O inimigo esta próximo

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  Já era noite quando desperto com o som forte de vozes e conversas vindo do lado leste da casa. Curiosa vou até o encontro daquele ruído intenso e expressivo. Ao me aproximar encontro os Portman sentados no sofá da sala de visitas juntamente com meus pais e minha irmã. Ambos davam grandes e excessivas gargalhadas que de certa modo me davam medo e aflição. Estava sentindo o pânico e o desespero me dominando. Eu tinha total conhecimento que eles viriam atrás de mim em algum momento, mais não achei que fosse tão rápido assim. Eu nem havia tido tempo para planejar um plano. O que iria fazer? Precisava pensar em algo....

- Catarina, filha! Que bom que acordou. Venha até aqui os Portman querem lhe fazer algumas perguntas referentes ao Emanuel. Diz minha mãe ao me avisar atrás da porta.

- Ah claro! Estou indo. Respondo com um tom de voz nervoso.

- Então senhorita Foster, estou preocupado com Nuel meu filho. Pensávamos que vocês estavam juntos, mais agora que você foi encontrada e ele não, eu e Isabelle estamos muito preocupados. Diz Emílio.

  A forma com que ele dizia cada palavra que saia de sua boca era incrivelmente extraordinária. Sua atuação falsa de pai super protetor e preocupado com seu filho desaparecido era surpreendente.

- Me desculpe senhor Portman mais eu não terei a resposta que quer ouvir. Não sei onde está seu filho. Nós nos perdermos a caminho da lanchonete. Acabamos brigando, eu queria voltar ao Colégio, mais ele queria que ficássemos esperando a chuva passar. Foi quando resolvi pegar um onibus até a escola, porém no caminho acabei me perdendo e pegando o ônibus errado e indo parar em outra cidade. Isso é tudo que me lembro.

- E porque não ligou a ninguém? Pergunta mamãe.

- Acabei deixando meu celular no carro de nuel. Só fui perceber depois que estava bem longe. Respondo.

- Entendo! Se souber ou se lembrar de mais alguma coisa por favor nos avise imediatamente. Diz Emílio ao se levantar.

- Vocês já vão assim tão cedo? Porque não ficam para o jantar? Pergunta minha mãe de maneira delicada e gentil.

- Ah não! Sinto muito mais temos muito a fazer. No entanto agradecemos o convite! Diz Isabelle ao se dirigir a porta de saída.

- Catarina pode nos acompanhar até a porta? Diz Emílio ao me encarar vigorosamente.

Meu coração gela, e sinto meu corpo paralisar.

- Sim, claro! Respondo.

Ao chegar ào corredor que daria direto a porta de saída Emílio segura em meu braço com muita força e em seu rosto uma expressão de raiva surge rapidamente.

- Se você estiver escondendo ele, eu te juro Catarina Foster que irá se arrepender amargamente. Resmunga Emílio apertando meu braço com mais força.

- Do que você está falando? Me solte, você está me machucando.

- Ele realmente deve gostar muito de você, ou ser um tolo por arriscar a própria a vida a te proteger.

- Como assim? Não estou te entendo.

- Fica tranquila assim que eu acha-lo venho atrás de você. E se por um acaso contar isso a alguém, será pior para você e sua família. Quero que pense com carinho Catarina.

********

  Pela janela de meu quarto a visão do céu naquela noite era esplêndida. A lua estava magnífica, e as estrelas donariosas. Desde pequena adorava observar o céu ao cair da noite. Era uma forma de me refugiar das pessoas e do mundo lá fora. Sempre que estava sentada ao observar o céu me sentia em casa, e a vontade com meus pensamentos e sentimentos.

  Meu corpo ainda permanecia exausto mais meu psicológico não me deixava dormir. Pois os pensamentos e preocupações eram frequentes naquele momento. Pensava em Emanuel e em como ou onde poderia estar. Pensava em mamãe. Em minha família. Precisava encontrar uma forma de ajudar a todos. Precisava salva-los.

- Ei, Foster?

Escuto uma voz vindo do lado de fora do quarto.

- Abre a janela. Eu estou aqui.

  Ao olhar para baixo, encontro Emanuel parado em meu jardim. Ele usava roupas velhas e usadas. Um boné que tampava quase todo seu rosto e um óculos escuro.

- Emanuel? O que faz aqui? Como.....

-Xiiiiu! Não fale mais nada, vou subir até aí...

- Você vai o que? Está louco?

   Mesmo me ouvindo perfeitamente ele resolve me ignorar e na mesma hora começa a escalar a parede até chegar a janela de meu quarto. Ao entrar fecha a porta e a janelas e com um dedo entre seus lábios faz sinal para que permanecesse quieta.

- Eu precisava falar com você. Já que lá na floresta não me deixou falar muito. A propósito não precisava ser tão violenta daquela maneira.

- Porque não me disse que era você? Pergunto baixinho.

- Estávamos sendo vigiados, não poderia me arriscar.

- E o que faz aqui?

- Preciso que você me escute atentamente. Nós precisaremos fugir dessa cidade. Aqui com certeza não é seguro.

- Fugir? Como assim? Eu tenho minha família toda aqui.

- Você precisa entender Catarina que a facção inteira está atrás de você.

- E porque?

- Você sabe de coisas de mais. Eles irão vir a qualquer momento. Se meus pais souberem que você está....

- Eles já sabem! Até vieram aqui me ameaçar.

- Droga! Eles sabem? Precisamos ir o quanto antes. Eles  irão te pegar pela manhã.

- E como você sabe disso?

- Você não escutou nada que eu disse? Eles estão atrás de você Catarina. Farão tudo para captura-la.

- Eu não posso deixar minha mãe Emanuel. Ela também corre perigo.

- Eu já resolvi isso. Eu assionei a polícia e contei tudo em detalhes os planos da corporação para advocacia que sua mãe trabalha. Ela estará protegida pelo menos por um tempo.

- Você fez isso?

- Sim. Agora se arruma. Precisamos ir agora.

- Ok.

  Já dentro do carro Emanuel dirigia em alta velocidade. A expressão em seu rosto era de preocupação e medo. A estrada estava escura, quase não podia se ter visibilidade de praticamente nada.

- Aonde estamos indo? Pergunto.

- Não posso te contar ainda, não é seguro! Assim que chegarmos você saberá.

- Como posso confiar em você? Você pode estar ajudando se pai, e tudo isso não passar de uma emboscada.

Ao olhar no rosto de Emanuel observo um sorriso se formando.

- E você só pensa nisso agora? Deveria ter concluído isso mais cedo não acha? Agora já é um pouquinho tarde.

- Do que você está falando?

- Veja bem Catarina, eu fui mandado por uma das maiores corporações de assasinos de nosso estado para lhe sequestrar , porém não tive coragem e acabei arriscando minha vida por isso também. Porque diabos você acha que iria até eles propor um acordo para voltar a fazer parte de seu plano horrendo? Eu seria massacrado na mesma hora.

- Não sei no que acreditar mais.

- Bom será um risco que você terá que correr.

- Da última vez que você disse isso não acabamos em uma situação muito boa.

- Exatamente..

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