037| you're the spring of my winter, Spring

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CAMERON

__ O que está desenhando, Prin? __ perguntei parando o que estava fazendo para olhar por cima do ombro de Spring, que mantinha a língua para fora do boca, concentrada em algo que rabiscava.

Amber estava fazendo uma ligação, e eu estava sozinho com Spring na sala, desenhando.

A ideia de passar a tarde juntos foi da Spring, como sempre tentando me manter perto de sua mãe de alguma forma.

Então, nós três estávamos desenhando, sentados no chão da sala, usando a mesinha de centro como apoio para fazer os desenhos.

Spring se virou para mim com um sorriso, levantando a folha branca até o meu rosto, mesmo que eu já tivesse tido um vislumbre do que era quando olhei por cima de seu ombro.

__ É um desenho papai, das coisas que a Spring mais ama. __ ela disse sorrindo largo.

A garotinha se levantou e se aproximou mais de mim, antes sentado ao seu lado.

Spring continuou com o desenho estendido para mim, que o peguei assim que ela se sentou no meu colo, circulando meu pescoço com um do seus bracinhos.

__ E o que você mais ama? __ perguntei sem conseguir controlar o sorriso.

A criança em meu colo era muito preciosa. Em todos os sentidos.

__ Isso aqui é uma pizza bem grandona papai, a Spring ama muito pizza __ ela disse apontando com a mão livre para um ponto específico do desenho, onde uma pizza um pouco rabiscada enfeitava o papel. __ Esse aqui é o tio Nash.

__ Mas... __ balancei a cabeça um pouco ultrajado e com um pouco de ciúmes. __ Você disse que não gostava do tio Nash.

__ Sabe papai, as vezes eu acho que deveria ser a sua mamãe, você é tão bobão __ ela disse me encarando, arregalei os olhos e mesmo assim o sorriso não deixou o meu rosto. __ A Spring ama o tio Nash, é tudo mentirinha, e a Spring também sabe que o tio Nashey ama muito ela.

__ É verdade __ franzi o nariz, tentando evitar rir da careta formada no rosto dela. __ O tio Nash te ama muito.

Porque era verdade. Nash só agia como não se importasse ou não amasse uma pessoa, porque realmente a amava e se importava muito com ela.

Era apenas a maneira que ele usava para expressar os seus sentimentos, assim como Spring demonstrava demais quando gosta de alguma coisa ou quando desgosta de alguma.

__ E o que mais tem no desenho? __ perguntei, também usando meu braço livre para circular a cintura da minha filha.

__ Essa aqui é a mamãe __ ela disse apontando para outro ponto na folha, os cabelos do boneco de palito longos e pintados de amarelo. __ E aqui são as flores, a Spring gosta de flores, combina com o nome dela.

Deixei de encarar o desenho para voltar a atenção para a garotinha que estava tão concentrada em mostrar os mínimos detalhes do seu desenho para mim.

__ E esse daqui é você, papai __ ela disse, me pegando de surpresa. __ Você é uma das coisas que a Spring mais ama no mundo.

Meu coração quase saiu do peito ao ouvir palavras tão doces vindas dela.

Eu já havia a escutado dizer que me amava antes, já estava acostumado a tê-la me chamando de pai ou papai, mas ainda não havia a chamado de filha.

Talvez fosse a minha ficha que ainda não havia caído. Mas agora, eu sabia que estava apaixonado pela minha filha.

Porque ela era apaixonante. Ela de longe melhorou minha vida, trouxe mas luz e paz, mesmo com todas as travessuras e brincadeiras que as vezes ela não sabia conciliar ao certo ou ao errado.

E por Deus... Graças aos céus eu tinha o prazer de a chamar de filha.

E então eu sorri, deixando o desenho em cima da mesa e abraçando Spring que ficou sem reação por alguns segundos, mas que não tardou a apertar os bracinhos finos em volta do meu pescoço. 

As lágrimas beiravam os meus olhos e nem eu próprio sabia o motivo de estar tão emocionado. Talvez fosse a ficha realmente caindo de que eu tinha uma garotinha tão especial, vinda de mim.

Ela era parte de mim, parte do meu ser, e isso era mais do que eu podia pedir. Todos precisam de uma Spring para tonar os seus dias melhores, e ainda bem que eu tenho a minha.

A minha filha.

__ Acho que eu descobri porque seu nome é Spring, filha. __ a garotinha em meu colo arregalou levemente os olhos, afinal era a primeira vez que eu a chamava assim.

__ É porque a mamãe gosta de Spring, não é papai? __ ela perguntou, segurando o meu rosto com as mãozinhas, passando-as pelo meu queixo, onde a barba já estava por fazer.

__ Não, quer dizer... Talvez __ ela me encarou atenta, esperando uma explicação, Spring odiava não entender as coisas. __ Mas é porque você nasceu para ser a primavera do meu inverno, Spring.

Minha filha tombou a cabecinha para o lado, finalmente parecendo entender o sentido da frase.

__ Você ama a Spring, papai? __ ela perguntou, ainda passando as mãos macias na minha barba.

__ Sim, filha __ eu estava gostando de a chamar de filha, era tão... Singular. __ O papai ama a Spring.

__ Jura?

__ Juro.

__ De dedinho?

__ De dedinho. __ sorri assim que ela estendeu seu mindinho para se juntar ao meu.

Assim que o fiz, ela também colou sua testa na minha. Agora aquela era uma promessa selada.

__ A Spring também te ama, papai.

Sorri com a testa ainda junta da sua, os dedinhos também cruzados.

Escutei um barulho atrás de mim e me virei, a tempo de ver Amber praguejando e se abaixando para pegar algo que havia deixado cair.

__ Desculpa, é que estava tão lindo... Eu não consegui sair __ ela sorrio nervosa, limpando a garganta em seguida, os olhos levemente marejados. __ Mas finjam que não me viram, podem continuar, não vou atrapalhar não.

Spring e eu nos encaramos, sem conseguir controlar o riso.

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to sensível

ai que capítulo grande, desculpa não faço mais

amo vcs de montão

sᴘʀɪɴɢ ↻ cameron dallasOnde histórias criam vida. Descubra agora