Tudo o que você sempre quis,
Foi alguém que pusesse todo o crédito
Que você não pôde debitar
Em si mesma.
Você engoliu cada esperança
Como se fosse carvão,
Elas simplesmente caíam em seu estômago
Enquanto o peso te paralisava.
Tudo o que você sempre quis,
Foi ser amada.
Agora o Barba-Azul a estilhaça em uma gaiola
E você continua engolindo carvões.
Tudo o que você sempre quis,
Foi o contrário do que você sempre teve,
Ainda assim, você aceitou cada carvão,
Porque acreditou que o mínimo era o máximo que merecia ter.
E agora, o Barba-Azul finalmente os descobre,
Arranca seus carvões e os cospe na lixeira
Porque tudo o que você sempre teve,
Estava apenas a um passo de te matar
E você achava que merecia isso,
Porque foi você quem pediu por um amor todo azul.
E enquanto estava caída, empoçada em sangue
Tudo o que conseguia pensar era:
"Você não pediu por isso?"
08/03/19.
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Florejaste
PoetryUma longa jornada sobre perder pétalas e reencontrá-las em algum lugar, alguma estação, sob algum luar. Um livro sobre (re)florejar. 🏅 #1 em Poemas (30/01/2019) 🏅 #3 em Novos Talentos Poemas (01/07/20)
