Contra o resto do mundo

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(May)

Chegamos de mãos dadas ao hospital...
Quando nos viu juntos meu pai ficou pálido...
"Pensei que tínhamos um acordo..."ele falou pra Henri.
"Eu aceitei seu acordo...mas,eu amo sua filha e estou disposto a fazer de tudo pra ficar com ela...já que essa não é só minha vontade,como a dela também...eu gostaria que o senhor pudesse enxergar além da minha cor...sou um bom homem,trabalhador,quero sua filha como minha esposa...saberei tratá-la com o amor e o respeito que ela merece."Henri foi firme e eu amei vê-lo defender nosso amor dessa maneira.
"E eu não abrirei mão de ser esposa de Henri...Eu amo vocês...vocês sempre estiveram em primeiro lugar na minha vida mas,chegou a hora de eu construir minha própria família."eu disse.
"Eu estou morrendo minha filha...eu não vou aguentar..."ele falou e colocou a mão no peito.
"Henri!"falei nervosa.
"É isso que você quer Maria?Matar seu pai?"minha mãe gritou comigo.
"A doença de seu pai não tem nada haver com a decisão de ficarmos juntos..."Henri disse.
Meu pai tirou a mão do peito e voltou ao normal...
Foi só uma encenação...
Porém ele foi firme nas palavras duras que me disse em seguida:
"Pois se tomou sua decisão eu tomo a minha!Eu não te considero mais minha filha!"ele falou.
Confesso por dentro eu cambaleei mas,por fora eu me mantive firme,segurando a mão de Henri...
"Que seja assim então!"disse.
"Maria!"minha mãe disse aos prantos.
Henri chamou a enfermeira pelo botão ao lado da cama.
Ela deu uma dose de calmante para cada um.
Saímos do quarto...
No corredor,Henri me perguntou se eu estava arrependida da decisão que tomei...
"Jamais...seremos nós dois contra o resto do mundo...se você estiver do meu lado eu não temerei nada...talvez seja errado eu pensar assim mas,meus pais precisam mais de mim do que eu deles..."falei .
"Sim...só uma coisa não abro mão...seu pai terá toda a assistência médica que precisar..."ele disse.
"Às vezes tenho vontade de te beliscar,pra ver se você existe mesmo..."brinquei..
"Pode beliscar mais tarde...agora temos que ir a casa de Marta,você precisa fechar esse ciclo."
Eu balancei a cabeça afirmando que sim.
Henri falou para enfermeira qualquer coisa entrar em contato.
Descemos e entramos no carro,logo chegamos na casa de Marta.
Ela ficou feliz por mim...chorava feito uma criança...
"Você está levando a melhor menina que já tive nesta casa...trate ela muito bem."ela disse e como eu gostaria que tivesse sido fácil assim com meus pais.
Me despedi dela com um abraço e das meninas que estavam ensaiando...
Quando aquela porta se fechou atrás de mim eu tive a certeza que era pra sempre.
Minha vida como "santinha" havia chegado ao fim...

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