⊱ CAPÍTULO XI ⊰

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Episódio: Roses

A mensagem em seu espelho havia sido escrita com o batom rosé que Harry comprara para si na Feira de Scarborough.

Estranhamente, o produto estaria exatamente como havia sido deixado na noite anterior, não fosse o fato de que Harry o colocara ao lado esquerdo da cômoda, bem como todas as demais maquiagens; agora, porém, o cosmético se localizava à direita, junto aos seus enfeites de cabelo. 

Após o fitar atentamente a situação por mais de uma vez, ele fez o que qualquer pessoa sensata faria em seu lugar: saltou de sua cama e deixou o cômodo em disparada, sem nunca olhar para trás.

Ele desceu os infindáveis lances de escada que levavam ao térreo de forma estabanada e gritou por ajuda, embora não achasse que alguém estaria acordado em Fell's Church pela madrugada. Quando deu por si, adentrava na cozinha correndo, berrando e assustando Dermot – o cozinheiro, muito caprichoso em suas tarefas, costumava acordar deveras cedo para lidar com os preparativos do desjejum com esmero.

Eis que com a chegada repentina e escandalosa de Harry, o cozinheiro chefe derrubou o saleiro que tinha em mãos e o conteúdo virou sobre a mesa.

– Céus, Vossa Nobreza! – exclamou irritado, provavelmente frustrado por ser interrompido em seus afazeres, ainda mais diante de um escarcéu. No entanto, seus olhos se encheram de receio ao notar o estado assustado e ofegante do jovem, vestido apenas com o robe de seda vermelha que comprara no dia anterior e felizmente comprara, do contrário ele provavelmente estaria ali do modo que dormira nos dois primeiros dias na mansão: completamente nu. – Algo lhe aconteceu?

– Alg-guém invadiu meu quarto! Escreveu uma mensagem em meu espelho! – Harry declarou, apontando na direção do andar de cima com a mão trêmula.

Era esperado que a expressão de Dermot se tornasse ainda mais alarmada com a informação, porém ocorreu exatamente o inverso: as linhas de expressão bem marcadas do rosto já de idade suavizaram-se ao ouvi-lo. Ele sorriu, endireitando a toque blanche que deslizara até a metade de sua testa com o susto recebido.

– Havia algo fora do lugar, senhor?

– Exatamente! Ei. Espere aí –

– Aquela danadinha! – Dermot exclamou, rindo e balançando a cabeça em incredulidade.

– Desculpe?

O cozinheiro fitou a bagunça de sal sobre a mesa, distraindo-se.

– A filha do Sr. Desmond. Gemma é daquelas crianças sapecas, sabe senhor? Deve estar furiosa porque o senhor está no quarto que pertencia a ela – o cozinheiro deu uma risada rápida. – Fique tranquilo, ela eventualmente irá perdoá-lo por isso. Quanto a trocar as coisas de lugar, é a brincadeira favorita dela. Não fique bravo, sim?

Harry juntou as sobrancelhas em confusão. Tentou buscar alguma memória onde Anne mencionasse uma prima a ele, mas tinha absoluta certeza que nunca ouvira nada a respeito.

– Uma criança? Como eu ainda não a vi em Fell's Church?

– Isso eu não saberia explicar, senhor – o cozinheiro deu de ombros.

Harry estranhou a resposta evasiva do pai de Nick, mas pensou sobre o tamanho da propriedade em si e constatou que realmente seria possível não encontrar alguém que ali morasse, principalmente se considerasse que ele estava ali há apenas dois dias.

Mystical (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora