A palavra "resiliência" vem do latim: Resilire, que significa “voltar atrás”. Está associada à capacidade que cada pessoa tem de lidar com seus próprios problemas, de sobreviver e superar momentos difíceis diante de situações adversas e não ceder à pressão, independentemente da situação.
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Um dia após os acontecimentos, as três famílias com muita dor e sofrimento decidiram entrar em um acordo de que juntos eles iriam velar os três alunos.
— Estamos reunidos hoje, em memória de Elizabeth Mitchell, Rodrick Graham e Selena Drake. Essas almas que partiram cedo e contra a vontade do senhor para o plano celestial. Rezemos todos a oração que o senhor nos ensinou. — Todos se puseram a rezar.
— Essa data ficará marcada para sempre em nossas vidas. — Os olhos de Rachel estavam inchados. — Eu não queria isso para você, principalmente ter presenciado tudo… — Alisava o rosto de sua filha.
O caixão dos três alunos ficaram lacrados, fechados e foram enterrados no mesmo cemitério em que Cristian também foi.
Mais da metade da escola incluindo professores, coordenadores e alunos estavam no cemitério e realmente foi tudo muito triste. A avó de Rodrick agora precisa ser internada em um asilo, os pais de Selena estavam enfurecidos e os Mitchell mais ainda.
Tudo ocorreu bem e Lucas e Rachel decidiram ia prestar as suas condolências, por mais que não tivessem uma relação boa com as vítimas ainda sim eles eram pessoas, e foi muito traumático assistir tudo aquilo.
Não demorou muito para que em meio a lágrimas e uma multidão, Regina Mitchell aparecesse sendo segurada por Charles enquanto gritava acusando Lucas e Rachel.
— A culpa é de vocês! — Gritou a mãe da garota. — Por causa de Graças a vocês a minha filha foi assassinada! Todos vocês vão queimar no fogo do inferno. — Gritava enquanto o pai tentava conter a esposa.
— Segure a bebê, eu preciso pelo menos tentar acalmá-la.
— Você tem certeza disso? — Perguntou Lucas enquanto tentava segurar a garota. — Ela parece estar um pouco agressiva.
— Elizabeth era uma vaca, mas seus pais não mereciam ter perdido uma filha daquela forma. — Lucas respondeu. — E nem ela também merecia morrer...
Rachel se aproximou com passos curtos e muito cuidadosos.
— Senhora Mitchell, quero te desejar os meus pêsames! — Estendeu a mão.
A mãe que estava chorando levantou a cabeça e rapidamente reagiu com um tapa no rosto de Rachel.
— Como ainda tem coragem de boa pedir desculpas? — Charles interrompeu enquanto Rachel Alisava o local que ficou vermelho.
— Você era a garota que engravidou do ex namorado dela não é? — Gritou.
— Sim, sou eu… — Rachel estava envergonhada.
— Não encoste na minha amiga mais uma vez sua bruxa, ou podemos te denunciar por agressão de menores! — Disse Lucas pegando Rache pela mão. — Vamos sair daqui.
Saindo de lá, eles iriam diretamente para o hospital buscar mais notícias sobre Jade e seu estado.
Tyler estava muito abalado com todos os acontecimentos, não conseguiu comparecer ao velório e enterro de sua ex namorada e seu melhor amigo. Desde o acontecimento tudo o que ele fez foi se deitar e ficar lá.
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— Senhorita Livie Jonas, eu vou lhe fazer algumas perguntas. Creio que será mais fácil se você responder todas com sinceridade! — Disse o delegado.
— Eu não direi nada até que eu tenha direito a um advogado. — Reclamou a garota. — Sou menor de idade, esqueceu?
— Não complique as coisas. Você tem direito a uma ligação para alguém da sua família. Esse é o momento. — Entregou o telefone para ligar.
— Eu não tenho mais família. Eles me deixaram para trás. — Abaixou a cabeça. — Não querem mais laços comigo.
Nesse momento, a porta se abriu e uma mulher com um terno esmeralda entrou, com seus cabelos cacheados e um perfume marcante com cheiro de lavanda.
— Com licença, sou a advogada de Livie Jonas! — Ajeitou os cabelos.
— Quem lhe contratou? — perguntou o delegado.
— Creio que você não tem de saber sobre isso. O meu papel aqui é única e exclusivamente para defender minha cliente. — Sorriu de forma maliciosa.
— Tudo bem. Vocês terão tempo para conversar, aproveitem… — O delegado saiu da sala enquanto Livie e sua advogada passaram a conversar.
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— Olá, gostaríamos de visitar Jade Edwards. — Disse Nicholas que preferiu não comparecer ao velório, ele já estava mal então optou por não ter que ver as famílias sofrendo.
Rachel amamentava Heloisa enquanto cobria sua cabeça com uma fralda de pano. Os três passaram os dados e as informações e então foram liberados.
— O horário de visitas está quase acabando, vocês tem apenas uma hora. Aproveitem. — Pegou três crachás e entregou. — Quarto 373.
— Obrigado! — Agradeceram indo direto para os elevadores.
Após subirem por aquele enorme e frio elevador, finalmente chegaram ao décimo terceiro andar. Deram de cara com a porta grande e maciça de madeira, Rachel deu leves batidas e entrou.
— Chegaram bem na hora. Eu acabei de aplicar um medicamento para dor. Talvez ela tenha sono! Boa visita! — Disse a enfermeira que saia do quarto enquanto preenchia uma prancheta.
— Olá pessoal! — Disse Jade.
Recebeu um abraço e um beijo de cada um.
— Como está o machucado!? — Rachel perguntou.
— Ainda doendo muito. — Respondeu Jade. — Acabamos de trocar os curativos.
— Já melhora, é o que esperamos. — Rachel se sentou na poltrona ao lado e por um momento o silêncio tomou conta, até que Lucas finalizou.
— É impressionante como por um momento temos nossa vida por um fio não é?
Todos assentiram com a cabeça.
— Eu sei bem como isso funciona. — Fez referência sobre a vez em que foi espancado. — Por um segundo, um filme de tudo o que você viveu passa na sua cabeça e tudo o que você consegue pensar é que não acabou ainda… — Não pode conter as lágrimas descendo por seus olhos.
— Tudo vai ficar bem... — Nick abraçou o rapaz enquanto alisava seu cabelo com as mãos.
— Eles eram tão jovens, me dói saber que não vão viver muitas coisas… — Limpou os olhos.
— Vocês já foram chamados para depor? — Perguntou Jade quebrando o silêncio.
— O delegado nos comunicou hoje durante o enterro. — Respondeu Lucas. — Inclusive a mãe de Elizabeth bateu em Rachel.
— Meu Deus? Como assim? — Jade perguntou incrédula.
— Exatamente, essa família inteira é maluca. E o pai de Elizabeth me parece estranho. Ele é frio.
— Vamos parar de falar sobre coisas ruins. — Jade disse. — Já levou Heloísa ao hospital? A forma de como ela nasceu não foi nada convencional né?
— Vou assim que sairmos daqui, crianças nascem fora de hospitais o tempo todo, a única coisa que me deixou com medo foi o cordão umbilical ser cortado daquela forma. Temos apenas uma hora. Você quer segurar? — Perguntou.
— Sim, claro... — Pegou a criança em seus braços, e logo seus olhos se encheram de lágrimas quando visualizou toda a imensidão nos olhos da garota de apenas um dia.
— O que foi? — Rachel encarou a amiga.
— Me perdoe por ter abandonado vocês na época em que vocês duas mais precisaram de mim. — Acariciava as mãos de Rachel.
— Fique tranquila. Tudo vai passar e assim que você sair dessa cama de hospital vamos comemorar e aproveitar tudo aquilo que não fizemos juntas! — Abraçou a amiga.
— Bom, agora vamos passar aqui mesmo para saber se está tudo nem com a neném.
— E o Tyler, pessoal? — Jade perguntou preocupada.
— Está abalado, muito abalado. — Lucas respondeu.
— Ele sequer foi ao enterro. — Completou Nick.
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Aurora arrumava o quarto de Elizabeth tentando manter o máximo possível da forma que a garota deixou.
Não conseguia conter suas lágrimas, afinal cuidou da garota desde que era muito pequena.
Lembrava de todos os desenhos, de todas as cartinhas. As apresentações dos dias dos pais e das mães em que sua família não estava presente e ela sempre cumpria esse papel.
Era simplesmente insuportável ter que carregar essa culpa, Elizabeth contou para Aurora sobre as ameaças, mas infelizmente as evidências foram roubadas por Livie e elas não puderam fazer nada.
O silêncio profundo do quarto corrompendo a cabeça de Aurora. Dilacerando seu coração. Trazendo uma terrível escuridão para sua vida.
Abriu uma das gavetas e encontrou um papel bem embrulhado, em envelope e com um lindo adesivo. Era evidente a presença de lágrimas que caíram ali.
Aurora lembrou que Elizabeth entregou aquela carta para ela e pediu para que só fosse aberta após a formatura, então a senhora a guardou naquela gaveta e a esqueceu por um momento.
Abriu o envelope e encontrou algo inusitado.
Novamente não conseguiu conter suas lágrimas.
A carta dizia:
"Querida Aurora,
Quero agradecer por todos esses anos, por ter cuidado de mim da melhor forma possível, por ter sido minha mãe, meu pai e a minha melhor amiga. Quero também pedir perdão por todas as vezes que te feri com palavras e com humilhações, você merece apenas amor.
Minhas palavras são como navalhas e agora, não posso mais transmitir essas palavras. Acabou Aurora.
Quando estiver lendo essa carta, eu estarei morta e eu já sei disso. Alguém está me perseguindo e eu não consigo saber quem é, sofri ameaças e até perseguições, afinal uma hora a vida se encarrega de dar o troco, e eu paguei por tudo que fiz com as pessoas aqui.
Obrigado por tudo e adeus. Eu até diria até logo, mas diferente de mim você é uma pessoa boa e irá para um lugar bom. Eu nunca fui boa, eu te amo..."
Aurora ao ler todas aquelas palavras emocionada, levou a carta até a delegacia e nessa hora a polícia de Tampa convocou todos para depoimentos rápidos na delegacia.
— Você sabia que Elizabeth estava sendo perseguida e ameaçada através de mensagens? — Era o que o delegado perguntava, mas não obtinha respostas de ninguém. Ele fez isso com todos os colegas de classe de Elizabeth.
Até chegar o último... Tyler McCoy.
— Tyler, você namorou Elizabeth, certo?
— Sim, ficamos juntos eu namorei Elizabeth por algum tempo. — Estava visivelmente abatido.
— Qual foi a causa do término? — Perguntou. — Se você se sentir confortável para contar, é claro. — Um advogado acompanhava o jovem.
— Descobri da pior forma que ela me traía... — Bateu a mão na mesa. — Com o motorista infeliz que morreu.
— Fique calmo. São apenas perguntas. Por acaso, você chegou a ajudar Livie em algo? Alguma forma de vingança? Uma brincadeira? — Perguntou.
— Você está louco? Eu amava aquela garota. Abri mão de muitas coisas por ela.
— Certo, entendido. E por último. Você sabia que Elizabeth estava recebendo ameaças?
— Sim, uma vez ela nos mostrou uma das ameaças, mas todos achamos que era uma brincadeira de mal gosto de alguém.
— Vocês poderiam ter salvo sua amiga. — Disse o delegado.
— Como assim? — Tyler perguntou sem entender.
— Pelo que nós entendemos, as ameaças foram avisos de que ela estava em perigo desde o começo. Aurora, sua empregada, já havia nos avisado. Mas se vocês amigos também tivessem avisado seria útil para a proteção da garota. Vocês viveram com a assassina por muito tempo e não perceberam isso, deveriam ter falado sobre as ameaças. — Disse o delegado. — Olhe só as fotos do celular de Livie que nós conseguimos extrair. — Mostrou as fotos de ameaças em formas de fotos, mensagens e postagens.
— Eu... E-eu preciso sair daqui. Não estou me sentindo bem. — Tyler começou a suar frio, suas pernas ficaram bambas, e as batidas de seu coração aceleraram, logo, ele encerrou o interrogatório e sumiu.
Os interrogatórios acabaram por aquele dia, mas as investigações da morte de Elizabeth haviam sido abertas, diferente de Rodrick e Selena, que simplesmente haviam sido mortos a sangue frio sem antecedentes, Elizabeth teve uma história por trás de tudo, foi perseguida e ameaçada.
Após Nicholas, Rachel e Lucas saírem do hospital, e constatarem que Heloísa estava bem, com o peso ideal e tudo certo, resolveram ir para um café onde as pessoas costumavam usar de ponto turístico na cidade de Tampa.
— Eu quero um hambúrguer com batata frita. — Disse Lucas para uma garota loira anotando em uma comanda preta.
— Eu quero o mesmo. — Rachel completou.
— Já que vão comer iguais, eu também vou. — Nicholas sorriu ainda um pouco abalado. — Lucas, não disse que gostaria de trabalhar perto de casa? Por que não tenta fazer uma entrevista e trabalhar aqui? — Perguntou.
— Ótima ideia! — Sorriu.
O dia era triste, nublado, frio e feio, e eles já haviam se martirizado muito. Estavam todos com os psicológicos estremecidos, e se pudesse sequer por um minuto esquecer de tudo, eles fariam isso.
Passaram o resto do dia celebrando a vida e agradecendo a Deus por enviar Heloísa com saúde e manter Jade a salvo.
Conversas, e comilança, assim se encerrava um ciclo, dando início a um novo.
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— Podemos voltar ao nosso interrogatório? — Perguntou o delegado para Livie que sorria com um copo de café nas mãos.
— Sim!
— O que além de toda a sua história comovente, te motivou a cometer o crime? — Perguntou
— Na realidade, nesse último mês Elizabeth subornou Rodrick para espalhar minhas fotos íntimas. É um ciclo vicioso que nunca teve fim. Isso foi só a cereja do bolo. — Explicou a garota enquanto olhava para sua advogada e confirmava tudo o que podia dizer ou não.
— Você considerava Elizabeth uma ameaça? — Perguntou o delegado.
— A maior ameaça de todas. Tinha meus segredos em suas mãos e realizava torturas psicológicas em mim dia após dia.
— Tudo bem, finalizamos por hoje.
A decisão de qual seria o destino de Livie Jonas não aconteceria agora. Mas pelo fato da garota ser menor de idade, seus exames já existentes comprovaram seus distúrbios e transtornos psicológicos e então, ela sairia da delegacia direto para um manicômio especial, com jovens e adolescentes.
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Por um momento em uma das conversas no café, Nicholas acabou percebendo uma foto esquisita no perfil do Instagram de Tyler, então imediatamente isso se tornou pauta.
— Vocês viram essa foto do perfil do Tyler? — Perguntou Nicholas já se levantando para ir pra casa.
— Ele excluiu todas e deixou apenas essa que foi postada a quinze minutos atrás, estranho. — Disse Rachel desbloqueando seu celular e vendo a foto também.
— O que tá na legenda? — Lucas perguntou.
— "Assim como um conto, toda história de vida tem começo, meio e fim. E esse é o meu, adeus a todos". — Lucas se assustou. — Gente, isso está estranho.
— Precisamos encontrar ele...
— Olhem a localização. — Gritou para a garçonete loira. — Coloque em nossa conta nós temos uma emergência. Prometo que depois voltamos para pagar.
— E pense na minha proposta de currículo… — Lucas procurou o nome da garota em seu avental. — Até mais, Hailey.
Os três saíram correndo tentando identificar a localização marcada na foto com seus conhecimentos de memória fotográfica, enquanto a atendente Loira apenas encarava o grupo limpando o balcão.
Após correrem durante sete minutos e meio chegaram em um local onde havia uma ponte, a mesma ponte da foto, um dos rios populares de Tampa, com uma profundidade extensa e ampla.
Tyler estava lá, chorando e parecendo estar decidido a pular daquela ponte.
— Tyler! Pare já o que está fazendo. — Nicholas gritou correndo. — Agora!
— Não. Não tornem isso mais difícil, eu imploro! — Fazia expressões faciais de dor e sofrimento, seu corpo estava tão próximo da beira, que talvez se o vento soprasse um pouco mais forte, o rapaz cairia.
— Você é um garoto lindo, Tyler. É inteligente, bondoso, encantador. suicídio nunca é a melhor saída, você vai fazer as pessoas que te amam sofrer? Os problemas não vão acabar! — Lucas gritou.
— Eu venho sendo paciente, eu venho esperando, mas eu preciso de um pouco mais que isso. Eu desisto! — Respondeu o garoto olhando para trás e encarando o rio vasto em que cairia.
— Você quer um motivo? Tome um motivo... — Rachel ergueu Heloísa enquanto instantaneamente a garota começou a chorar. — Olha só o que você fez! Você criou um ser lindo, mágico, que veio para cessar o mal e trazer a paz para nossos corações.
O silêncio tomou conta daquele lugar por um minuto.
— Eu poderia ter salvo Elizabeth, Rodrick e Selena. Eu podia impedir tudo! Era para eu ter morrido, e não eles! — Gritava com os pés na ponta da ponte.
— Tyler... Você tem uma família, por favor! — Nick estendeu o braço.
Tyler pareceu hesitar, encarou todos, um a um, mirou em Heloísa e logo um flashback com todas as coisas boas de sua vida vieram em sua cabeça. Seus pais, seus parentes, sua infância, a escola.
As memórias dele soprando a vela de aniversário e todas as pessoas batendo palmas, o vôlei na praia, o skate, as festas, o gosto do chocolate, os momentos bons em família.
Uma imagem de ele no parque correndo em um campo florido e Heloísa atrás tentando alcançar, e de repente tudo se escureceu. O sol se pôs virando noite, e então Tyler estava de volta a sua atmosfera.
Balbuciou e pulou fazendo a coisa certa, caindo no chão do lado seguro. Imediatamente todos correram de encontro com o rapaz desnorteado e perdido.
— Obrigado por tudo. — Começou a chorar ajoelhado no chão. — Eu preciso de ajuda.
Imediatamente um abraço se formou e os quatro adolescentes se apertaram com força no chão, enquanto choravam.
— Você não está sozinho. — Rachel depositou um beijo em sua testa.
E nessa tarde, uma vida foi poupada, três anjos ajudaram alguém que já não via mais sentido em nada. O mais afetado em toda a situação. O suicídio nunca é a solução, você não está sozinho, e com certeza é apenas uma fase delicada que precisa de tratamento especial.
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Alguns dias se passaram e agora um sol ardente já tomava conta da cidade novamente, Lucas aproveitou que passou na primeira etapa da seleção para trabalhar no Tampa's coffee e voltou para a segunda.
Estava com uma camisa branca, uma calça jeans e segurava uma pasta de couro preto com todos seus documentos.
Entrou limpando os pés no tapete e encarou o letreiro com letras azuis neon. Não demorou muito para ele se sentar em uma das mesas e ser atendido.
— Olá, boa tarde. Já sabe o que vai pedir? — A mesma garota de cabelos loiros surgiu com seu avental verde e bandana.
— Oh, não! Vim para a segunda etapa da entrevista!
— Certo, então pode me seguir… — Sorriu. — Me chamo Hailey, caso não tenha lido o crachá! — Gargalhou, era uma moça muito simpática.
— E eu me chamo Lucas! — Retribuiu o comprimento.
Entraram em uma sala com um armário, uma mesa, uma cozinha e um banheiro.
— Pra te falar a verdade, os funcionários de RH chamam os candidatos para a segunda etapa para dizer que, parabéns, você foi aceito! — Se virou rapidamente e entregou nas mãos de Lucas um pacote com aventais, luvas, toucas e bandanas tudo no tamanho dele.
— Ai meu Deus! — Lucas deu três pulinhos e em seguida instantaneamente abraçou Hailey.
— Sou responsável pelo seu treinamento.
— Ótimo, seremos bons amigos! Quando eu começo?
— Agora! — Sorriu.
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— Pode entrar! — Disse a enfermeira de cabelos ruivos e altura, responsável pelo hospício.
— Preciso falar com a garota a sós! — Disse a pessoa encapuzada e com um sobretudo preto.
Imediatamente a enfermeira soltou a bandeja vendo de quem se tratava e os deixou a sós.
— O que você quer comigo? Eu fiz tudo o que você pediu. Eu acabei com a vida de Elizabeth e você não cumpriu a sua parte do acordo… — Livie estava com olheiras profundas de coloração roxa e cabelos bagunçados.
Sua pele estava mais pálida e perdido todo o rubor, sua pupila estava dilatada e a garota rangia os dentes quando estava calada.
— Você também teve os seus motivos para querer matar. — Deu uma risada sarcástica e medonha. — Você não me engana, Livie.
— Estou sendo dopada todos os dias! — Respondeu a garota. — Esse lugar é horrível! — Estava amarrada a uma camisa de força, pois havia agredido cinco funcionários, sendo um deles com perfuração, outros dois com o próprio dente e os restantes com as táticas de artes marciais.
— Isso tudo vai acabar, e quando você menos esperar a minha parte do acordo será feita. Mantenha-se forte, vadia. — Levantou se forma sorrateira, depositou um beijo na testa de Livie e deu as costas sumindo na vastidão do hospício.
Continua...
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Acabou!
Espero que tenham gostado.
Ai gente eu tô muito emocionado com meu primeiro livro concluído!
Obrigado por todos que me apoiaram nesses quatro meses!
Apenas obrigado por tudo!
Não se esqueçam de recomendar o livro que agora está COMPLETO e lembrem-se: Nas situações difíceis, sempre TENTE RESPIRAR!
E claro, esse livro já tem uma continuação disponível no meu perfil.
Beijos e nos vemos em "Criminal", a conclusão da duologia: caos e sangue.
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Tente Respirar - [Concluído] • 1
Misteri / ThrillerDuologia: Caos e Sangue. • 1 O último ano do ensino médio é muito aguardado por todos, mas é tão bom quanto parece ser? Muitas coisas podem acontecer durante um semestre, ainda mais quando o ensino médio se trata de jogadores, vadias más, nerds, beb...