O canto dos pássaros misturado com o ronco de Grunny formou a melodia que Flippo ouviu ao despertar. Ele se atirou do chão, tentando precaver alguma coisa, pegou o arco que estava ao seu lado e olhou para o companheiro estirado.
- Grunny, vamos acorde! Grunny!
- Ah, oi... o que...
- Vamos, precisamos retomar nossa caminhada. Pelo canto dos pássaros o sol já deve ter nascido.
- Puxa, já? Parece que nem dormi e meu corpo está todo dolorido. - disse se espreguiçando.
- Não podemos demorar. Como vamos sair daqui? - disse Flippo olhando para as paredes que os protegiam.
- É simples, eu ordeno aos CTQ'ls.
- Espere, deixe eu me armar, pegue sua varinha. Pronto?
- Sim, pronto. T abra-se.
A parte triangular do lado se desgrudou do teto e fez o movimento de uma porta. Alguns pássaros voaram, o dia estava claro e algumas folhas se moviam, ora seguindo o vento, ora sendo movimentadas por animais silvestres.
Os dois foram saindo, Flippo avaliou o local e constatou que podiam seguir viagem.
Grunny recolheu suas pedras e depois de fazer suas necessidades matinais estava pronto para seguir. Flippo dividiu o resto da caça que havia sobrado com o amigo e foram caminhando pela floresta com as armas à postas.
Como a floresta parecia ser muito densa e também desconhecida, preferiram seguir pelo entorno dela junto a costa, era um forma de terem certeza que estavam indo para uma direção e não andando em círculos.
Flippo que os conduzia.
Ao meio do dia fizeram uma parada, sem muito sucesso com as caças. O sol estava quente e as vestes dos dois nortenhos haviam sido reduzidas, o clima era muito agradável e ameno aos dois.
A tensão nos ombros de Flippo estava mais tranquila, porém ele rodava seus braços tentando relaxar.
- Até onde vamos seguir Flippo? Meus pés estão me matando!
- Precisamos continuar, senão podemos ser comida de gigante! É o que você prefere?
- Não... claro que não, só não esperava passar por tudo isso. Você conseguiu ver a encosta?
- Ainda não, não ouço mais o barulho do mar. Essa região parece estar mais encoberta pela mata.
- Só espero que não estejamos indo para onde eu imagino estar... - Grunny relembrou de seu mestre orientando-o a não seguir por fora da estrada.
Flippo tirou sua mochila das costas e começou a remexer em alguns pergaminhos, viu as folhas escritas que o drow o havia entregado antes de partir.
- O que são essas inscrições? Nunca vi nada igual! - contemplou Grunny admirado.
- São músicas, ou os encantamentos que meu mestre me deu antes de partir.
- É com elas que faz sua magia?
- Sim, preciso delas para fazer o encantamento, só não sei o que elas provocam. Preciso começar a treinar essas canções, pode ser que nos ajude.
- Não sei se é o melhor momento para isso... no meio de uma floresta selvagem.
- Sim, você tem razão. - Flippo guardou os pergaminhos de volta - precisamos continuar.
A caminhada levou mais algumas horas até que os galhos e as árvores foram mudando de aspecto. Eles estavam secos e retorcidos, dificultando muito a passagem. Seguiram até verem que a vegetação formava um paredão à frente que se ligava com o morro na lateral.
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As Aventuras de Flippo e o Trinustempus
PertualanganHá quase um ano do desmoronamento que soterrou sua mãe nas minas anãs de Bedaürinde, Flippo toma conhecimento de um torneio que tem como prêmio viajar no tempo. Instigado pela lembrança da mãe, o pequeno parte rumo à essa aventura. Na companhia do...