XXX - 17

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[P.O.V JUNGKOOK]

Eu sentia o aroma dele ficando cada vez mais fraco, o meu ômega estava machucado, isso era óbvio, posso sentir o cheiro do seu medo, do seu cabelo, do seu sangue.

Quando cheguei próximo a uma porta vi dois seguranças amordaçados com sangue saindo de seus olhos, o cenário mais terrível possível, o escuro não me deixava ver os ferimentos muito bem, chequei a pulsação de ambos, mortos.

Peguei uma das duas armas e segurei com as duas mãos para ter mais apoio.

Ouvi um disparo, um soluço de morte, eu conhecia bem esse som, era um ômega, tenho certeza.

Tentei espiar pela porta mas era inútil, ela era automática, então se eu me aproximasse mais se abriria, e foi o que eu fiz.

Uma luz do corredor iluminava minhas costas e me fazia ter uma sombra muito mais assustadora, senti as luzes piscando atrás de mim.

Em questão de segundos eu vi Jimin, no chão perto da parede, parecia um anjo de luz que havia acabado de perder o controle de suas asas.

Hyuna parecia não ter mais esperanças, se entregando completamente para a morte ficando de peitos abertos tentando chamar a atenção do marginal.

Todos olharam para mim e dei três tiros em sequência nele, meus recursos eram limitados então eu não poderia errar.

Foram três disparos, um no peito, outro no pescoço e um na testa, todos em sequência.

O alvo pareceria estar muito bêbado ou zonzo demais, foi fácil acertar os tiros, ele caiu morto na minha frente.

As balas iluminaram o lugar pelos breves segundos dos disparos, foi um show sangrento.

O som alto dos disparos fez meu anjo desfalecer, o sangue saindo de seu corpo era uma obra de arte.

Hyuna foi correndo em direção a Jimin e eu fiz o mesmo.

- Porra, você tá bem? Que merda você tava fazendo? – falei apreensivo para Hyuna, segurando a cabeça e o tronco de Jimin, tentando apoiar ele no meu colo.

- Depois eu explico, tenho que procurar ajuda – ela saiu correndo.

Eu a admirava, mesmo sangrando, com marcas inchadas no seu corpo ela corria pra ajudar os que ela ama, uma ômega que nasceu pra ser alfa.

[...]

A ajuda chegou, o prédio inteiro foi cercado por viaturas, policiais armados, ambulâncias, repórteres e tudo mais.

Tive que dar um depoimento, Hyuna também mas ela deu no hospital, ela e Jimin ficaram no mesmo quarto, tentei ligar pra TRIPLE X mas deu retorno.

Jimin ainda não havia acordado, mesmo depois de ter feito todos os exames e saber que ele estava bem, eu estava preocupado que ele não acordasse mais.

Dragon chegou gritando na recepção, eu conhecia seu desespero, então foi fácil para reconhecer ele no meio da multidão de pessoas que estavam lá para reconhecer os corpos das vítimas.

Fui até ele e recebi um abraço apertado, suas lágrimas me cortavam o coração, não aguentava muita pressão.

- Onde ela está? Ela tá bem? – ele separou nossos corpos e perguntou.

- Ela tá dormindo agora, eu tentei ligar pra lá mas ninguém atendeu, o que aconteceu? ,

- Entraram uns bandidos lá atrás da Hyuna, bateram em mim e no Jin, Jay e Namjoon conseguiram pegar os três marginais mas o Kim não conseguiu se segurar e matou o alfa que tinha batido em Jin. Foi o maior inferno mas tá tudo bem.

- Como assim tá tudo bem caralho? – respirei fundo – eu preciso voltar por quarto agora, só eu posso entrar, tenta voltar pra lá, organiza tudo e volta no horário de visita.

- Cuida dela por mim Jeon – ele me abraçou mais forte, seu aroma era tão familiar, me remetia a casa, me dava saudades da tranquilidade do começo de tudo, só nós dois, no verão, conversando sobre como éramos pessoas ruins por desejar a morte de outras pessoas e agora, é o que eu mais faço.

Ele me soltou e deu um beijo na minha testa, depois se dispersou no meio das outras pessoas.

Voltei para o quarto e percebi que Jimin não estava mais lá, todos os aparelhos que estavam ligados a ele tinham sumido também, não, não, por favor não, não posso, de novo não.

Hyuna ainda estava desacordada, sai pelos corredores procurando ele, seu cheiro não era mais tão forte por conta dos inibidores que deram a ele assim que chegaram no hospital.

Fui correndo até a recepção para ver se tinham levado ele até alguma sala de cirurgia ou algo assim.

Eu já não o sentia mais, nossa ligação que já era fraca, agora era inexistente.

Perguntei a gentil senhora se havia algum Park, em alguma sala de cirurgia, ela procurou por alguns minutos, verificou alguns prontuários e se voltou para mim, com a feição muito triste.

Eu me segurei na bancada para não desmaiar, por favor que seja mentira, que isso seja mais um pesadelo.

- Hora do óbito, meia noite.

Meu coração pulsava de forma descontrolada, as lágrimas saiam do meu olho sem medo.

Senti algo frio, o chão.

As luzes piscavam assim como estavam no outro hospital.

Ouço a voz de Dragon.

Um soluço de morte, assim como da outra vez.

Fim.

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