Sétimo Capítulo
As lágrimas escorriam mesmo que involuntariamente, eu não conseguia entender o por quê. Ele escondeu aquilo de mim, e mesmo depois de ouvir a minha estúpida e egoísta lógica continuo comigo. Eu sentia-me mal, eu estava tão cega.
Corri o mais rápido que consegui.
Entrei no primeiro táxi que encontrei, e indiquei a morada que a senhora Jeon me tinha dado.
A viagem foi mais rápida do que imaginara, ou então estava tão perdida nos meus pensamentos que perdi completamente a noção do tempo, mas nada disso importava realmente. Voltei a correr desesperada, eu estava totalmente molhada mas mais uma vez isso não me incomodava nem um pouco.
Comprei um buquê de flores e procurei a campa que a Sra.Jeon me tinha indicado.Olhei para trás e o meu coração partiu-se quando o meu olhar se cruzou com os olhos chorosos do Jungkook.
Lá estava ele, mil vezes pior que eu.
Bem mais encharcado, bem mais magoado e bem mais solitário.
Ele estava ajoelhado ao pé da campa.
Aproximei-me coloquei o meu buquê no túmulo, onde estavam mais dois, provavelmente um era do Jungkook e o outro do pai dele. Fiz o mesmo que o Jungkook e abracei-o. Ele correspondeu ao abraço muito mais rápido do que eu esperava e escondeu-se totalmente nos meus braços como uma criança indefesa e chorou.
Nenhum dos dois disse nada, acredito que palavras não eram necessárias.
Ficamos ali abraçados, o que pareceram horas, até o Jungkook desfazer o abraço.- Eu... Desculpa, não queria que me visses assim. - Disse com dificuldade devido as lágrimas, que ele tentava limpar em vão.
- Por que não me contaste? - Perguntei baixinho e segurei a mão dele.
- Eu não sei...não queria te influenciar em nada. - Disse distante. - Vamos indo? - Tentou sorrir.
Eu assenti.
Caminhamos sem rumo por um longo tempo, quando percebi já não chovia mais e era praticamente de noite.
Decidimos que nos iríamos sentar num banco.- Acredito que a minha madrasta te tenha contado tudo, mas quero que saibas por mim também. - Concordei. Ele parecia muito mais calma.
- Quando a minha mãe descobriu que estava grávida de mim, ela já tinha decidido o que queria. A condição dela nunca foi boa, ela sempre foi muito fraca, ela não tinha nutrientes nem para se manter em pé, quanto mais para manter uma vida dentro dela. Mesmo assim ela estava determinada a ter o bebê. O bebê nasceu saudável e nutrido, mais que o normal, mas a mãe não sobreviveu. Sempre que penso nisso eu penso que foi uma escolha dela, o meu pai diz que ela olhou para mim e quando os médicos disseram que eu era um bebê perfeitamente normal, ela sorriu de forma tão esplêndida e radiosa que podia ser comparada com uma deusa naquele momento e então...faleceu.
Eu gostava de a ter conhecido, só a posso ver por fotos e tentar imaginar como ela era com base naquilo que o meu pai me conta. Quando completei os meus 14 anos de idade, lembro-me que o meu pai me apresentou a minha madrasta. Eu lembro-me que fiquei bastante feliz, porque finalmente eu ia saber como era ter o calor maternal. Eu sempre a aceitei e tratei-a como minha mãe.- Jungkook...eu... - Suspirei. - Perdoa-me. Sinto que fui bastante egoísta. Acho que agora finalmente consigo entender a tua lógica...
- Mesmo? - Ele sorriu e encarou o céu escuro e estrelado. - Fico feliz.
- Jungkook... - Ele silenciou-me ao colocar os seus dedos sob os meus lábios.
- Vamos apenas contemplar este céu... Eu gosto de conversar com as estrelas.
Concordei e sorri, embora tivesse sido embalada por uma vontade de chorar enorme.
Ficamos ali sentados, eu não falava nada e o Jungkook muito menos, acho que o nosso silêncio dizia muito mais do que as palavras poderiam dizer naquele momento. Acredito que apenas aproveitavamos a companhia um do outro.
- Bom, vamos indo? Eu levo-te a casa. - Declarou, levantando-se.
- Nada disso. - Levantei-me também. - Eu levo-te a casa. - Disse segura e o Jungkook começou a rir-se.
- Não vais mudar de ideias, pois não? - Questionou.
Neguei veemente.
- Eu vou-te acompanhar e ponto final.- Ambos começamos a rir.
Realizámos o trajeto até a casa do Jungkook todo sem trocar uma única palavra mais vez, mas mesmo assim o silêncio continuava a não ser algo constragedor. Era bastante agradável na verdade.
- Chegámos. - O Jungkook disse.
- Oh mesmo? Não me tinha apercebido. - Revelei.
- Queres passar cá a noite?
- Hoje irei dispensar. - Sorri de forma meiga. - Mas amanhã não te livres de mim. - Avisei.
- Claro, claro. Bom... - Ele abriu o portão da vedação e entrou, mas então voltou para trás de repente. - Obrigada por tudo Moon.
Totalmente pega desprevenida, ele beijou-me. Nem em sonhos eu esperava algo assim. Foi algo rápido, apenas um celinho, mas ainda assim não deixou de ser mágico e o melhor beijo de todos.
Ele voltou a passar pelo portão e deu um último sorriso.
- Vejo-te amanhã, Moon!
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As Consequências De Um Casamento - Jjk
FanficEu era a filha do padrinho do noivo. O Jungkook era o filho do noivo. Ambos possuíamos ideologias diferentes sobre os casamentos , mas foi graças a um que nos conhecemos. ✓Pt//pt ✓Short fic ✓ fanfic by: AlexaTaehyung ™ ✓capa by: @SugarButterfly™ ✓ T...