4 - ANA -

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Meu inferno pessoal começou junto com a minha puberdade.

Começei a ver o Pedro de um jeito completamente novo. Se antes eu o achava legal, companheiro e parceiro, agora eu achava seu sorriso lindo, sua pele macia e seu corpo em desenvolvimento muito gostosinho.

No fundo da minha mente aceitei que estava apaixonado pelo meu melhor amigo.

Era uma sensação nova. Sofrida e gostosa em medidas iguais. O assunto da galera agora começava a entrar no território das meninas. Nós, meninos de 14 a 15 anos, não perdíamos uma oportunidade de falar sobre elas. O que faríamos se fôssemos pra cama com elas, quantas vezes aguentaríamos gozar e todo tipo de bobagem machista que jovens rapazes são capazes de imaginar.

Pedro é claro entrava nessa onda de cabeça. Enfim ele parecia perceber que era tremendamente bonito e atraente e usava isso pra cantar vantagens pros nossos amigos.

Eu conhecia o Pedro longe dos holofotes e sabia que mal mal ele havia beijado duas meninas apenas. Mas eu nunca o desmenti na frente da galera.

Comigo o Pedro era o Pedro amigo de sempre. Não falávamos sobre sexo e meninas. Eu por puro desinteresse e ele talvez por que perto de mim podia ser ele mesmo, sem usar a máscara de fodão.

Ele as vezes até tentava entrar no tema sexo mas eu sempre saía pela tangente. Como poderia falar pra ele que ele era meu tema sexo? Com o tempo criamos o hábito de deixar esse tipo de assuntos pra lá.

Nossa intimidade era ímpar e ,tirando assuntos afetivos, dividíamos tudo que acontecia conosco. Seu pai continuava constantemente atormentando ele e sua mãe e ele dormia em minha casa com uma frequência cada vez maior.

Como esses momentos eram mágicos e terríveis! A gente passava grande parte da noite acordado e conversando baixinho. Sempre que ele ia se trocar eu subitamente ficava tímido e desviava o olhar. As vezes até virava de costas! As vezes a gente dormia sem camisa e minha vontade era ficar admirando seu corpo branquinho, mas sempre me controlei.

Ver sua bunda e suas coxas delineadas no short fino de pijama me deixava louco e eu logo me cobria pra esconder a barraca armando. Não foram poucas as punhetas discretas e escondidas que foram batidas enquanto ele dormia profundamente no colchão ao meu lado.

As vezes eu só o olhava e meu pau acordava, tamanho era minha atração por ele. Houve outros momentos que estive as vias de me declarar mas o bom senso sempre ganhava a disputa em meu coração. Eu simplesmente não conseguiria arriscar uma amizade tão importante por algo tão incerto.

Com 15 anos ele entrou na academia. Fez de tudo pra eu entrar também mas minha preguiça levou a melhor. Já não tinha nóia da minha altura e não via necessidade de melhorar meu corpo. Nos bastidores observava sua evolução e seu corpo ganhando contornos cada vez mais atraentes e apetitosos. Era cada vez mais difícil eu disfarçar meu olhar pidão quando ele tirava a camisa pra me mostrar seus músculos recentes.

- Olha cara! - ele falava animado passando a mão no abdômen. - Tô começando a ter gominhos! Passa a mão pra ver! Logo vou poder lavar roupa aqui!

Era muito difícil mas bravamente eu escondia meus sentimentos. Nessa época nossa turma começava a não só falar de sexo mas a fazer também e percebi que meu amigo começava a ficar curioso com isso.

Minha mãe engravidou de gêmeas e passou por um período delicado no fim da gestação, por isso ela ficou mais de uma semana internada. Meu pai praticamente foi morar no hospital também. Vendo a oportunidade, Pedro quis levar duas minas lá pra minha casa.

- Não rola, Maninho! - eu falava sempre que ele vinha com esse assunto. - Minhas irmãs podem nascer a qualquer momento ou meu pai pode chegar em casa também!

Crônicas de Léo - Vol 2: Luka Onde histórias criam vida. Descubra agora