⛪ Capítulo 17 ⛪

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People cry and people moan

Look for a dry place to call their home

Try to find some place to rest their bones

Of an angels and the devils try to make 'em their own

Nirvana - Lake of fire 

  

 

{ AVISO: ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS QUE PODEM SER FERIR SUSCEPTIBILIDADES. LÊ À TUA RESPONSABILIDADE }

 

  

       * Harry *

  Paramos em frente a um dos quartos, após o sinal da rapariga e assim que a enfermeira abre a porta sinto a minha bílis a subir devido à visão que se encontra diante dos meus olhos.

  Um cheiro a morte e sangue paira pelo ar e a única coisa que me passa pela cabeça é que esta rapariga beijou-me à cerca de duas semanas atrás.

   Esfrego suavemente o ombro da rapariga que se encontra ao meu lado numa tentativa de que ela se abstraia um pouco da chocante visão de Joanne completamente mutilada; o que antes foram uns lindos e longos cabelos loiros estavam agora maioritariamente arrancados do seu couro cabeludo, formando uma poça de sangue escuro em torno da sua cabeça, assim como os seus olhos avelã encontravam-se fora das suas órbitas, tendo sido arrancados.

  A enfermeira Theresa pede-me que eu vá chamar a madre e assim o faço, caminhando apressadamente através dos dormitórios femininos até ao seu escritório.

  Quando eu conto à madre o que aconteceu ela rapidamente telefona à polícia e ambos caminhamos até à enfermaria, ainda ao lado da rapariga chorosa.

   A madre abraça a rapariga e diz-lhe palavras de consolo antes de dirigir-se a mim e dizer: Irei dar um comunicado no auditório antes do jantar, Harry. Se preferir pode ir para lá. - dá-me um sorriso fraco.

  Assinto e caminho até lá, vendo alguns irmãos e irmãs já à espera.

  O ambiente está pesado devido aos recentes acontecimentos e quase ninguém fala.

  Olho ao redor da sala e encontro a Lana do lado esquerdo da mesma, ao pé da janela a encarar a paisagem, enquanto fungava e limpava algumas lágrimas dos cantos dos seus olhos.

  Sento-me ao seu lado direito e encaramo-nos durante breves segundos antes de ela dizer sem qualquer expressão no rosto: Olá.

  - Oi, sabes... isto tudo está a começar a assustar-me. - desabafo em voz baixa.

  - A mim também. Parece que não estamos seguros, apesar de toda a segurança extra que foi implementada. Achas que é a mesma pessoa? Quero dizer... o teu gato, o Niall e agora a Joanne.

  - Não faço ideia, mas acho que amanhã à tarde devíamos ver se há alguma coisa que una todas estas mortes.

  Ela assente antes de dizer: Concordo. Talvez agora com a morte da Joanne, consigamos encontrar algo em comum.

  A madre entra no auditório com uma expressão de profunda tristeza no seu rosto já um pouco marcado pela idade.

  Todos ouvem o seu discurso solene de como lamenta o sucedido e que as forças policiais irão fazer de tudo o que esteja ao seu alcance para descobrir o assassino.

  Rezamos pela sua alma e de cabeça baixa saímos em direção ao refeitório.

  O jantar foi passado num silêncio estranho, ouvindo-se apenas os sons dos talheres a bater nos pratos.

  Tudo isto faz-me lembrar da morte de Niall e como este ambiente durou durante algum tempo.

   Despeço-me de Lana, combinando almoçarmos juntos amanhã e dirijo-me até ao meu quarto, retirando de debaixo do colchão o pequeno caderno de couro castanho que mantenho lá escondido.

  { hOJE FAÇO ANOS AMORES! } 

POSSUÍDA || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora