⛪ Capítulo 20 ⛪

2.2K 240 29
                                    

  " One, two, make it fun "
 
  " Don't trust anyone "

  " One two, make it fun "

  " Don't trust anyone "

Lana del Rey - Kill kill

    

 

      * Harry *

  Caminho lentamente até ao orfanato onde Lana me levara e reparo que à minha esquerda não existe qualquer muro a separar o convento do mundo exterior; apenas algumas árvores que parecem ficar cada vez mais densas.

  Decido andar através das inúmeras árvores, observando alguns pequenos esquilos que fugiam devido ao barulho seco das folhas a serem partidas pelos meus sapatos.

  Agacho-me tentando parecer amigável e não assustar o pequeno animal quando sinto uma dor aguda de algo a embater com força  contra a minha nuca antes de sentir o meu tronco a embater contra o chão de terra.

  {...}

  As minhas pálpebras abrem-se com dificuldade e tento, em vão, coçar os olhos com as costas da mão.

  Olho ao meu redor e vejo que já está bastante escuro.

  Os meus pulsos estão algemados, assim como os meus pés, que se encontram descalços.

  A minha boca está amordaçada com um pano, impedindo-me de pedir ajuda ou sequer gritar.

  Começo a entrar em pânico, mas a única coisa que isso me trás é uma pancada na parte superior da minha caixa craniana.

  Olho para o meu lado esquerdo e vejo Thomas com um taco de basebol nas suas mãos, brincando com o mesmo enquanto me sorri de uma forma esquisita.

  Tento usar os meus pés para me erguer, mas rapidamente percebo que é inútil.

  Sinto a pele das minhas costas a serem cortadas em pequenos rasgos sempre que o meu peito é pressionado pelo Thomas contra o tronco rugoso da árvore à qual estou amarrado com uma corda grossa.

  Gemo de dor ao sentir mais um pontapé, mas desta vez em cheio na minha bochecha esquerda.

  Sinto sangue a escorrer por entre os meus lábios, manchado o tecido que os cobre, devido às pancadas na zona abdominal e facial.

  - Sabes... eu em pequeno adorava caçar coelhos e pardais mas... para ser sincero sinto falta disso. Sinto falta da adrenalina a correr através das minhas veias. Queres me ajudar com o meu problema Harry?

  Faço movimentos de negação com a cabeça, uma vez que a minha boca continua a ser tapada com uma faixa de um tecido preto nojento, impedindo-me de falar.

  Uma expressão falsa de choque cobre a cara de Thomas e rapidamente sinto, mais do que vejo, um rasgo fundo na minha bochecha direita, fazendo com que mais lágrimas se formassem nos cantos dos meus olhos.

  Tento, em vão, retirar as minhas mãos das algemas que as mantêm unidas, mas apenas massacro ainda mais os meus pulsos já magoados e sinto um forte murro no meu olho esquerdo, seguido de dois pontapés no meu estômago.

  - Quieto! Como eu sou boa pessoa tens... 5 minutos para começares a correr. Depois disso - ele dá um leve sorriso sinistro. - vamos começar com a caça.

   Thomas aproxima-se de mim e desalgema os meus tornozelos bruscamente, mas no entanto deixando os meus pulsos apertados.

    Tento levantar-me e ao fim de algumas tentativas falhadas finalmente consigo erguer-me.

   Ele retira do seu casaco um cronómetro e uma arma; uma Smith L-45 com silenciador.

   - Queres vê-la de perto? - ele pergunta, mas no entanto eu permaneço sem qualquer reação.

  Sinto dois socos fortes na minha barriga e viro a cara para vomitar algum sangue.

  - O tempo começa... agora. - Thomas diz antes de apertar o botão vermelho que inicia a contagem.

   Olho ao meu redor mas apenas vejo inúmeras árvores. Não faço ideia para onde ir, mas começo a correr, aos tropeções, em frente e de seguida viro à direita.

  Fico com o pé preso numa raiz de sobreiro e em segundos sinto a terra húmida a embater no meu corpo fraco.

  Por momentos sinto que devia desistir e deixar me ir, mas quando oiço passos apressados e folhas a serem arrastadas na minha direção levanto-me o mais rápido que consigo, cambaleando.

  Oiço um riso cínico a aproximar-se e quando me viro para trás vejo Thomas a uns dois metros de mim, com a arma prateada apontanda na minha direção.

POSSUÍDA || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora