⛪ Capítulo 31 ⛪

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  All the pretty stars shine for you, my love

  Am I that girl that you dream of

  All those little times you said that I'm your girl

  You make me feel like your whole world

Lana del Rey - Pretty when you cry
 

 
        * Harry *

  - Podes começar. - digo rispidamente, ao que ela fica a encarar-me como se não tivesse percebido uma única palavra. - Estou à espera! - digo já impaciente.

  Ela suspira antes de finalmente começar.

  - Antes de mais quero que saibas que sempre te amei e que tudo o que fiz foi somente para te proteger d-

  - Tretas! - berro-lhe.

  Se ela me amasse nunca tinha ido embora sem nem sequer um 'Adeus' ou uma explicação me dar. Nunca tinha destruído o meu coração e voltar anos depois somante para o voltar a quebrar.

  - Deixa-me explicar! - grita-me de volta.

  - Vá! Diz lá, afinal de contas mereço uma explicação!

  - Eu estava grávida! - volta a gritar. - De ti. - diz quase num sussurro.

  O quê? Ela estava grávida de mim? Porque forjou a sua morte, então? Será que foi obrigada? Onde está o nosso filho? Será que abortou?

  Milhares de perguntas inundam a minha mente devido à recente informação.

  - Tu sabes que eu vivia no orfanato naquela altura e lá... - o seu lábio inferior começa a tremer e os seus olhos marejados. - Lá eles maltratavam-nos. E-eu apenas não queria que tivesses problemas ou que a nossa filha tivesse problemas. 

  Ela está muito enganada se acha que eu vou realmente acreditar nisto. Ela poderia ter me contado; tudo poderia ser diferente. Nem que tivéssemos fugido juntos, nem que ela fosse viver para minha casa, haveria sempre opções melhores do que a tomada por ela.

  - Porque é que nunca me contaste que eras maltratada lá, então? - atiro.

  - Não podia! - grita-me como se fosse óbvio. - Se descubrissem, nem quero imaginar o que poderia acontecer.

  - Então... onde está o nosso filho? - passo ambas as mãos no meu cabelo em frustração.

  - É uma filha, na verdade. T-tu já a conheceste. Aquela menina que vive no orfanato do convento, a Anne.

  Sinto uma onda de raiva a tomar conta do meu corpo.

  - Tu preferes deixar a nossa filha a ser educada e criada por outras pessoas do que fazê-lo tu mesma? - berro. - Tu sabes muito bem o que é crescer num orfanato! Desejas o mesmo para ela?

  Sei perfeitamente que toquei na sua ferida, mas sinceramente neste momento não me importo com isso.

  Não quero a minha filha a viver isolada de mim. Na verdade, é estranho pensar que de um momento para o outro tenho uma filha, já bastante grande que só contactou realmente comigo uma vez.

  - O que querias que eu fizesse? Eu nem sequer o 12º ano terminei! Não conseguia arranjar um emprego e assim aqui está em segurança! - argumentou. - Perdoa-me por favor, Harry.

  Encaro o chão, que subitamente revelou-se bastante interessante.

  Devo perdoá-la? A verdade é que ainda tenho sentimentos por ela e agora que sei o motivo pelo qual me deixou sei que temos uma filha em comum que nos irá unir para sempre, apesar de tudo.

  Por outro lado, é óbvio que tudo poderia ser diferente se ela confiasse em mim e me deixasse ajudá-la.

  - Por favor, Harry... perdoa-me. - ela pede novamente, com lágrimas nos seus lindos olhos.

 { Próximo capítulo aos 120 votos }

  { Que idade vocês têm? Eu tenho 17 :)
O que acham de um pov da 'Lana' no próximo capítulo? }

POSSUÍDA || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora