21. "Eu confiei, nem despertei"

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de volta trevinhos ;)

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Ana's POV

Algumas semanas depois

Ansiedade virou mania porque constantemente eu lembrava que faltava pouco pro nosso segundo CD sair. Aquela vontade de contar pro mundo todinho foi ficando maior, mas Vitória tentava me controlar. Então tirei um tempo pra respirar  e prender essa ansiedade.

-- Tá nervosa né ? -- Vitória perguntou me abraçando de lado deixando meu corpo aliviado por sentir seu cheirinho bom. 

-- Tu num tá não? Porque eu tô comendo minhas unhas o tempo todo, mulher. -- respondi ligando a nossa tv da sala.

-- Mas num tem pra que isso, Aninha. O povo vai gostar, até porque as letras...

-- Mas ainda falta eu escrever mais... -- interrompi -- E se não for o que o pessoal quer, Vitória?

-- Ana, quantas vezes preciso te dizer que tá tudo ok? Não adianta se aperriar antes do tempo. -- Vitória conseguia me acalmar sendo apenas ela. -- Tu é tu, e tu sendo tu já é perfeito. As músicas tem muito de ti, então é sinal que será tudo lindo.

Só ela pra deixar tudo mais calmo, e era por isso que eu a amava. E nossos dias foram passando, mesmo estando com um tempo sem fazer show, mesmo assim tirávamos um tempinho pra fazer live para os nossos fãs. E a gente meio que tentava não focar no nosso relacionamento amoroso no meio da câmera, mas a galera perguntava sempre. Eu evitava o máximo responder coisas do tipo "Tá pegando a Vi" ou "Quando vão postar fotos se beijando?". Minha mãe costumava ver tudo o que eu fazia nas redes sociais, tinha hora que eu meio que bloqueava ela só pra não ter que dar satisfações, então eu evitava justamente falar muito nas lives,  porque sim... ela olhava tudo.

-- Sua mãe não colabora.. -- Vitória brincou me encarando -- Quero nem pensar na guerra que ela vai fazer quando a gente contar pra ela.

-- Isso não pode acontecer agora, Vi, você já sabe. Ela vai acabar criando ranço de ti, e quero isso não. Deixa que o tempo passe e quando eu vê que já é a hora.

Foi nesse minuto que senti a pele quentinha  de Vitória atravessando meus braços. Era bom demais a sensação. Ela levantou seus braços para eu deitar em sua barriga, eu amava ficar assim com ela no sofá.

-- Tá bom, mas um dia ela vai ter que saber que a filha dela já é grandinha e precisa construir uma família.

-- Falando assim até parece que tu quer casar comigo, mulher. -- falei e ela sorriu.

-- E se eu quiser?

Meu estômago embolou todinho e eu quis correr dali, mas respirei fundo mesmo sem entender direito se aquilo era uma brincadeira ou verdade. Mas de algum modo, meu imaginário desenhou toda a situação que seria nosso casamento. Eu definitivamente estava pensando quem seria os padrinhos, e que tinha que ter bastante coxinha na nossa festa e que o bolo tinha que ter um trevo bem grande. E eu cantaria uma música linda pra ela, cantaria tão alto pra todo mundo ouvir que meu "Sim" era verdadeiro, e que meu coração todinho era dela.

-- Num brinca com uma coisa dessas que tenho um treco aqui, Vitória. -- falei, sofrendo por saber que esse sonho estava um pouco longe de se realizar. Até porque não tínhamos tempo suficiente para pensar em casamento agora. Nossa vida, nesse momento era basicamente (cuidar do novo álbum e dos futuros shows).

-- Tô falando sério, vai que um dia eu te surpreenda com uma aliança. -- Senti um arrepio na pele e percebi que essa sensação era boa demais -- Você diria não pra essa carinha?

When it's YouOnde histórias criam vida. Descubra agora