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Andreas Samaris

Nem acredito que a tinha convencido.

Após uma hora e meia a falar dentro do carro, a morena acabou por ceder. Há quanto tempo a minha mente pedia por isto.

Lembro-me de quando éramos miúdos, de algo do género ter acontecido. Morava com os meus pais na altura, a rapariga corava a cada degrau que subia. Nunca antes havia feito algo assim e apesar disso, aceitou.

Subiu as escadas, adentrou pela casa dos meus pais e fechou-se no meu quarto comigo. Porém, não passou disso. Conversa, um pequeno beijo, uma noite que não me saiu da cabeça.

Estava ligeiramente mais embriagado há dez e pouco mais anos atrás.

Observava a morena a subir as escadas, embora tivéssemos um elevador. Não me podia queixar, dada a minha visão.

Tudo o que me passava pela cabeça era arrancar cada peça de roupa do corpo dela. Ter o que não tive há anos atrás, ter sido o primeiro a conhecê-la de todas as maneiras. No entanto, sempre fui burro. E indeciso.

Tudo em relação à Kataleya sempre me deixou confuso. Sem saber o que fazer. Ou o que sentia até. Era um erro atrás do outro. E ainda assim, era comigo que estava hoje.

- Pelo menos os teus pais não estão em casa.

Despertei dos meus pensamentos, vendo-a com um sorriso tímido nos lábios.

Ela lembrava-se.

- Ainda te lembras?

- Nada relacionado contigo é possível esquecer Samaris. - Deixou escapar e o seu rosto tomou o tom rosado que tão bem conhecia.

Rodei a chave na fechadura, dando-lhe visão do meu apartamento. Lentamente, entrou pelo apartamento e observou os pequenos detalhes, mostrando-se satisfeita.

Não mais que eu, ao vê-la no meu território.

Pousei as chaves na mesa, à medida que as suas ancas passeavam pela minha sala de estar, deixando-me... Desejoso.

Não queria forçar nada, mas a verdade é que o aperto aumentava cada vez mais.

A morena pousou a mala no sofá, olhando para mim. Os olhos brilhavam cheios de intensidade e malícia. Observou-me de alto a baixo. Ela não imaginava as diversas emoções que despertava em mim quando o fazia.

A vontade de a deitar no meu sofá e mostrar-lhe tudo o que andamos a perder. Era isso que queria. Só não sabia se devia.

- E então?

Lambeu os lábios, estes entreabertos. O clima estava demasiado pesado. Há muita tensão. Ela sentia-o tão bem quanto eu. Caminhou de uma forma lenta e torturante até mim.

Estava completamente paralisado por ela.

Não a queria desrespeitar ou fazer pensar algo errado... Uma tarefa muito árdua.

Principalmente para mim, que a desejava desde a primeira vez que nos cruzamos. Nunca a tive por completo. Nem por um terço.

Conseguia estragar tudo antes disso.

A rapariga parou, perigosamente, perto. Sentia a sua respiração leve no meu queixo, enquanto nos olhávamos mutuamente.

Ela queria. Tanto ou mais que eu. Só não sabia se era certo ou errado.

Levei a mão ao pescoço dela, reparando no seu rosto corado e expressão surpreendida. Porém, não recusou. Ela queria tanto quanto eu. Tinha melhor controlo, apenas isso.

Sem qualquer permissão, ataquei os lábios dela com todo o desejo que sempre controlei. Para a minha surpresa, ela correspondeu.

Senti tudo a relaxar dentro de mim. Os lábios e o corpo dela contra o meu...

Era tudo o que precisava.

διαχρονικά  ➛  ANDREA SAMARISOnde histórias criam vida. Descubra agora