- Bom dia. - Loren acordou com o ruído de Fritz se vestindo. Ele sorria ao olhar para ela.
- Que horas são? - Loren sentou-se na cama e esfregava os olhos enquanto falava.
- Seis. Sei que ainda não conversamos a respeito, mas ainda dá tempo. - Fritz se sentou ao seu lado. - Você quer continuar atrás da Monica? -
Loren pegou o travesseiro e o abraçou.
- Como eu disse ontem, eu sofri muito com essa missão... -
- Então você não quer? Tudo bem se não quiser, só preciso saber com certeza. Não quero te obrigar a nada. -
Loren suspirou.- Então eu não quero ir. -
- Tudo bem. Eu vou pegar aquela louca por você. - Fritz sorria.
- Então você vai mesmo? - uma pontada de solidão incomodava seu peito.
- Vou. - Fritz parecia decidido. - Estarei lá às oito. Se quiser, pode ficar aqui em casa. -
- Não, obrigada. Eu vou para a minha. -
Os dois estavam no carro de Fritz. Não trocaram palavra durante o trajeto até a casa de Loren. Antes de descer, Loren segurou a mão do rapaz e disse, olhando em seus olhos:
- Tome cuidado. Muito cuidado... - sua face era pura angústia - Ela é um monstro. Faz você sofrer só com o olhar... - enquanto falava isso, a garota sentia calafrios por toda a espinha.
- Não se preocupe. Eu vou voltar são e salvo para te ver de novo. - Ele beija a testa de Loren e sorri.
Loren vê o Porsche 911 de Fritz partir da porta de sua casa. Ela a abre e entra em casa. Está silenciosa e Loren sabe que seus pais não estão.
Ela toma um banho. Seu ritual de purificação agora era para livrá-la do sentimento de covardia, da culpa por ter deixado Fritz sozinho.
Enquanto a água quente cobria seu corpo, sua mente tentava conversar consigo mesma. Se convencia de que não ir atrás de Monica não era errado. Ela não era a única que poderia fazer isso. Fritz fez a escolha dele e não a julgou por ela fazer a dela, então por que ela mesma se julgava? Bobagem.
Ela desliga o chuveiro. A toalha a envolve enquanto ela pensa se um dia aceitará aquele raciocínio otimista.
Ela se olha no espelho. Atrás de seu rosto e do cabelo molhado, ela vê um sorriso fino rindo dela, cabelos pretos a ameaçando e olhos negros sugando sua alma.
Loren grita de susto e se vira. No segundo em que levou para se virar, ela torceu para que fosse só uma ilusão no espelho, mas ela realmente estava lá.
Monica gargalhava. Seus olhos pretos faziam questão de observar o corpo coberto por uma toalha à sua frente. Loren se sentia constrangida, confusa, com medo.
- Então é aqui que você mora? - A morena olhava ao redor do banheiro espaçoso e luxuoso. A grande pia quadrada era embutida em um armário apoiado no chão. - Nada mal para uma vadiazinha medrosa. -
Antes que Loren pudesse falar qualquer coisa, Monica agarrou seu pescoço e a empurrou contra a pia. Inclinada para trás, a alemã via aquele sorriso fino e lindamente macabro a poucos centímetros de si.
- Então você achou que ia fugir de mim? - Monica disse, deixando Loren ainda mais apavorada. Tentou respirar e finalmente percebeu que a mão daquela mulher terrível não deixava.
- O que foi? - Monica inclinava a cabeça para o lado, maldosamente teatral. - A vadia quer respirar? -
Monica soltou a garganta de Loren, que sorveu o ar desesperadamente. Mônica se aproveitou do momento e beijou sua boca aberta. Loren se debatia, mas não conseguia se soltar das mãos que agora prendiam seus pulsos. Sua toalha caiu e seu corpo estava completamente vulnerável.
Loren tentava gritar, mas um som fraco saía de suas narinas. Lágrimas de desespero rolavam. Algumas tocavam os lábios unidos e ela sentia o gosto salgado de seu próprio pavor.
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Sexen
Mystery / ThrillerQual é a nossa maior fraqueza? Não é uma bala, nem um veneno. Não é o que nos mata, mas o que nos impede de viver: nossos desejos reprimidos. Viaje com Loren em uma perseguição frenética e irresistível por todo o mundo em um suspense de paixão e au...