...começa o fim...

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(May)

Mesmo depois de ser maltratado pelo meu pai,Henri prestou os primeiros socorros,pegou ele no colo como se não pesasse nada e colocou dentro do carro.
"May,pega os documentos dele...você ou sua mãe vem comigo!"ele disse.
Fiz tudo que ele mandou, apesar de estar meio atordoada com tudo aquilo.
Minha mãe pediu para que eu fosse com eles.
Entramos no carro,Henri deu a partida enquanto dirigia fez uma ligação...
"Marcus é uma emergência..."ele falou sério.
"O que aconteceu e como posso ajudar?"Marcus questionou.
"Estou em Floreiro,fica a 6 horas da capital...você me disponibiliza o helicóptero para transportar o pai de May para o nosso hospital?Estou levando ele pra santa casa da cidade mas,não deve ter boas condições para o estado de saúde dele."ele explicou.
"Já está a caminho,meu amigo...estaremos com uma equipe a espera de vocês."Marcus falou.
"Obrigado."Henri agradeceu e desligou.
Esse era o homem que meu pai não queria para ser meu marido...
Um homem que mesmo depois de ouvir,tudo que ouviu estava fazendo de tudo pra salvar a vida do meu pai.
Pois bem,por mais que doesse meu coração estava decidido...
Meu pai casou com minha mãe e teve a família dele...
Eu era uma mulher adulta,independente desde muito cedo...
Eu iria lutar por Henri e formar minha família com ele,mesmo que pra isso,eu tivesse que deixar meus pais e meus irmãos pra trás...
Henri estacionou em frente a santa casa...mostrou a CRM para recepcionista e falou que o estado do meu pai era grave.
Um enfermeiro trouxe uma maca enquanto Henri falava em termos técnicos com o outro médico.
Depois veio até mim e pediu pra que eu entrasse em contato com a minha mãe,se ela queria ir junto conosco para capital.
Liguei para ela mas,meu irmão que atendeu:
"O que aconteceu Maria?A mãe tá aqui nervosa,não pára de chorar..."ele questionou preocupado.
"Depois eu explico...estou levando o pai pra capital,o estado de saúde dele é grave,cuida da mãe que vou dando notícias..."falei.
"Tá bom..."ele disse e desligou.
Não demorou muito tempo para o helicóptero chegar.
"E seu carro?"perguntei.
"Marcus mandou um colega para levá-lo de volta para cidade..."ele disse.
Entramos e seguimos para o hospital...
Meu noivo a todo momento corria contra ao tempo para que meu pai saísse vivo e bem dessa situação.
Chegamos ao hospital,Henri veio conversar comigo para que eu ficasse na sala de espera ,qualquer novidade ele viria me falar.
Pois bem,ele ficou trancado horas lá dentro com meu pai e uma equipe...
De vez enquanto vinha uma enfermeira me dar notícias e conversar um pouco comigo...
Eu tomava café e não conseguia comer nada...
Finalmente,Henri surgiu na sala e eu corri para abraçá-lo.
Ele me abraçou mas,foi um pouco frio e eu tentei me conter por estar em seu ambiente de trabalho.
"Seu pai está bem May...teve que passar por uma cirurgia de emergência mas,acredito que tudo ficará bem...Vai pra casa,liga pra sua mãe,toma um banho,descansa...qualquer notícia te ligo..."ele falou mas,parecia distante,um profissional e não meu noivo.
"Você vai ficar aqui?Vem comigo pra casa..."pedi.
"Preciso ficar aqui...como fui eu quem fez a cirurgia preciso ficar..."ele disse simplesmente.
"Tá bom...me liga por favor,vem pra casa quando poder...acho que a gente precisa conversar um pouco..." falei.
"Tá ok,pedi pra um táxi levar você...ele já está esperando...por favor ,descansa..."ele me pediu.
"Doutor Henri,precisamos de você..."a enfermeira interrompeu.
"Tenho que ir...não se preocupe...qualquer novidade te ligo."
Foram suas últimas palavras antes de sair.
Desci o elevador com o coração apertado.
Quando cheguei na porta do hospital,um taxista me chamou.
Cheguei em casa,liguei para minha mãe e disse que estava tudo bem:
"Maria...por quê você fez isso com a gente?"ela disse e começou a chorar...
"Desculpa mãe...por mim vocês jamais saberiam que eu sou mulher da vida..."falei.
"Não estou falando disso...você era uma menina quando saiu daqui,cheia de sonhos,foi levada pra um lado errado...mas eu te perdoo pois fez de boa intenção,querendo o melhor para gente...agora,trazer aquele moço de cor pra nossa casa?Acho que foi a maior decepção que seu pai sofreu na vida...espero que ele sobreviva a esse choque..."ela disse e eu não acreditei no que estava ouvindo da minha mãe,que se dizia tão religiosa...
Preferi não discutir...
"Tenho que desligar mãe.qualquer novidade te ligo..."falei.
Liguei para Kill mas,ela não atendeu,deveria estar trabalhando.
Tomei um banho quente...fiquei um tempão no chuveiro pensando em tudo que aconteceu.
Me enrolei na toalha,deitei na cama e chorei...chorei...porquê sabia que tudo que estava por vir era muito doloroso...
De um sonho,virou um pesadelo...
Eu nunca pensei que teria que escolher entre minha família ou Henri...
Mas Henri era meu amor pra toda à vida,meu felizes para sempre...
E eu não abriria mão de viver isso com ele...

Ousado 2Onde histórias criam vida. Descubra agora