Capítulo 12 - Último

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— Quantos filhos você vai querer, Sakura? — Sasuke perguntou baixinho.

Aquela noite fora uma daquelas ocasiões em que ele fizera amor com ela com toda a calma. Primeiro, ele beijou cada centímetro de seu corpo, desbravando-a com mãos devastadoras e dedos conhecedores, até que finalmente, quando ela achava que seu corpo não agüentava mais, ele a dominou.
Foi tão lindo!
Agora ambos estavam deitados na cama, quentes e exaustos, ele com o braço sobre ela, respirando o ar que exalava, transformando o ar em mais uma fonte de carícias.

— Eu pensava em ter uns três filhos — ele continuou. — Com pelo menos um garoto para tocar para a frente o negócio da família! Acho que devemos começar a fazer bebês assim que nos casarmos, você não acha?

Sakura sentiu um nó no estômago e, por um momento, não conseguiu dizer nada. Sasuke rolou para seu lado na cama e olhou para ela, passando o dedo gentilmente sobre a linha de seu nariz.

— A idéia não lhe agrada? Você gostaria de esperar mais um pouquinho?
— Existe algo que preciso lhe dizer. — A voz dela saiu frágil, como um sussurro áspero, e ela nunca sentiu tanto medo em sua vida inteira. Aquele era o momento do tudo ou nada.

Sasuke franziu o cenho levemente.

— Diga logo. Mas não me diga que não vai querer ter filhos, pois...
— Sasuke, não é isso.

Ela notou seu alívio e se sentiu ainda mais culpada.

— É que eu não posso ter filhos. — Pronto. Ela dissera!

Todos aqueles meses de agonia haviam acabado. Mas ela não queria ver o rosto dele, sua mágoa, sua decepção. Então, ela virou para o outro lado de ombros encolhidos e fazendo o máximo de força para conter as lágrimas.
Ela sentiu que ele ficou tenso, sentiu sua raiva e amaldiçoou a si mesma por ter deixado a coisa ir tão longe.

—Há quanto tempo você sabe disso? — ele perguntou com toda a calma, a voz cuidadosamente controlada.
—Desde que eu... perdi o bebê — ela confessou, dobrando os dedos e desejando desesperadamente estar a milhões de quilômetros dali.
— Então por que você não me disse? — Ainda não havia traço de emoção em sua voz.
— Eu tentei contar duas vezes — ela admitiu. — Mas você não estava no clima para ouvir. Mas eu não podia me casar com você sem dizer isso, e sinto muito por decepcioná-lo. Se você quiser deixar tudo para lá, eu vou entender.

Houve um longo silêncio. Tão longo que ela entendeu que seu relacionamento estava condenado. Lágrimas rolaram por seu rosto e tudo que ela sentiu foi vontade de morrer.
Mas ele finalmente falou.

— Sakura, não se torture. — Ele lhe tocou os ombros e forçou-a a olhar para ele. Mas Sasuke tinha o rosto pálido, apesar da pele bronzeada, e ela sentiu que ele estava profundamente magoado. — A culpa é tão minha quanto sua.

Sakura franziu o cenho, sem conseguir entender sua lógica. Isso era algo que ela não estava esperando. Ela esperava palavras duras e recriminação. Pensava que ele fosse pular da cama e dizer para ela sumir de vista, e que ele nunca mais queria vê-la outra vez.

— Como isto pode ser culpa sua? — ela perguntou debilmente.
— Porque fui eu quem a engravidou! E você deve ter perdido o bebê por causa do estresse da separação. Se eu não trabalhasse tão duro, se não tivesse transformado sua vida naquele inferno...
— Sasuke, não foi culpa sua — ela alegou. — E eu lamento tanto. Falei sério quando disse que não devíamos nos casar. Não posso lhe dar o que quer. Não seria justo. E peço desculpas mais uma vez por não ter lhe contado antes. — Lágrimas rolaram por seu rosto e ela soluçou descontroladamente.

Sasuke tomou-a em seus braços e esperou que ela se recompusesse.

— Sakura, eu amo você... e não o que você pode fazer por mim. Não quero viver sem você. Quero me casar com você. Quero você ao meu lado pelo resto da vida. Talvez os médicos tenham se enganado. Vamos procurar o melhor ginecologista que o dinheiro puder pagar. O que tiver de ser será. Mas pelo menos ainda terei você.

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