⛪ Capítulo 5 ⛪

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  " Your mind is in disturbia "

  " It's like the darkness is the light "

  " Disturbia "

  " Am I scaring you tonight? "

  " Disturbia "
 
Rihanna - Disturbia
   
   
    * Harry *

  (...) Caminho até ao meu quarto, abro a porta que se encontra destrancada, como é habitual e assim que os meus olhos pousam na minha cama solto um berro.

  Não consigo acreditar no que os meus olhos estão a ver.

  Diante de mim encontra-se o Snowball, jazido na minha cama, rodeado do que parece ser sangue.

  Aproximo-me um pouco do local e vejo que o seu corpo está aberto na zona da barriga, com as tripas todas de fora, espalhadas pela minha cama.

  Verifico que a janela do quarto está fechada e quando volto a olhar sinto o meu estômago a revirar-se.

  - Passa-se alguma coisa, Harry? Ouvi-te a g- Niall não acaba a frase ao ver a razão pela qual eu gritei, dando um grito também.

  Abraço-o sentido a minha visão embaciada.

  - Anda, Harry. Temos que contar isto à madre. - ele diz, afagando as minhas costas com pequenos círculos.

  Assinto brevemente antes de ambos saírmos do meu quarto, inundado por um cheiro e visão terríveis.

  Aquilo foi obviamente um assassinato, mas o que mais me intriga é quem é que fez uma barbaridade daquelas a um animal indefeso.

  A janela estava fechada, logo o único sítio por onde o assassino podia ter entrado é pela porta, coisa que não faz sentido. No convento todos servimos os interesses do senhor e não me parece que ninguém pudesse matar uma mosca quanto mais um gato.

  Quando dou conta ambos estávamos a bater à porta do escritório da madre Mary Angel.
  Após a sua permissão entramos.

  - Boa tarde! O que vos traz aqui meus queridos? Harry? - ela muda a sua expressão facial ao ver o meu rosto cheio de lágrimas, levantando-se da sua cadeira. - O que aconteceu?

  Desde que eu aqui estou no convento que a madre sempre me tratou como um filho, não só a mim, mas também a todos os nossos irmãos e irmãs.

  - O gato dele... - Niall comecou. - Está morto em cima da sua cama.

  Sinto os braços da madre ao meu redor, enquanto sussurrava apenas para que eu pudesse ouvir: Não contes isto a ninguém. Não quero problemas neste convento.

  - Harry, acredito que neste momento o melhor será ires à enfermaria pedir um acalmante. - ela diz amavelmente assim que quebra o nosso abraço. - Falarei melhor contigo amanhã. E pede à enfermeira Theresa para ver se há mais quartos vagos. Amanhã poderás voltar para o teu.

  - Oh, e Niall, eu precisava de falar contigo, importaste de ficar aqui um pouco? - ela chama-o antes de eu sair.

  Estranho. Será que foi a madre que fez aquilo ao meu gato? Claro que não! Que ideia a minha. Se ela não quisesse gatos aqui no convento simplesmente podia proibir nos de os termos. Ela sempre me tratou como um filho, além de que provavelmente é normal ela não querer alarido e inseguranças aqui no  convento.

  Bato à porta da enfermaria e entro após ouvir um 'pode entrar'.
 
  - O que fazes aqui? Aleijaste-te? - pergunto ao ver a Lana com uma banda elástica ao redor da mão.

  - Ahm...sim. Cortei-me à pouco na mão. E tu?

  - Eu venho buscar um acalmante.

  - O que é que se passa? - ela pergunta, sentando-se numa cama individual e fazendo-me sinal para que me sente também. - A enfermeira Theresa foi buscar gelo. - informa.

  Após me sentar ao seu lado digo: O Snowball está morto. Ele foi estripado na minha cama.

  Sinto lágrimas a correrem novamente no meu rosto.

  - Snowball? - ela parece confusa.

  - O meu gato. - esclareço.

  Ela assente e faz algo completamente inesperado. Abraça-me.
  Agarro a sua cintura com força e inspiro o seu odor a lavanda e baunilha, completamente intoxicante.
  Ela sussurrava-me palavras de conforto enquanto passava os dedos pelos meus caracóis.

  Quando nos largamos ela diz: Vais ver que vão descobrir quem é que fez uma barbaridade daquelas.

  - Tu devias afastar-te de mim. - digo-lhe.

  - O quê? Não! Porquê? -

  - Todos os que me rodeiam acabam por sofrer. - digo simplesmente.

  É a verdade. A Zoey morreu por minha culpa. Os meus pais morreram e agora até o meu gato foi assassinado.
  Eu vim a este mundo para sofrer. Porque Deus não me leva a mim, invés daqueles que amo?
 
  - Podes desabafar comigo, se quiseres. Por vezes ajuda falar com alguém. - ela murmura, pegando na minha mão fria com a sua quente, antes de me olhar nos olhos.
   
 

POSSUÍDA || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora