Abracei minhas pernas, cólicas malditas!
Eu e a mini-Potter estávamos esperando que os malditos e intermináveis cinco minutos se passassem. No meio tempo, aproveitei para reler as instruções de como usar aquela coisa para ver se o nervosismo passava e se eu não cometeria nenhum erro ao checar o resultado, afinal de contas, eu nunca fiquei grávida, muito menos suspeitei, e não fazia a mínima ideia de como agir nesses momentos.
Certo, deixa eu explicar o que diabos está acontecendo.
Há algumas semanas eu e o Potter... Nós, bem... Argh! Fizemos algo que eu me recuso a dizer (e até mesmo acreditar) e o resultado disso é que eu estou suspeitando, quase certa, de que estou grávida. Eu sei que isso parece impossível, mas é verdade. E eu não tenho culpa! Deve ter sido algo que ele pôs na minha bebida que o deixou atraente aos meus olhos. Ok, talvez eu já o achasse bem atraente antes. Não o suficiente para me fazer dormir com ele, só que você já deve ter entendido isso.
Ainda por cima eu acordei com uma tatuagem na minha coxa direita que dizia, em letras pequenas e bem delineadas, James Potter.
Final score: Eu surtei e quase matei mesmo o desgraçado.
E tudo começou com aquela maldita festa que eu, relutantemente, fui.
Mas que droga!
Eu tenho uma sorte maravilhosamente boa, imagine. Não bastava o martírio que tinha sido ter a minha primeira vez com o Potter (e meio bêbada). Não, é claro que não! Eu tinha que terminar grávida, senão, não seria justo.
Isso é que eu chamo de "azar de princípiante", literalmente.
Voltando ao agora, nem sei como a Leth consegue arranjar esse tipo de coisa. Porque eu sabia que ela não tinha a pretensão de ficar grávida, pelo menos não num futuro próximo. Ela nem tinha um namorado fixo!
Enfim, ela não importa agora, eu sim!
Li o pequeno manual que vinha dentro da caixinha mais uma vez, provavelmente já era a quarta vez que eu fazia isso. Era uma forma de manter o meu extremo nervosismo, que, nesse ponto, já estava me deixando completamente suada, sob controle - ou pelo menos eu estava tentando controlá-lo. Funcionava de modo muito mecânico: um traço vermelho significaria que nenhum novo Potter estava a caminho, dois traços, por sua vez... Bem. Eu estaria ferrada. Muito ferrada.
Fiz uma pequena prece para que o resultado fosse negativo. Não que eu não quisesse ser mãe, eu até queria, só que o momento não era exatamente propício. Como eu finalizaria meus estudos com um bebê chorando? Será que meus pais me forçariam a casar com Potter? Oh, Merlin, não!
Puta merda. Potter! Ugh, Potter, Potter, Potter! Era tudo culpa dele, já que ia transar comigo, podia ao menos ter usado proteção. Era tão errada essa situação. Eu sentia um fio de ódio percorrendo minhas veias e uma vontade de SOCAR a cara dele. Tudo bem, ele também estava bêbado, não era totalmente culpa dele. Ainda assim eu precisava de alguém para culpar.
Fitei o relógio de novo. Faltavam apenas dois minutos para a poção reagir e me dar o resultado. Na pior das hipóteses, pelo menos eu sabia que não precisaria lidar com isso sozinha, afinal, Potter ficaria bem feliz com as notícias. Não imagino como saber que seria pai aos 17 anos faria alguém feliz, mas... Leth disse que sim e ela deveria conhecer bem o irmão.
Apertei minhas mãos nervosamente e comecei a caminhar, de um lado para o outro, pelo quarto, culpando Potter novamente em meus pensamentos. Cada segundo que passava me deixava mais frustrada.
Merda. Que grandíssima merda! Já conseguia imaginar como meus pais me comeriam viva quando soubesse e minha irmã num canto, rindo da minha desgraça. O que era bem a cara dela. Meu Merlin. Um grito de indignação escapou enquanto eu oficialmente desistia de tentar me acalmar.
"Sabe, ajudaria se você não ficasse tão nervosa." Potter comentou displicente enquanto lixava as unhas, empoleirada numa alta cadeira de madeira.
Oh, pelas barbas de Merlin, será que essa idiota não entende que eu não quero ficar calma?! Nessa situação, eu mereço o luxo de ficar nervosa e cavar um buraco do dormitório até a terra que compunha a fundação do castelo de Hogwarts.
Vamos lá, Lily, conte até dez. Não mate a sua melhor amiga. Ela não vale uma vida presa em Azkaban. Cerrei meus olhos por um instante, parando no meio do quarto no processo, e respirei profundamente.
"Está pronto, Lily." Leth disse, olhando-me preocupada.
Ela se levantou e foi ao banheiro buscar o teste.
Leth voltou com uma expressão séria no rosto, para depois sorrir. Eu arregalei os olhos e a chacoalhei nervosa, em busca de alguma resposta concreta para aquele sorrisinho.
"Parabéns, mamãe!" Murmurou, enfim, e o sorriso ainda estava presente em seus lábios.
Leth se desvencilhou do meu aperto em seus ombros e desceu as escadas correndo, provavelmente procurando pelo irmão dela. Se ela me conhecia pelo menos um pouquinho, sabia que eu me comportaria como uma verdadeira criança birrenta e negaria todas as hipóteses de contá-lo. Quer dizer... Até que eu realmente tivesse que contar.
Ah, merda.
Apressei meu passo, tentando alcançar aquela maluca antes que ela contasse ao irmão o que estava acontecendo. Não precisava de outro Potter extramente alegre no meu ouvido. Ou talvez nós dois finalmente déssemos uma trégua para gritar em pânico juntos.
"Eu vou ser a madrinha. I call dibs!" Ela murmurou, rindo, enquanto Potter a olhava sem entender o que estava acontecendo. Ugh, nenhuma surpresa até aqui. "Congratulations, daddy!"
Senti o sangue fugir do meu corpo, uma vertigem me embalando e fazendo com que eu me apoiasse no braço de uma das poltronas vermelhas do salão comunal de Gryffindor. Não conseguia acreditar que todo aquele escândalo estava acontecendo. E comigo ainda mais.
"Quê?"
Com uma sobrancelha arqueada, ele continuava a encarar a pequena menina que sorria alegre para ele. Não contive um rolar de olhos, para um aluno brilhante, e que ele nem sonhe que admiro isso, Potter estava demorando muito para assimilar a situação. Não que eu estivesse assimilando melhor do que ele. Longe disso. Damn it.
"Alô, chamando James de volta para o planeta Terra."
"O que você quer dizer com 'parabéns, papai'?" Ele indagou, os olhos levemente arregalados.
"Quero dizer que você molhou o biscoito e que agora a Lily está com um pãozinho forno."
As orbes castanhas, suavemente pintadas com um tom esverdeado, fitaram-me curiosas, um misto de incredulidade e surpresa. Um pequeno sorriso repuxou seus lábios pra cima, entretanto. Ele parecia, após engolir a novidade, estranhamente feliz.
Engoli a seco, imaginando que tudo isso não teria acontecido caso eu não tivesse ido àquela maldita festa.
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N/A - Olá, terráqueo que está lendo isso.
Eu decidi passar essa história do Nyah para o Wattpad, já que é feriado e eu, em tese, não tenho nada melhor para fazer. hahaha Enfim. eh isto. Fiz algumas alterações para ficar "lível" pois escrevi isso com 12/13 e eu aparentemente não sabia como funcionava o português. Não que eu saiba muito hoje, ne. Mas vida que segue. Também talvez seja por isso que o par romântico do Sirius tem o meu nome. Decidi que não vou mudar. secretamente ainda sonho em casar com ele mas shhhhhh
Espero que goste da leitura!
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Quem grávida, eu?
RomansNão era o que Lily Evans esperava que acontecesse, mas o que fazer depois de estar, indubitavelmente, grávida de James Potter? [UA - James Potter + Lily Evans]