Encantado por ela

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(Henri)

Eu sorria feito um bobo...
Se amor era isso,só posso dizer que é um sentimento muito bom.
No hospital apesar de ser sempre simpático e querido com meus pacientes e colegas de trabalho,eles andavam dizendo que eu andava com um brilho diferente no olhar.
Meu telefone tocou e era May...
"Oi linda!boa tarde...tudo bem?"cumprimentei-a.
Ela deu aquela risadinha que fazia ela parecer uma adolescente... e que eu adorava...
"Tudo bem Henri...e você?"ela perguntou.
"Devo usar o clichê e dizer, melhor agora ouvindo sua voz..."falei.
Ela riu e disse que usaria o mesmo clichê...
"Queria te ver...conversar com você..."sua voz era tão doce.
"Quero te ver também...mas vou estar livre só amanhã de manhã..."falei.
Ela soltou um suspiro de decepção...
"Tudo bem...eu levo o café pra você..."May disse e lembrei quando fiquei divagando se ela gostava de café...
Sorri...
"E você gosta do seu café como?"questionei.
"Preto e amargo...passado no coador..."
Fiz uma careta...
"Eu gosto com leite e bastante espuma..."disse e ela riu alto .
"Você é fresco,hein?eu sou uma garota do interior...puro e amargo..."May falou.
"Então eu quero um bolo feito por você,garota do interior..."disse.
"Se você quiser morrer...sou péssima na cozinha...diferente de você ,que cozinha maravilhosamente...pelo que me lembro...num passado distante..."ela falou e eu não parava de rir.
"Isso é uma crítica porquê não cozinhei mais pra você?Pois bem,farei um bolo pra acompanhar seu café..."disse.
"Farei um coraçãozinho na espuma do seu café pra compensar..."
Essa garota me mata,me tirando desse jeito...
Me chamaram,confirmei nosso café e me despedi antes de desligar.
No dia seguinte ela chegou com os copos...
"Bom dia...e antes que você fale alguma coisa,eu fiz o café...não comprei..."ela abriu aquele sorriso lindo e me deu um beijo na boca.
"Bom dia...acordar linda e de bom humor é pro cara casar com uma mulher dessas..."falei.
Ela pôs os copos sobre a mesa que já estava posta e a sua espera...
"O que dizer de um homem desses então?"ela disse olhando pra mesa.
Um vaso de flores,suco de laranja,frutas,pães e um bolo fresquinho.
Falei pra ela sentar e sentei em seguida.
Cortei uma fatia do bolo e coloquei no seu prato.
"Sua comida lembra a minha casa..."May falou de repente.
"Que bom que te trago lembranças boas..."disse.
"Sim,muito boas..."ela falou e pôs uma garfada no boca.
Fechou os olhos e suspirou...
"Está uma delícia!"elogiou.
"Como tudo que eu faço..."provoquei malicioso.
"Tenho que concordar...estou tentando achar seu defeito..."ela brincou.
"Você conseguiu extingui-lo...meu defeito era não querer me prender a uma mulher só e hoje só uma não sai da minha cabeça..."falei e acariciei seu rosto.
"Fico lisonjeada por isso...e te digo que comigo não é muito diferente..."ela falou.
"Então...você quer namorar comigo?" perguntei direto,sem rodeios.
"Adoraria dizer sim,sem pensar muito...mas,você sabe a vida que levo...que sou garota de programa...tenho planos de mudar...mas,tem tanta coisa que tenho pra te falar...quero ser sincera,afinal você quer namorar comigo...mesmo eu sendo uma puta..."ela riu mais amarga que irônica...
"Ei...eu já fui um puto também...e mesmo assim você quer namorar comigo..."falei e ela deu uma risada desta vez mais leve.
"Bobo..."ela falou e baixou a cabeça pegando minha mão.
"Henri antes de qualquer coisa você precisa saber minha história..."May disse e então começou a falar...
Contou toda sua história e não me surpreendeu dos pais dela não saberem que ela faz programa e que pra todos ela é enfermeira.
"Tenho planos de estudar,de fazer isso de verdade...quando me falou que já foi garoto de programa e hoje é médico...estou com 28 anos...apesar de ser muito boa no que faço,o mercado está sempre se renovando...muitas garotas de 18 caindo na vida por querer ganhar dinheiro rápido."ela disse.
"Vou te apoiar May...vou estar do seu lado...vou respeitar seu tempo e seu trabalho...se você quer estudar,vou te orientar...e...não vou mais no seu trabalho...vou respeitar seu espaço..."falei.
Uma lágrima correu pelo seu rosto.
Ela me beliscou e eu dei um grito fingindo dor e alisando meu braço.
"Era só pra ver se você é de verdade mesmo..."ela brincou.
"Vou adorar te mostrar que sou de verdade..."falei me levantando, pegando-a e jogando ela sobre meu ombro...
Ela gritou surpresa...
Essa gata iria ter o que nenhuma outra teve...
Eu,por inteiro...

Ousado 2Onde histórias criam vida. Descubra agora