Era a segunda vez que acordava de ressaca em menos de um mês.
Isso teria que parar.
Minha cabeça novamente latejava e ao tentar levantar da cama fiquei zonza.
Foi então que percebi que estava com a mesma roupa da noite anterior. Isso fez com que minha mente saísse do automático e levantasse da cama atenta.
Aí eu vi que não era minha cama.
E depois que não era meu quarto.
As paredes cinzas com preto me eram desconhecidas e igualmente os lençóis negros.
- Onde é que eu vim parar...? - me perguntei levando a mão a cabeça latejante.
- No meu apartamento senhorita.
Jhonatan entrou de súbito no quarto me dando um susto. Trazia uma bandeja nas mãos. Estava levemente despenteado o que o deixava ainda mais atraente e vestia uma calça jeans com uma camisa casual.
Eu era a única pessoa que ficava de porre depois que bebia?
- Oi? - arregalei os olhos - Aah-ah eu, a gente... - eu olhava pro dono da casa e pra cama enquanto balbuciava incompreensívelmente
- Calma antes que fique gaga pra sempre, trouxe o café da manhã mais comum por aqui, principalmente pra quem está com ressaca. - ele depositou a bandeja em meu colo.
- Isso aqui dá pra alimentar um batalhão inteiro tem certeza que é um café da manhã?
Na bandeja havia pão, linguiça, torradas, geléia, ovos e bacon, feijão e um suco natural de laranja.
- É parecido com um brunch americano. A gente não é muito acostumado a almoçar. Coma, vai te fazer bem.
- Antes disso, o que aconteceu?
Acho que estava estampado em minha cara o medo da resposta, tanto que ele deu um sorriso matreiro em minha direção, o que serviu apenas para me deixar ainda mais constrangida.
- Não precisa se preocupar não aconteceu nada - respondeu implicitamente - a gente se embebedou demais ontem, e acabamos vindo pra cá, mas antes que qualquer coisa acontecesse você caiu no sono. E logo em seguida eu também. - riu envergonhado.
- Veja pelo lado bom, ao menos não caímos na rua, nem amanhecemos na calçada. - comecei a comer do conteúdo da bandeja enquanto o clima ficava menos tenso.
Depois do breve relato eu comecei a me lembrar das cenas da noite anterior.
Da hora em que nos beijamos e saímos agarrados do pub.
E também de quando pegamos um táxi.
O taxista ficou meio constrangido.
E de alguma forma conseguimos chegar até o quarto dele.
Fui interrompida de meu flashback pela voz de Jhony.
- Se você quiser tomar um banho tem tudo o que precisa no armário do banheiro - apontou a porta que aparecia no corredor de frente ao quarto - se não encontrar é só me chamar que eu pareço - completou com outro sorriso cafajeste.
Apenas balancei a cabeça em desaprovação, mas a arqueadura em meus lábios denunciou que não era pra ser levado a sério.
- Você diz que caiu no sono, mas nem parece ter bebido ontem. Está bem demais pra quem diz ter se embriagado.
- Acordei antes de você e tomei uma chuveirada e um comprimido pra dor de cabeça, além de já ter comido. Daqui a pouco você estará ótima também.
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Nas Asas do Corvo
Fantasy"Nem acredito que finalmente vou conseguir o emprego que sempre quis! Certo, é lá na Irlanda, mas o que eu posso fazer? Se é lá que está a oportunidade é pra lá que eu vou, em busca dos meus objetivos." Rebecca Montenegro, é uma recém graduanda em...