Prólogo

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  Tony se encostou na sua mesa cheia de papéis com rascunhos enquanto Fury caminhava pela sua sala, de um lado para o outro, com aquela sua famosa cara séria. 

  Tinha que ir direto ao ponto pois se tratava de mais uma invenção de Tony que poderia acabar dando  errado. Igual a Ultron.

- Tony queria mesmo saber o que você pensa na maioria das vezes. Mas tenho medo de imaginar e acabar pegando um pouco da sua falta de noção - disse Fury com uma expressão bem indignada.

- Falta de noção? Olha eu não vejo erro nisso - Tony argumenta - É tão errado assim querer dar vida a um sonho? 

- Lembra da sua última criação inovadora, seu último sonho? É, ele se chamava Ultron. Lembra do que aconteceu? - Fury ficava cada vez mais irritado e indignado. 

- Sabe o que eu acho bem bacana? O Visão, de certa forma, também é minha criação e ninguém reclama dele. Não há nada para se dar errado, tudo está bem - Tony tentava amenizar a situação - Sabe Fury se conhecê-la poderá ver com seus próprios olhos que seu medo é em  vão.

- Você sabe que há outras maneiras de se ter filhos. Poderia adotar um sabia? Bem mais saudável e seguro.

- Acha que eu não tentei?? -Tony começou a se exaltar um pouco - Eu fui em todos os cantos que eu pude para tentar adotar uma criança, até ofereci dinheiro!! Fiz de tudo, tudo mesmo, mas o Homem de Ferro parece ser perigoso e irresponsável demais. Ninguém quis comprar minha causa, ninguém se importou comigo, nem mesmo o tão aclamado presidente. Então tomei as minhas próprias medidas. 

  Fury caminhou na direção de Tony e se pôs na frente dele. Queria olhar nos seus olhos e mostrar que estava falando extremamente sério e que tudo aquilo poderia se tornar um grande problema, mesmo que a longo prazo.

- Tony sabe o que acontece se... você sabe.... ela... você perder o controle dela. Teremos um novo Ultron. Como acha que poderei defendê-lo se isso ocorrer? Será preso sem piedade. 

- Eu sei o que fiz, não me arrependo. Ela é minha filha, tem meu nome, e ponto.

- Então se você criar um micro-ondas e der a ele seu nome também vai chamá-lo de filho??

  Tony empurrou a cadeira que estava do seu lado, derrubando-a no chão. No fundo queria ter feito isso com Fury. Ele não iria permitir ser ofendido daquela maneira. Taylor era agora sua filha, ridicularizá-la era como a pior ofensa para ele. Fechou os olhos, respirou fundo e finalmente decidiu que o responderia a altura...

  Mas Taylor apareceu na escada. Os dois olharam para ela, enquanto descia calmamente os degraus. Ela parou no meio dos dois. Taylor sabia o que estava acontecendo, mas isso não parecia afetá-la. 

- Pai, estou indo dormir - Taylor tinha uma diretriz de sempre dar boa noite aos pais antes de se deitar, mas na verdade estava fazendo aquilo a pedido da mãe para apartar Tony de Fury e evitar uma briga - Boa Noite sr. Fury - Taylor esboçou um leve sorriso.

  Fury não "tinha mais pernas". Não tinha como dizer mais nada ali, principalmente depois daquela breve cena. É... ela parecia bem... real para um robô...

- Tony amanhã a gente conversa. Sabe onde me encontrar - Fury olhou para o alto e viu, parada na escada Pepper, com uma cara um tanto preocupada. Fez um breve aceno com a cabeça, se virou e saiu. 

  Não sabia o porquê mas se sentia mal, como se tivesse agido errado. Será que estava sendo duro demais? Ou isso era um pressentimento? Não queria ser o monstro da história mas também não queria ajudar a "criar um". Antes de sair, Fury se virou e disse:

- Tony não me leve a mal, me desculpe pela... grosseira... - passou pela porta e foi embora.

  Tony respirou mais fundo ainda. Poderiam ter brigado. E nunca conseguiria provar a inocência de Taylor. Estava com a cabeça a milhão. Olhava para a sua garota e NÃO CONSEGUIA VER ULTRON. Só conseguia ver sua menina. 

  Só uma coisa passava pela sua cabeça, a única coisa que queria naquele momento...

  Abraçar sua filha. 

  Ajoelhado no chão para envolvê-la completamente nos seus braços, Tony abraçava Taylor. A sua menina. A sua garota. Sua. 

- Ei... Ela também é minha... - disse Pepper se aproximando com um sorriso meigo.

  Os dois a abraçavam. Com força. Com muito amor. Ela era a filha deles agora. Não importa do que fosse feita, ela era uma Stark. Eles eram seus pais e não deixariam que nada acontecesse à ela, a protegeriam de todo seu coração.  

  Taylor via o que estava acontecendo. Mas não entendia o verdadeiro sentimento por trás daquilo. Mas mesmo sem entender ela registrava tudo em sua memória.

Homem de Ferro: LaçosOnde histórias criam vida. Descubra agora