13. O guardião da floresta

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O canto dos pássaros misturado com o ronco de Grunny formou a melodia que Flippo ouviu ao despertar. Ele se atirou do chão, tentando precaver alguma coisa, pegou o arco que estava ao seu lado e olhou para o companheiro estirado.

- Grunny, vamos acorde! Grunny!

- Ah, oi... o que...

- Vamos, precisamos retomar nossa caminhada. Pelo canto dos pássaros o sol já deve ter nascido.

- Puxa, já? Parece que nem dormi e meu corpo está todo dolorido. - disse se espreguiçando.

- Não podemos demorar. Como vamos sair daqui? - disse Flippo olhando para as paredes que os protegiam.

- É simples, eu ordeno aos CTQ'ls.

- Espere, deixe eu me armar, pegue sua varinha. Pronto?

- Sim, pronto. T abra-se.

A parte triangular do lado se desgrudou do teto e fez o movimento de uma porta. Alguns pássaros voaram, o dia estava claro e algumas folhas se moviam, ora seguindo o vento, ora sendo movimentadas por animais silvestres.

Os dois foram saindo, Flippo avaliou o local e constatou que podiam seguir viagem.

Grunny recolheu suas pedras e depois de fazer suas necessidades matinais estava pronto para seguir. Flippo dividiu o resto da caça que havia sobrado com o amigo e foram caminhando pela floresta com as armas à postas.

Como a floresta parecia ser muito densa e também desconhecida, preferiram seguir pelo entorno dela junto a costa, era um forma de terem certeza que estavam indo para uma direção e não andando em círculos.

Flippo que os conduzia.

Ao meio do dia fizeram uma parada, sem muito sucesso com as caças. O sol estava quente e as vestes dos dois nortenhos haviam sido reduzidas, o clima era muito agradável e ameno aos dois.

A tensão nos ombros de Flippo estava mais tranquila, porém ele rodava seus braços tentando relaxar.

- Até onde vamos seguir Flippo? Meus pés estão me matando!

- Precisamos continuar, senão podemos ser comida de gigante! É o que você prefere?

- Não... claro que não, só não esperava passar por tudo isso. Você conseguiu ver a encosta?

- Ainda não, não ouço mais o barulho do mar. Essa região parece estar mais encoberta pela mata.

- Só espero que não estejamos indo para onde eu imagino estar... - Grunny relembrou de seu mestre orientando-o a não seguir por fora da estrada.

Flippo tirou sua mochila das costas e começou a remexer em alguns pergaminhos, viu as folhas escritas que o drow o havia entregado antes de partir.

- O que são essas inscrições? Nunca vi nada igual! - contemplou Grunny admirado.

- São músicas, ou os encantamentos que meu mestre me deu antes de partir.

- É com elas que faz sua magia?

- Sim, preciso delas para fazer o encantamento, só não sei o que elas provocam. Preciso começar a treinar essas canções, pode ser que nos ajude.

- Não sei se é o melhor momento para isso... no meio de uma floresta selvagem.

- Sim, você tem razão. - Flippo guardou os pergaminhos de volta - precisamos continuar.

A caminhada levou mais algumas horas até que os galhos e as árvores foram mudando de aspecto. Eles estavam secos e retorcidos, dificultando muito a passagem. Seguiram até verem que a vegetação formava um paredão à frente que se ligava com o morro na lateral.

As Aventuras de Flippo e o Trinustempus Onde histórias criam vida. Descubra agora