A verdadeira imortalidade

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Azkaban com toda certeza era o lugar mais sombrio que aquele homem já pisara. Conseguia ouvir os gritos dos presos entre as paredes daquele corredor sujo, risadas maníacas e sussurros pedindo por piedade.

Se o inferno existisse com toda certeza aquela pobre alma estava caminhando por ele. Duvidava que alguém ali tivesse um pingo de sanidade, o homem pensou em dar meia volta pois não era pago para tal coisa mas lembrou-se de sua linda mulher e seu pequeno filho.

O homem seguiu de cabeça baixa até chegar na última cela daquele corredor, uma placa de perigo estava estampada nela. O pobre homem ajeitou a gravata que apertava seu pescoço e suspirou esperando o guarda que o acompanhou até ali abrisse a cela.

-Espero que não tenha uma cabeça leve senhor. O que ouvirá pode ser envolvente, mas não se deixe levar.- Avisou o guarda enquanto abria a cela. -Estarei do lado de fora esperando seu chamado.

O homem então entrou. Era um jornalista que precisava sair dali com informações valiosas para garantir a comida por um mês inteiro.

“É por eles” pensou.

Um homem velho e esquelético olhava para o nada, seus olhos azuis estavam vidrados em um ponto invisível. O jornalista então tossiu chamando a atenção do mais velho.

-Eu esperei você por anos.- Disse o homem velho sorrindo.- Sente-se por favor.

O homem então apertou seu caderno contra o corpo e engoliu em seco, ainda meio desconfiado sentou-se em uma cadeira que havia ali. Sua pena ganhou vida e o homem abriu seu caderno.

-Você quer saber sobre a Pólux Black-Malfoy não é?-Perguntou o velho.-Faz tanto tempo que não escuto esse nome. Sabia que o nome dela continuaria vivo durante anos, sim, eu sabia.

-O que pode me falar sobre ela?- Perguntou o jornalista.

-Oh meu amigo tenho certeza que ouvira muito sobre ela. Que foi, provavelmente, uma das criaturas mais belas e perversas que andou sob essa terra. E estão certos.- Respondeu e então sorriu de forma doentia, seus dentes estavam amarelos e podres.- Quando éramos jovens ninguém conseguia ver que ela era má, até porque, ela não era. Pólux era encantadora e muito inteligente, sempre calculava seus passos e era carinhosa. Mas algo nela despertou e a pequena Pólux não conseguiu esconder sua parte perversa

O homem esquelético fitou o jornalista com seus olhos azuis frios, suspirou e então voltou a falar novamente.

-Ela ainda vive, foi a única que conseguiu alcançar a imortalidade de verdade. Ela eternizou seu nome e isso é o que podemos chamar de verdadeira imortalidade.- O velho gargalhou.- Por Merlin, Pólux realmente o amou, amou tanto ela que se tornou algo pior do que ele

O jornalista estava confuso, nada fazia sentido para ele. O pobre homem mal sabia que seu fim seria entrar dentro daquela cela.

-Tudo começou quando Pólux voltara novamente para mansão Malfoy...

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