Qual é o peso da culpa de carregar uma morte nas costas? Cristian não pôde se despedir das pessoas que amava. Quando a ambulância chegou, os paramédicos já o deram como morto, não havia o que fazer.
Todos os jovens precisaram passar a ter acompanhamento com psicólogos e alguns deles até mesmo com psiquiatras. A polícia fez uma série de perguntas a fim de descobrir mais sobre aquele acontecimento, uma perícia foi feita mas tudo constou apenas como uma batida em alta velocidade. Todos omitiram a parte do Racha para manter a integridade e para garantir de que ninguém fosse preso.
A volta para casa foi tranquila, Maia e Axell desapareceram após aquilo e eles nem faziam questão de que ficassem lá mesmo. A poeira baixou, e tudo se estabilizou.
A perícia concluiu que Cristian quebrou duas costelas, e no momento da batida ao ser lançado para fora, ele imediatamente fraturou seu pescoço. O sangue veio de um pedaço de vidro que perfurou parte do seu fígado.
O funeral foi marcado para três dias depois, no cemitério Key West, um pouco longe do lugar onde eles moravam, mas Elizabeth e sua família fizeram questão de marcar presença.
O local era aberto, com bastante vegetação florida e túmulos externos como caixas, haviam cerca de trinta pessoas e nenhum outro colega de escola de Elizabeth estava lá.
A garota vestia um vestido de tubinho preto, com luvas de renda, um chapéu com véu e um buquê de rosas em suas mãos.
Aurora segurava sua mão firmemente, enquanto chorava se lamentando por tudo que aconteceu. Regina e Charles Mitchell estavam presentes, mas não derramaram sequer uma lágrima.
A mãe de Cristian estava em cima do caixão gritando e dizendo que pedia justiça para a morte de seu filho. Era uma cena muito triste de se ver.
O caixão estava lacrado, não era possível ver Cristian, o caixão ficava sobre um cavalete de ferro com uma foto do rapaz ao lado e flores dos mais variados tipos e perfumes em volta.
— Senhora? — Elizabeth secou suas lágrimas se aproximando da mãe do rapaz. — Eu sinto muito por isso! — Envolveu a mulher em um forte abraço.
— Obrigado por estarem presente, ele ficaria feliz! — Secou as lágrimas. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar.
— Nós daremos toda assistência a você! — Sorriu. — Não ficará desamparada, ok?
— Tudo bem, muito obrigado!
Uma mulher de pele negra e cabelos enrolados surgiu, usava roupa de executiva e exalava um ar de autoconfiança.
— Boa tarde, senhoritas! — Apertou a mão de Elizabeth e da mãe de Cristian.
— Boa tarde, quem é você?
— Me chamo Cadie, a advogada responsável pelo processo do seu filho! — Respondeu.
Ao perceber que aquele momento não era para si, Elizabeth cumprimentou as mulheres novamente e saiu encontrando Aurora.
Os Mitchell contrataram outro motorista e após a última pá de terra ser jogada, eles partiram para casa.
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Após tal acontecimento, os jovens fizeram um juramento. Aquilo seria levado para o túmulo. Eles tinham certeza e estavam cobertos de razão em cogitar a hipótese de que a polícia não gostaria de saber sobre um bando de adolescentes que disputaram uma corrida apenas para tentar provar que são melhores do que os outros.
Por mais que fosse realmente muito triste, as aulas não pararam, afinal de contas, Cristian não fazia parte do Legion High School.
Um mês se passou desde a viagem que só trouxe caos, discórdia, brigas e morte.
Durante todo esse tempo, Tyler mostrou um comportamento depressivo e resolveu que não trocaria nenhuma palavra com ninguém que não fosse seu melhor amigo Rodrick, e assim ele seguia todos os dias.
— Bom dia, cara. — Disse Rodrick cumprimentando o amigo na entrada do colégio.
— Bom dia.
— Como está se sentindo hoje?
— Sobre...?
— Elizabeth e tudo o que rolou, você sabe, não conversamos muito sobre isso.
— Não sei se quero tocar nesse assunto.
— Se não quiser não vou insistir, mas saiba que guardar mágoas faz o pau diminuir! — Rodrick deu risada.
— Você é idiota! — Tyler deu uma leve risada sem graça.
— Quer começar a falar?
— Cara, uma série de fatores faz eu me sentir mal. Elizabeth me traiu, eu fiz um barraco e depois o cara que eu agredi aparece morto…
— Fique tranquilo, todos nós vimos. Foi um acidente, poderia ter acontecido com qualquer um. — Rebateu Rodrick tentando tirar a sensação de culpa de seu amigo.
— Tudo bem, vamos mudar de assunto, como estão as coisas com Selena?
— Como sempre foi, a gente só fica quando ela quer passar o tempo. — Rodrick segurava a alça da mochila enquanto dizia.
— As vezes acho que é melhor assim. Vai ver ela faz igual a amiga. — Tyler tentava associar as garotas. — Elas são farinha do mesmo saco.
— Cara, eu sou completamente apaixonado por essa garota! — Rodrick passou as mãos entre os fios de seu cabelo mordiscando os lábios.
— Eu te entendo, eu também era...
Selena e Elizabeth chegaram ao colégio juntas mais uma manhã, dessa vez sendo trazidas por um motorista novo e sem graça.
— Eu acho que já deu minha hora, depois nos falamos, cara! Até mais. — Tyler tocou sua mão e ao sair dali, acabou esbarrando em Elizabeth.
— Olha por onde anda, garoto! — Beth gritou. — Olá, Rodrick.
— O que você quer Beth? — Perguntou irritado.
— Amor, não fale assim com minha amiga! — Selena beijou o garoto.
— Ela nunca é simpática, com certeza precisa de algum favor.
— Relaxe, querido! — Beth piscou para Selena e saiu ficando de canto.
Selena aproveitou que Rodrick havia sentado, então resolveu provocar o garoto. Sentou em seu colo e dirigiu sua boca até a dele. Os lábios se encaixaram e um beijo quente começou. Rodrick segurava na bunda de Selena, enquanto ela segurava em seus cabelos. A garota desceu a mão até sua calça e de repente parou.
— Ei, por que parou?
— Estamos na escola, idiota!
— Merda. — Resmungou ajeitando o cabelo.
— Que tal terminarmos o que nunca começamos hoje a noite? Na minha casa? — Selena sugeriu.
— E seus pais? Não quero ser interrompido e nem faltar com respeito. — Disse o garoto.
— Fique tranquilo, viajaram a trabalho com os pais de Beth! Não é mesmo Beth? — Perguntou Selena.
— Exatamente, estou apenas fazendo um favor. — Riu. — Ficarei de vigia para garantir que ninguém chegue. — A garota tinha maldade em seu olhar.
— Tudo bem. Então depois da aula? — Rodrick estava animado.
— Combinado. Nos vemos depois! — Selena se despediu com outro beijo e partiu.
Mas aquilo soava um tanto quanto estranho. Elizabeth não faz favores sem cobrar. Por mais que alguém estivesse a todo custo tentando a parar, algo dentro da garota era maior.
— Vai dar tudo certo! Será manipulado! — Beth disse batendo na mão de Selena enquanto caminhavam..
— Sempre fomos boas nisso. — Sorriram.
Em outro canto da escola estavam Jade, Lucas e Rachel.
— Oh meu Deus! Está chutando! Rápido! Jade, Lucas, coloquem a mão! — Disse Rachel se referindo ao bebê.
— Ai gente! Eu não consigo acreditar! — Colocou a mão. — Espero que tenha me escolhido para padrinho! — Lucas disse.
— E eu como madrinha! Já comprei até uma roupinha! — Completou Jade.
— Fiquem tranquilos. Não tenho ninguém além de vocês. — Rachel rebateu.
— Garanto que é o que precisa. Tyler está acompanhando? Como está sendo sua participação? — Perguntou Jade.
— Ele está pagando todas as consultas. Estou quebrada de dinheiro, queria fazer um chá de bebê para revelar o sexo, mas não tenho condições financeiras.
— Se nós tivéssemos com certeza iríamos te ajudar, mas creio que tudo ficará bem! Vai dar tudo certo. — Disse Lucas.
— Amo vocês! — Rachel os abraçou.
As horas passavam assustadoramente rápidas e logo se tornavam minutos, o fim do ano se aproximava junto da vida adulta, da faculdade, e das responsabilidades. As aulas correram normalmente e então o dia no colégio acabou.
A hora combinada padeceu, Rodrick vestiu uma roupa bonita, passou um perfume caro, penteou os cabelos e guardou um preservativo em seu bolso, logo pediu um Uber e chegou no local o mais rápido que pode.
Coincidentemente o garoto encontrou Elizabeth na entrada da mansão de Selena. E com leves batidas na porta, eles entraram.
— Chegamos! — Beth beijou a garota e entrou.
— Eae, gatinha. — Rodrick deu um rápido beijo molhado em sua boca.
— Eu já vou me despedindo e indo para a sala assistir Netflix, ok? Não se esqueçam de aproveitar. Creio que vocês não terão muito tempo. — Beth saiu.
A casa de Selena era tão grande quanto a de Elizabeth, a sala tinha quadros de artistas famoso por todos os lados, o sofá era de couro preto, havia um tapete felpudo e grande e a decoração era minimalista. O piso era tão limpo, que se alguém forçasse a vista era capaz de se enxergar como em um espelho. Elizabeth deitou no sofá e pegou o controle selecionando o que queria assistir.
Rodrick e Selena subiram as escada grande e bonita com um corrimão branco e o parapeito de vidro.
O quarto era grande, tinha uma porta de vidro, uma cama de casal, um banheiro, um closet e uma mesa com computador.
— Estive esperando por isso, por muito tempo. — Selena começou a tirar a roupa, lentamente.
— Eu também. — Disse Rodrick enquanto tirava também sua roupa.
— Uau, isso é... — Selena tentou falar, mas foi interrompida.
— Não fala nada. — O rapaz já nu, beijou Selena a segurando em sua nuca.
Após isso ele a puxou pela cintura e começou a dar beijos leves por seu pescoço, foi fazendo movimentos com seu corpo, e a posicionou em seu colo.
Carregou a garota para a cama e de lado após colocar o preservativo começou.
Entre suspiros, gemidos, e uma coreografia natural de dois corpos explodindo hormônios, eles fizeram amor durante cerca de uma hora.
O sentimento ia além do sexo, conversavam, davam risadas e claro faziam sexo de fato.
Com carícias, beijos, carinho e todos os fetiches realizados eles terminaram. Durante um bom tempo ficaram deitados nus na cama se encarando felizes por aquele momento.
Após perceber que já havia passado um certo tempo, Elizabeth subiu para resolver o que tinha em mente.
— Acho que o tempo de vocês acabou. E agora eu entro em cena. — Olhou para Selena e fez um gesto para que ela saísse do quarto. A garota pareceu incomodada com a situação, no fundo não queria que isso acontecesse, mas Elizabeth tinha controle de sua vida.
— Até mais Rodrick. — Beijou o garoto e se enrolou em um lençol levantando da cama.
— Que merda está acontecendo aqui? — Ele se levantou ainda nu.
— Calma, primeiro acho melhor você cobrir isso. — Apontou para suas partes íntimas.
O garoto rapidamente colocou a cueca e a calça enquanto Selena ficava ao lado de Elizabeth se trocando.
— Diga! — Respondeu de forma ríspida enquanto terminava de se vestir. — Eu não estou entendendo, que porra é essa?
— Eu preciso de um favor amigável. — Beth chegou perto passando a mão no ombro do rapaz.
— Se estiver ao meu alcance. É claro que posso te ajudar. — Rebateu o garoto. — Só não estou entendendo o que isso tem a ver com Selena.
— Você vai estranhar e vai negar. Mas eu prefiro começar sendo amigável. — Sorriu.
— Okay, você está me dando medo. Fale logo! — Ele encarava Selena que estava com lágrimas nos olhos sem conseguir olhar o rapaz nos olhos.
— Eu preciso que você espalhe fotos...
— Fotos? — Perguntou sem entender.
— Fotos íntimas de uma pessoa...
— Você sabe que isso é crime né? — Perguntou.
— Eu sei, e não me importo! Quando se trata de dinheiro, posso comprar tudo. Pagar sua fiança e te proteger contra tudo e contra todos. Eu só preciso que você faça isso.
— Fotos íntimas de quem? — passou as mãos pelo rosto com expressão de preocupação.
— Livie Jonas! — Disse em alto e bom tom.
— Sua amiga? Como assim? — Arregalou os olhos e arqueou as sobrancelhas.
— Aquela vadia não é minha amiga.
— Mas o que aconteceu? Por que você quer que eu faça isso?
— Não vem ao caso, Rodrick! Faça o que estou pedindo e será bem recompensado. — Desbloqueou seu aparelho de celular e mostrou. — Vou imprimir todas e você vai espalhar por todo o colégio, pode colocar umas frases se quiser.
— Eu não vou fazer isso. — Levantou. — Você tá ficando louca?
— Eu acho que você não entendeu! Eu dou as ordens por aqui! — Colocou as mãos em seu peito o pressionando contra a parede.
Selena começou a chorar e então saiu do quarto ficando na porta. Ela se sentia mal por ter que fazer aquilo, mas o controle de Elizabeth era indescritível.
— Você não tem poder sobre mim Elizabeth! — Rodrick gritou empurrando a garota.
— O que você acha da única família que você tem descobrir misteriosamente sobre o uso de suas drogas sujas? E o que você acha de Selena, o grande amor da sua vida nunca mais olhar na sua cara!? — Deu uma risada. — Eu odeio seguir as regras, por isso eu às dito!
— Você não vai fazer isso! Você não tem coragem Elizabeth. Se ela soubesse das drogas, sentiria vergonha de mim! — Seus olhos se encheram de lágrimas.
— Você não tem a mínima noção do que eu sou capaz! — Deu as costas e começou a andar em direção a porta. — Você contrariou a pessoa errada! — Deu risadas e abriu a porta.
— Elizabeth, espera! — Gritou.
A garota se virou sorrindo e olhou para ele.
— Eu vou fazer. Me manda o que eu tenho que fazer e eu farei. — Disse secando os olhos.
Por fim, calçou seu par de tênis e saiu do quarto enfurecido, sem ao menos olhar para o rosto de Selena. A garota então não perdeu a oportunidade, segurou ele pela camisa.
— Rodrick! Por favor, me perdoe! Eu não escolhi isso! — Selena gritou enquanto o mesmo chorava.
— Você não escolheu? Me usou com sexo! Você para mim é tão baixa quanto Elizabeth.
— Eu não tive opção! Apenas me perdoe. — Gritou.
— Nós sempre temos opção! — Abaixou o tom de voz.
— Se você sair por essa porta, tudo que nós temos se acabará por aqui! — Grudou em sua roupa chorando e soluçando.
— Nós nunca tivemos nada. — Deu as costas e saiu. — Espero que você tenha consolo com Elizabeth.
A garota bateu a porta de casa encostou seu corpo e deslizou até o chão se culpando e chorando.
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O dia amanheceu e com ele mais um dia de aulas se iniciou, mas os corredores do Legion High School estavam abalados pela mais nova fofoca.
Só quem já teve fotos íntimas vazadas sabe o quão duro é, chegar em um lugar e enfrentar os olhares maldosos e maliciosos. Os olhares de nojo, vergonha alheia e de julgamento.
Livie, entrou pelos corredores e estranhou os olhares colados para si, recebia encaradas, gestos obscenos dos garotos e era assediada das piores formas possíveis.
— O que está acontecendo aqui? Qual o motivo de todos estarem me olhando? — Gritou ao parar de andar enquanto uma multidão se formou.
— Livie, acho melhor você ir dar uma olhadinha no corredor principal. — Uma garota do segundo ano disparou.
A garota saiu correndo em direção ao corredor e ao chegar, outra multidão estava lá. Pessoas em círculo, dando risadas e tirando sarro de algo, pareciam ser muitos papéis.
— Com licença! O que está acontecendo aqui? — Perguntou para um garoto entrando na rodinha.
— Pessoal! A puta das fotos está aqui! — Gritou o mesmo garoto.
— O que está acontecendo aqui? Alguém me responde.
— Puta! — Um garoto bateu em sua bunda.
— Vagabunda! — Gritou outra garota. — Como deixou essas fotos vazar? Além de tudo ainda é burra.
— Como você tem coragem de tirar fotos assim? Expondo o seu corpo? — Outro menino riu.
— Você é uma prostituta garota? Quanto está cobrando pelo programa? — Outro menino perguntou.
Livie não estava conseguindo compreender do que aquilo tudo se tratava. Sua garganta secou, as pernas ficaram trêmulas e seu tom de pele corado sumiu, logo a palidez tomou conta de seu rosto. Sua visão ficou turva e então ela se abaixou.
Achou alguma fotos impressas no chão. Recolheu uma delas e levantou, quando viu do que se tratava, entrou em pânico.
— Qual é o problema de vocês? — Gritou já chorando. — Todos se calaram. — Ninguém tinha o direito de me expor assim.
— Que bundinha gostosa viu. Mais ainda pessoalmente. — Comentou outro rapaz, enquanto todos riam daquilo.
Livie pareceu pensar por um tempo no que estava acontecendo e então decidiu tomar uma decisão drástica.
— Gostosa? Tudo bem. Já que vocês são animais e precisam disso vamos lá! — Colocou a bolsa no chão e foi tirando a roupa. Tirou a blusa de frio, camiseta e calça. Ficou apenas de shorts de dormir e sutiã. — Satisfeitos? É isso que vocês querem ver? Parabéns, está aqui! Nunca viram uma bunda? Está aqui! Esse é o meu corpo, e eu faço com ele o que eu quiser, isso não me torna uma vadia, ou algo do tipo. Torna vocês ridículos de me expor e tirarem sarro disso. Quantas mulheres já foram vítimas de abusos sexuais ou assédio e foram obrigadas a ficar caladas? Isso acabou por aqui.
— Eu concordo! — Disse Jade chegando correndo ao fundo do corredor e tirando também sua roupa em apoio a Livie. Ficando de pijama.
— Eu também concordo! — Rachel mesmo grávida também mostrou seu corpo em forma de protesto. Tirou a camiseta exibindo sua barriga e ficou de shorts.
— Isso não vai ficar assim. Nós vamos pegar quem me expôs. Assédio sexual não é brincadeira! — Levantou as fotos depois de as rasgar.
Ao perceber que os alunos que davam risadas já estavam envergonhados enfurecidos, as garotas começaram a se vestir novamente.
A multidão se dispersou e então Jade e Rachel ajudaram Livie a pegar todas as fotos espalhadas e rasgar.
— Como você está se sentindo? Está tudo bem? — Jade disse jogando o último resto de picotes no lixo.
— Estou melhor. Obrigado por me apoiaram, nunca achei que teria forças para fazer isso! — Abraçou as meninas.
— Ninguém solta a mão de ninguém! Jamais! — Disse Jade enquanto se abraçava com as duas.
— Precisamos ir até a sala da diretora, você não precisa ir sozinha. — Rachel explicou.
— Tudo bem. — Livie concordou vestindo seu moletom. — Eles já devem saber do que aconteceu.
Seguiram para a diretoria e explicaram toda a situação para a diretora, que prometeu encontrar os infratores e punir severamente.
Mais tarde, como de costume Jade foi para casa caminhando e dessa vez não havia ninguém em sua casa. A escola havia sido exaustiva. Precisava dormir.
Após algumas horas de cochilo, foi acordada por seu celular vibrando com algumas mensagens:
“Olá, Jade!
Eu não me esqueci da sua quebra de acordo! Eu já havia avisado que caso você fizesse algo para Elizabeth, seria punida. E você fez... Por isso você deve sair da cidade até amanhã, ou faço questão de arrancar o bebê de Rachel antes mesmo de que ela conseguir pensar. Beijos e cuidado ao andar sozinha por aí...”
“Você tem exatas 24 horas, tic tac”.
Jade passou a noite inteira pensando nas ameaças e de noite resolveu fazer uma visita de despedida para Elizabeth. Estava convicta consigo mesmo que se aquela pessoa não fosse Elizabeth, estava fazendo aquilo a mando da mesma.
Informou seus pais que precisava de ficar em Atlanta com sua tia pois estava com saudades (usou como desculpas) e os mesmos acordaram.
Com sangue nos olhos, ela caminhou até a casa de Beth e bateu em sua porta, rapidamente Aurora atendeu.
— Olá garota, tudo bem? — Perguntou docilmente.
— Tudo sim, poderia falar com Elizabeth? Ela é minha colega de classe. — Perguntou.
— É claro que pode! Você prefere que eu a chame, ou você vai lá? — Perguntou a inocente Aurora.
— Fique tranquila Aurora, eu mesma vou lá. — Subiu esbarrando na empregada.
Nem bateu na porta, simplesmente abriu e entrou.
— Aurora? — Beth se assustou com o barulho.
— Não! — Jade encarou a garota que levantou assustada.
— O que você está fazendo no meu quarto? Quem deixou você entrar? Auro... — Jade colocou a mão em sua boca.
— Eu não sei quem quer você viva, e não me importa quem seja! Eu fui obrigada a deixar essa cidade. — Fez uma pausa. — E eu só quero te dar um recado Elizabeth, se você encostar em um fio de cabelo de Livie, Lucas ou principalmente Rachel, eu volto nem que seja do inferno para te matar! — Tirou um canivete do bolso. — E se você contar para alguém sobre essa conversa, eu mato você e acabo com isso de uma vez! — passou o canivete suavemente na perna da garota, causando um corte superficial.
— Mas… — Elizabeth tentou falar, mas foi interrompida.
— Eu espero que tenha ficado claro! — Bateu as costas da garota na parede e deu as costas. Uma lágrima escorreu dos olhos de Elizabeth, ela entendeu aquilo como se Jade fosse sua seguidora.
Estava apavorada, mas simplesmente se despediu de Jade e deitou em sua cama deixando o pequeno corte de sua perna escorrer algumas gotas de sangue, naquela noite, Elizabeth pode sentir sua morte chegando perto.
Seu tempo estava acabando...
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Tente Respirar - [Concluído] • 1
Misterio / SuspensoDuologia: Caos e Sangue. • 1 O último ano do ensino médio é muito aguardado por todos, mas é tão bom quanto parece ser? Muitas coisas podem acontecer durante um semestre, ainda mais quando o ensino médio se trata de jogadores, vadias más, nerds, beb...