CAPÍTULO 6

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        Consigo me desvencilhar do braço de Matheus sem acorda-lo. Vou ao banheiro, tomo um banho rápido e faço meus cuidados de higiene matinal. Coloco um shortinho jeans e uma regata sem sutiã. E desço pra preparar algo pra comermos, apesar de ser quase meio dia, resolvo montar um brunch com ovos mexidos, suco de laranja, café, frutas e pão de queijo.

       Estou abaixada tirando o pão de queijo do forno e  escuto Matheus pigarrear, pra eu saber q ele está ali. Me viro e me deparo com um Deus, de cabelos molhados pelo banho que tomou e de calça jeans sem camisa. Vou morrer! Como vou resistir a isso?

       Não é pq que não priorizo um corpo bonito, que não gosto de um. Não confundam as coisas!!

- Bom dia! – falo na expectativa de ver sua reação ao me ver.

- Bom dia Raquel! Eu... - Interrompo Matheus com medo de sua rejeição ou algum arrependimento doloroso de mais pra receber agora.

- Vamos comer alguma coisa?. Ele faz uma cara, que me diz que percebe que eu não quero tocar no assunto: “O que fizemos ontem a noite”.

- Ok. Vamos. - ele simplicidade concorda.

        Comemos em completo silêncio. Foi pesado, enlouquecedor e torturante. Mal trocamos os olhares na mesa. Levantei pra por a louça na pia e Matheus me ajudou a guardar as coisas e colocar o restante que faltava da louça pra lavar.

      Ele tentou mais uma vez, quando estávamos bem próximos perto da pia. Onde praticamente tudo começou, a primeira faísca. E pra meu desespero, seu cheiro preencheu minhas narinas e a proximidade de nossos corpos emanava um calor desconcertante.

- Raquel, precisamos conversar! Eu.. -  E novamente não consigo ouvir o que Matheus quer me dizer.

- Eu sei Matheus. Não sei vc, mas eu não me arrependo de nada do que aconteceu ontem a noite. Só não tenho condições de falar sobre isso agora.

- Sei. Eu também não me arrependo Raquel. Mas uma hora vamos ter que encarar e conversar sobre nós. - ele acaba me alertando.

    “Sobre nos”? Meu Deus! Como assim, nós?

- Eu sei Matheus, mas não agora, não hj.- digo de forma a demonstrar que estou fingindo do assunto.

      Sim eu estava fugindo e ao mesmo tempo controlando um insano desejo de beija-lo e repetir tudo o que fizemos ontem a noite.

- Então, eu vou pra casa, pra deixar vc pensar e amanhã conversamos, tudo bem?  - Ele fala e toca no me queixo me obrigando a olhar em seus olhos.

Eu apenas balanço a cabeça concordando. Seus olhos vão para os meus lábios e o desejo de beija-lo cresce. Acho que Matheus sente o mesmo. E qdo percebo sua aproximação , eu o abraço pra evitar o beijo, sem querer magoa-lo. Seu rosto adentra por meus cabelos. E ele inspira o ar para sentir meu cheiro.

      Ele intensifica o abraço e sinto sua ereção no meu ventre. Deixo escapar um gemido. E ele sussurra em meu ouvido com a voz grave e rouca:

- Você me quer?

       Não respondo.  Ele aperta mais seu corpo contra o meu e sinto meus seios sem sutiã se enrigecerem, ao sentir seu peito nu. E mais um gemido escapa. Ele respeite a pergunta:

- Raquel, você me quer?

- Quero! - Consigo dizer num sussurro. 

     Então Matheus nos afasta e sua mão seguram minha nuca e sua boca invade sedenta pela minha. Nossos lábios dançam de  um lado ao outro famintos. Meu ventre se  contrai e uma onda de calor e prazer sobe pelo meu corpo. Sinto as pernas amolecerem e como se eu fosse desmaiar. Estou me entregando completamente a esse homem.

      Matheus ergue uma das minhas pernas e a coloca envolvida em sua cintura. A aproximação dos nossos sexos me excita e Matheus intensifica o beijo. Mais  um pouco e sou capaz de gozar. A excitação é tanta que sinto que também acabaríamos arrancando nossas roupas e transando ali mesmo na pia da cozinha. O que tem nessa pia?

   Consigo me recompor e me afasto de Matheus para respirar o ar que me falta. Nossas respirações estão alteradas e aceleradas. No momento que recupero o ar. Resolvo pedir a Matheus, o tempo que ele me ofereceu pra pensar.

- Matheus, eu preciso...- Ele me interrompe dessa vez. Ele me conhece como ninguém.

- Tudo bem Raquel, eu sei, já estou indo. Me desculpa.

- Não se desculpe. Amanhã conversamos, como falou. Amanhã. Pode ser?

- Sim, Raquel, amanhã.

        Então Matheus se afasta e um frio me invade, junto com um vazio que dói. E não consigo conter as lágrimas. O que está acontecendo comigo? Eu não sei! E o pior! Não tenho meu melhor amigo pra dividir e me ajudar no que estou sentindo, pq ele é a causa de tudo.


PS: Gostaram??

Eramos apenas Amigos. (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora