geladeira, mas sentir alguém atrás de mim.

- Oh, Bumie. – Falei preocupado. – Eu não te vi, te machuquei? – Ele negou e eu fiquei aliviado. – Não pode ficar atrás de mim sem avisar, podia ter pisado no seu pé sem querer. – Falei separando a comida nos pratos e colocando no micro-ondas.

- D-desculpa o B-Bumie. – Ele pediu aparentemente magoado e eu sorrir.

- Tudo bem, gatinho. – Falei e peguei uma laranja para fazer o suco.

- G-gatinho...gosto. – Falou.

- Gosta quando te chamo assim? – Perguntei e ele parou do meu lado sorrindo e assentindo. Rir de leve enquanto espremia a laranja na jarra. Eu bem pobre sem ter um aparelho que faça isso.

Depois de tudo pronto, seguimos para a sala e comemos enquanto assistíamos TV.

Quando fui colocar os pratos na pia, me lembrei que eu tinha um pote de sorvete que ainda não tinha aberto. Decidir pegá-lo e colocar um pouco em dois copos.

- Key, já tomou sorvete? – Perguntei e ele me olhou negando.

- O que é? – Ele perguntou curioso e dei um dos copos para si.

- É um creme doce e gelado, tem vários sabores. – Me sentei ao seu lado e continuei. – Esse é de morango, experimente. – Ele assentiu e levou um pouco do sorvete até sua boca.

Foi fofo a forma que ele ficou ao experimentar o doce, realmente parecia uma criança.

- Gostou? – Perguntei e ele assentiu contente e comeu mais do doce, porém ele começou a comer muito rápido. – Bumie, vai devagar. – Pedi preocupado e ele me ignorou totalmente, de repente ele fez uma cara de dor e colocou a mão na testa.

- Dói! Dói. – Ele reclamava choramingando e eu o puxei para perto de mim.

- Eu disse para comer devagar, se você come muito, seu cérebro congela. – Falei segurando suas mãos para que ele não batesse em sua cabeça.

Célebo c-congela? – Ele perguntou desesperado. – N-não deixa, Jjong! – Ele me abraçou apertando e eu rir levemente e o levei até a cozinha. Dei um copo de água para ele e ele bebeu tudo rapidamente.

- Melhorou? – Perguntei e ele assentiu.

- É g-gostoso...mas machucou o Key! – Ele falou emburrado e eu rir.

- Tem que comer devagar, tudo bem? – Ele assentiu.

Voltamos para sala e ficamos assistindo Garfield até ele dormir e colocar sua cabeça em meu ombro. Me mexi devagar e o peguei no colo, levando para seu quarto.

Quando o coloquei na cama, acabei deitando ao seu lado e o observando. Ele dormia de forma serena, tão bonito e único ele era.

Sorrir e fiz um leve carinho em sua bochecha.

- Você pode não entender, mas eu estou apaixonado por você, pequeno... – Falei em um sussurro. – Mas, eu tenho medo de me entregar a esse sentimento, de te perder depois...droga, Kibum... – Notei que uma lágrima caiu do meu olho e suspirei. – O que você fez comigo, pequeno? Tenho medo de não ser bom... – Funguei e acabei o puxando para mim devagar, e acariciar seus cabelos e orelhas fofas.

- J-Jjong? – Sua voz soou sonolenta e o olhei um pouco surpreso. Será que ele estava acordado todo aquele tempo?

- Bumie? Eu te acordei? – Perguntei e limpei meu rosto. Ele se levantou e me olhou.

- Jjong c-chorando? – Sua expressão sonolenta se transformou em uma de dor. – N-não c-chora... – Ele me abraçou fortemente e começou a ronronar como um verdadeiro gatinho carinhoso.

- Eu não vou, me desculpe, Bumie. – O abracei de volta e ele me olhou com aqueles olhinhos afiados e brilhantes.

- Seu B-Bumie está com você, n-não chore...promete? – Perguntou e eu sorrir e selei sua testa.

- Eu não vou. – Ele sorriu e voltou a me abraçar.

Eu iria me arriscar, iria me permitir a sentir, pois eu sabia que precisava dele ao meu lado e ele precisava de mim.

A Different Love For A Kitten - JongKeyOnde histórias criam vida. Descubra agora