2. waking up to kiss you and nobody is there

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5 anos antes

"Ele está desacordado, você não pode vê-lo agora."

As vozes eram abafadas, sua visão era tomada por um constante embaçamento.

Em meio ao desespero, ele via as sombras da enfermeira o segurando pelos ombros e arrastando pelos corredores.

Ele não tinha forças, não tinha condições de ficar em pé.

Deixava que a mulher o arrastasse para fora do caos.

Ele queria que ela pudesse o arrastar para fora de seu próprio corpo.

A dor que estava sentindo era imensurável.

Ao fundo, ele conseguia ouvir os barulhos das macas batendo contra o rebaixo dos rejuntes, os apitos das máquinas, pessoas falando por todo o lado.

Ele queria gritar, queria correr. Não tinha voz, não tinha forças.

Zayn só pensava em vê-lo novamente.


Atualmente

Zayn despertou-se em um susto, seu coração estava acelerado e pela testa o suor escorria sem parar.

Franziu o cenho ao deitar no travesseiro e constar que estava molhado também. Pegou o objeto e o jogou ao chão, deitando com a cabeça diretamente no colchão duro.

Ele grunhiu ao lembrar do sonho de teve. Do sonho tão real quanto a lembrança daquele 7 de Janeiro.

Não era possível que depois de tanto tempo aquilo pudesse acontecer.

Depois de tudo, Liam aparecer na sua frente, enquanto estava tocando violão, olhar para ele, virar-se e sair andando como se nada tivesse acontecido, como se nem o conhecesse. Havia sido muito para que pudesse processar.

Liam não tinha o direito de voltar para sua vida depois do que tinha feito, não tinha o direito de lhe perturbar daquela forma de novo.

Zayn não sabia o que pensar diante daquela situação, ele tinha certeza de que era Liam, mas não conseguia entender o que tinha o feito voltar depois de tudo, depois de tanto sofrimento e palavras não ditas, depois de tantas noites em claro em que sentiu que o seu coração iria se despedaçar. Zayn não sabia se conseguiria lidar com aquela volta. Ele queria ter levantado e socado Liam até que não tivesse mais forças, até que toda a raiva que guardava fosse embora.

Ele sabia que não tinha superado. Ele lutava com todas as forças todos os dias para que a raiva continuasse sendo maior do que o amor que um dia sentiu. Lutava contra seus próprios instintos para que não se deixasse levar por aquilo de novo.

Não pôde negar que além da raiva e do descontentamento imensos que sentiu ao vê-lo, também sentiu que aquela presença era a personificação da saudade que sentiu por tanto tempo. Era como se todo aquele sofrimento e dor fossem diminuídos ao brilho que soube que tomou conta dos seus olhos quando o viu de novo.

A confusão era enorme. Nem mesmo Paris ensolarada pela manhã fez com que ele se animasse. Ele parou em sua cafeteria favorita, pediu seu croassant favorito e foi comendo durante o trajeto até a empresa, porque ele merecia. Mas nem aquilo o fez se sentir melhor. O doce bateu em seu estômago como um baque e o fez continuar a revirar.

Não era possível que alguém pudesse sentir aquilo tudo e ainda continuar vivo.

Durante o trabalho, Zayn não conseguia manter-se em pé devido à noite mal dormida e a todo o resto. Ele percebia que os colegas da empresa o olhavam de forma estranha. Quase como se quisessem perguntar se algo tinha acontecido, mas nenhum deles tinha coragem.

A Way To You AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora