XXX - 18

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[P.O.V JIMIN]

Eu acordei com um aroma de lavanda.

Recuperei os sentidos lentamente, primeiro veio o olfato.

Meu pulmão queimava.

Logo em seguida recuperei a visão, no começo turva e embaçada mas depois tudo bem.

Consegui me levantar lentamente, minha cabeça estava pesada, meu corpo doía, respirar era difícil, algo me dizia que meu corpo estava coberto por hematomas.

Olhei para o lado e vi Hyuna, graça a Deus ela tá bem, parecia dormir em um sono profundo.

MINHA MÃE, ONDE ELA ESTÁ?

Sai correndo em direção a recepção atrás de alguma notícia, vários fios e tubos que estavam conectados a mim por adesivos e outros não, vinheram junto.

- Moça, todos os pacientes do SNUH Boramae foram transferidos para cá?

- Sim senhor, você gostaria de saber sobre algum? – ela nem olhava para mim, nem se importava.

- Sim, seu nome é Park Eunbi, estava fazendo um transplante de fígado quando tudo aconteceu.

- O senhor é familiar?

- Sou filho dela.

- Vou procurar no sistema, aguarde.

Minhas pernas tremiam, o coração errava as batidas, meu monitor cardíaco era uma bagunça, pensei ter visto o médico que operou minha mãe subindo as escadas, o sangue fugiu do meu rosto.

- Achei, quarto 369, no segundo andar moço.

Ela olhou para mim e eu saí correndo mais uma vez.

- SENHOR, EI VOLTE AQUI SENHOR – ela gritava.

Subi as escadas geladas, estava descalço, quase sem roupas, com vários tubos conectados à mim.

Passando pelo corredor estreito o monitor prendeu em um dos carrinhos emergenciais que estava no meio do caminho.

Tentei me soltar mas era inútil, tirei todos os fios e cabos do meu corpo, um remédio preto metálico caiu no chão, vi que era algo para dor e engoli.

Continuei a correr.

Eu precisava saber que ela estava bem, precisava ver com meus próprios olhos.

Finalmente cheguei ao quarto, abri a porta as pressas, minhas pernas estavam fracas.

- MÃE – gritei.

Eu olhei para o médico e olhei pra minha mãe, ela estava mal, muito mal.

- Mamãe? O que aconteceu? – fui me apaixonando da cama.

- Sua mãe teve um transplante de fígado bem sucedido mas o corpo infelizmente rejeitou o órgão, fizemos de tudo...

- NÃO OUSE TERMINAR ESSA FRASE.

- Ela não quer ser salva, não quer outra cirurgia, por favor entenda, eu não posso fazer nada – o doutor se explicou.

Toquei na mão da minha mãe e senti o frio que ela estava.

Peguei as cobertas e comecei a enrolar ela, assim como ela fazia quando eu estava com frio e com medo.

A envolvi nos meus braços.

- Vai ficar tudo bem mamãe, você vai ficar bem, eu amo você, não me deixa aqui, por favor mamãe, por favor, eu tô aqui, eu te amo, mamãe por favor, não vá – tentei esquentar seu corpo mas nada parecia funcionar.

- Isso é a falta de sangue, seu coração não está conseguindo bombear sangue para o corpo – o médico falou.

- Por favor doutor, faça alguma coisa, por favor salve minha mãe – implorei.

- Eu não tenho permissão dela, ela assinou os papéis enquanto lúcida – ele falou baixinho.

Comecei a chorar, minha mãe não queria mais lutar, sua dor é tão grande assim?

O olho dela começou a abrir, estava amarelado, sinal típico de alguém com problema de fígado.

- Jimin?

- Oi, eu tô aqui mamãe, eu te amo, vai ficar tudo bem, fica comigo, por favor, não desiste assim.

- J-Jimin, eu tô com muita dor, sua velhinha não aguenta mais isso, por favor respeite minha decisão e me ajude a passar por isso, seja forte.

- Lute mamãe, se não for por você, que seja por mim, por favor não vá.

Minhas lágrimas caiam no seu rosto e eu a apertava ainda mais.

- Meu coração é amarelo e ele só continua batendo, por causa de você – senti seu corpo ficar mais pesado, uma lágrima saiu do seu olho que paralisou no meu.

Seu último soluço, o da morte.

Por favor, minha mãe não, não.

- Hora do óbito, meia noite – o médico falou e saiu do quarto.

Minhas lágrimas não cessavam, me levem com ela, eu imploro.

- Vai ficar tudo bem mamãe, vai ficar tudo bem – Eu a apertava e beijava sua testa.

Vai ficar tudo bem.

→ TRIPLE X • JIKOOK • ABO ←Onde histórias criam vida. Descubra agora