SELINA

EPÍLOGO

Harvery

Sorri para mais uma pessoa depois de assinar mais um livro, sorrindo novamente para outra logo em seguida e autografando seu livro. Uma fila se fazia na minha frente e seguranças estavam à postos nas laterais da mesa impedindo que as pessoas furassem a enorme fila. Eu estava me sentindo realizado. Feliz. Como nunca antes. Meu segundo livro estava fazendo sucesso, e eu tinha ganhado mais leitores assíduos depois de publicar mais uma obra.

A editora gostou da minha história, e disseram que tinham certeza que faria sucesso.

Mas a minha intenção não era mais essa. Eu queria que essa história fosse como uma lembrança dela.

Tudo o que eu vivi à 1 ano atrás, pareceria loucura se me contassem que eu conheceria ela.

Durante todo aquele tempo, eu não sofri tanto porque eu me agarrava às lembranças, seu sorrisos, seu toques.

Chorei por meses seguidos, bebi, mas nunca me relacionei com ninguém nesse tempo. Achava difícil que eu quisesse me envolver com mais alguém depois dela. Seria quase impossível. Ela foi embora, não sei como, não sei para onde, mas ainda a sentia no meu coração. Sentia sua risada e sua voz reverberando nos meus ouvidos até o meu coração, que ainda batia inteiramente por ela.

Ágatha me procurou depois de um tempo, mas eu disse que estava tudo acabado. Eu não me importava mais com isso. Eu me importava com a minha carreira, e no que eu fazia fora da escrita. Ela se tornou a minha inspiração pra tudo. Ela me fez enxergar coisas que eu não via antes.

Comecei a colocar ela em tudo na minha vida. Na minha carreira, nas minhas amizades, nas minhas ações. Abri um lugar onde as pessoas poderiam colocar o nome de quem gostasse, ou que namorasse, para casais casados até, e que enviariam flores gratuitamente para essa pessoa. O símbolo do lugar era um arco e uma flecha. Aquilo tudo me lembrava ela. Nós já tínhamos feito diversas entregas, e eu já tinha visto vários casais se formarem através do meu projeto. Nós agora éramos uma equipe, e isso não poderia me deixar mais feliz.

Ela virou a minha maior saudade, mas sei que de algum lugar ela está me vendo agora, e sorrindo para tudo isso. De alguma maneira eu sinto sua presença sempre.

Talvez ela tenha se tornado meu anjo da guarda. Nunca vou saber, mas sei que ela nunca será esquecida por mim. Nunca.

— Nossa, eu amei seu livro, e que história mais linda. Me emocionou demais. Você poderia autografar para mim? — a mulher na minha frente sorri, e me estende o livro. Sorrio de volta, e agradeço.

Abro o mesmo, e autografo, abaixo do título da história.

Selina

Sorrio, e entrego para ela, vendo outra leitora me estender seu livro.

FIM