Silence

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Jungkook p.o.v.

Quando pensei que me ia afundar no chão do quarto, apareceu Jihyo. Os seus olhos estavam calmos e ela transmitia ternura. Encorajou me a sair do chão e abraçou me enquanto estávamos sentados em cima da cama.
-Tu és um dos meus dois meninos fortes.

Eu olhei para ela.
-Tu vais superar isto Jungkook, tanto tu como o Jimin precisam um do outro agora. Não deixem que aquele ser, que eu só não me arrependo de ter casado com ele porque senão não teria nascido o Jimin, estrague tudo. Não deixem que ele vos deite abaixo.

-Eu quero fazer o teste. Quero ter a certeza mas que não consigo estar descansado enquanto não souber a verdade.
-Eu sei Jungkook. Tens de manter a calma, toma um banho e veste te. Vamos fazer o teste já hoje e depois vou levar vocês os dois para apanharem ar.

-Obrigado Jihyo.
-Já conversas te com a tua mãe outra vez?
-Ela diz que não pode mesmo vir cá mas que eu deveria fazer o teste.
-Então está resolvido.
-Não... Está longe de ser resolvido. O que eu faço se o Jimin for meu irmão?

-Querido, vocês os dois vão ter de decidir se as coisas vão funcionar ou não. Eu conheço a vossa história e custa me imenso ver vos nesta situação mas ambos sabem que será sempre uma coisa errada.
-Sim.
-Vá, vou avisar o Jimin para se ir vestir também.

Ela saiu e eu fui preparar me. Quando entrei na banheira e deixei a água escorrer, recebi recordações na minha mente de todas as vezes que eu e Jimin fizemos amor ali mesmo. Sorri ao pensar que fizemos amor imensas vezes e não foi só ali.

Relembrei a nossa primeira noite em questões de intimidade. Era a passagem de ano e estávamos todos animados pelo que tínhamos bebido mas mesmo assim completamente conscientes do que estávamos a fazer. Senti o seu corpo todo queimar com os meus toques.

A sua cara ficou muito quente e vermelha e ali, naquela noite, permitimos um ao outro, um melhor conhecimento sobre os nossos corpos. Sobre os nossos desejos, reações e gostos. Aprofundamos a nossa intimidade e isso só cresceu com o tempo.

Não tinha dúvidas que era com Jimin que eu queria passar o resto da vida. Porque a nossa história é daquelas histórias de amor em que são tão repletas de sentimentos intensos que não há espaço para dúvidas no que toca a querer permanecer.

Eu quero Jimin, agora, amanhã e para sempre e não vou deixar ninguém estragar isso. Eu só precisava de um pouco de tempo para organizar a minha cabeça. Mas eu sei bem o que eu quero. E não é o fim do mundo não é verdade? Ainda não há certezas de nada.

No fim de me preparar desci e vi Jihyo pronta no sofá.
-Onde está o Jimin?
-Ele deixou um bilhete a dizer que saiu.
-Cheguei! -apareceu ele.
-Onde foste querido?
-Fui só dar uma volta. Encontrei o Yoongi e ele ajudou me a tomar uma decisão.

Ele olhou para mim.
-Vamos fazer o teste.
-Vamos. -eu disse.
E fomos com Jihyo até ao sítio que ela conhecia. Tiramos as amostras de sangue e elas foram levadas para laboratório.

-Bom, vamos passear para descontrair. -disse Jihyo.
Ela conduzia enquanto eu ia ao seu lado e Jimin no banco de trás. Eu via o seu rosto triste através do espelho do carro. Custava me vê-lo assim.

Ficou calado durante o dia todo, mesmo depois do almoço que era quando ele ficava mais bem disposto no geral.
Jihyo tentava distrair nos mas a tarefa não era fácil.

*

Depois de quase duas semanas muito torturantes à espera dos resultados, finalmente chegou o dia.
Eu e Jimin apenas dormimos na mesma cama umas duas ou três noites. Mas não deixamos de trocar afetos, eu sei que ele precisava dos meus abraças.