Epígrafe

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As negras penas que flutuam tangentes
Surgem latentes no despertar da alma sangrenta.

Craw! Craw!
Grita o pássaro
Sua voz a perfurar os recantos sombrios
Como uma seta vermelha
Que escapa entre os dedos
E atinge o vazio.

Craw! Craw!
Grita o pássaro
Imerso nas asas do frio luar
Que acalenta os rubros campos
Cheios de resquícios de memórias
Líquidas
Pútridas
Fétidas
Inebriantemente metálicas
Escorrendo pelas fendas do manchado solo
Adentrando o duro e vil ambiente
Dos mortos.

Craw! Craw!
Grita o corvo
Levando nas costas o segredo
Que pesa e muda o vôo
Rumo à destruição
Do indestrutível
Deixando para trás
Apenas um rastro de lamúrias e lágrimas, da Alma,
negra fuligem.

Nas Asas do Corvo Onde histórias criam vida. Descubra agora