CAPÍTULO 11

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    Passo a manhã toda realizando meu trabalho de rotina e faço as reservas no hotel que o Sr. Colins me passou. Olho no relógio e vejo que já está na hora do  almoço. Mando uma mensagem pro Matheus, avisando que estou descendo para encontrá-lo na porta do prédio.

       Ele visualiza e responde um “ok”. Sempre faço isso qdo vamos almoçar. O restaurante fica aqui do lado, menos que um quarteirão, é bom andar um pouco não faz mal a ninguém.

     Já mais centrada caminho tranquilamente com Matheus até o restaurante. Escolhemos sentar numa canto mais reservado e fazemos os nossos tradicionais pedidos ao garçom, que nem anota, de tão acostumado a ouvi-los que está.

- Agora desembucha Raquel. O que te deixou aflita hj pela manhã? – Matheus inicia, sem exitar.

Fora vc? Não isso não posso falar!

- Nosso chefe quer que eu vá para Paris com ele, daqui um mês, numa viagem que ele tem programada. – desembucho de uma vez, já que ele insistiu!

- Vo..Vc? E o Sr. Colins? Em Paris? Sozinhos?- Matheus gagueja espantado.

- Sim – respondo com uma certa satisfação ao perceber que ficou, digamos, desconcertado com a notícia.

- Mas Raquel, pq vc precisa ir nessa viagem? Bem, vc sabe que há rumores que o Sr. Colins teria um certo interesse em vc, não sabe?. - Matheus diz parecendo estar meio perturbado.

    Vejo que não é só impressão, ele realmente ficou alterado com o que eu disse sobre a viagem. Seus olhos estão um misto de desespero e raiva.

- Primeiro que ele disse que a viagem é pra ele tratar de alguns investimentos, e que eu como sua administradora devo acompanhá-lo para ajudá-lo a decidir o que é melhor a fazer. E segundo que eu sei muito bem que isso são boatos, Matheus, ele nunca me desrespeitou, nem se insinuou. Além do mais eu sei me impor e não permitirei nada que eu não queria.

- Que vc o quê?? Olha Raquel, tem rumores que ele está esperando só uma oportunidade e pensei que depois de ontem vc e eu.. - sua voz parece falhar quando termina.

   Sinto muito mas vou ter que abrir o jogo com Matheus, apesar de estar vendo que estou preste a magoar o meu amigo. E isso é muito doloroso de reconhecer.

- Matheus. – tento iniciar com calma, pegando em sua mão. – Vc me conhece, sabe que sou contra compromisso. Além do mais, temos que esquecer o que aconteceu ontem, por nossa amizade. Não daria certo.

     Matheus afasta sua mão da minha. E isso me dói, como um punhal cravado no meu peito. Seus olhos estão tristes e um nó começa a se formar na minha garganta.

- Certo Raquel, eu sei. Mas eu cheguei a pensar que entre a gente seria diferente, e que podíamos...sei lá... tentar algo mais ... érr.. sério!. Mas talvez vc tenha razão, só não sei se vou conseguir esquecer o que aconteceu ontem a noite, tão fácil, qto vc.
        Na verdade. Nem eu. Nem eu!!

- Eu sei, Má. Mas precisamos, não é certo, entende?. Trabalhamos juntos e com certeza não daria certo. Vc sabe que não daria, não sabe.?- tento parecer convincente.

- É, acho que sei. Ou deveria saber.- ele lamenta.

       Nunca vi Matheus tão abalado. E olha que eu já vi ele mal.  Já segurei muita barra com ele, qdo algumas piranhas desalmadas, de antigamente conseguiam iludi-lo. Matheus no fundo tem um coração muito bom. Chegando quase a inocência.

      Se bem que ontem, de inocente não teve nada. Enfim, sei que parece difícil de início, mas é o melhor a se fazer.

   Terminamos o almoço em completo silêncio, apesar de ver que Matheus quase não comeu, e depois seguimos para o trabalho.

Eramos apenas Amigos. (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora