1. "Quando Tu Se Aproxima"

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ei..tu que ama Anavitoria, tô começando esse projeto porque amo muito essas gurias :) comentem trevinhos!

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Fazia frio naquela manhã em São Paulo, as nuvens pareciam se perder entre um tom cinzento no céu. A voz de Mallu Magalhães saia de um modesto rádio que percorria cada cantinho do apartamento. Vitória terminou de beber seu suco de laranja distribuindo seu sorriso até mesmo para a porta da geladeira que aparentemente dava trabalho pra fechar. Sua expressão era a mesma em todas as manhãs: perfeitamente feliz. Seu sorriso se estendia perdido no tempo, talvez estivesse pensando em algo, na música, nos shows pelo Brasil, ou em alguém. Seus pensamentos podiam ser intensos, mas só ela mesma continha o poder de falar. Quem tinha o prazer de conhecer Vitória, sabia muito bem que a moça possuía a mais primorosa delicadeza do universo, era como se não fosse desse mundo. A jovem era dona de um corpo esculpido pelos os deuses, não só sua pele brilhava, mas seus cabelos volumosos acrescentavam tudo do que era mais belo.

-- Ei, tu. -- disse Vitória tocando no ombro macio da morena deitada na cama por entre lenções brancos -- Hora de acordar pra vida.

Percebendo que sua voz não conseguia causar aquele efeito trágico de despertador, resolveu ser mais bruta ao acordar a moça que dormia tranquilamente. Pelo menos faria muito esforço para conseguir chegar a ser bruta.

-- Por favor, não me deixa puxar teu cabelo, mulher. -- disse novamente, dessa vez a morena se mexeu lentamente na cama -- Ana Clara Caetano, tu é que nem pedra mulher. Acorda, tu sabe que hoje é dia de entrevista. Quis cantar comigo, então já sabe no que vem pela frente.

Atendendo agora o pedido de Vitória, Ana abriu os olhos quase que de câmera lenta reclamando do pouquinho de luz que escapava pela fresta da janela.

-- Mas.. que... Só vou perdoar essa afronta porque tô amando o que tô ouvindo. -- Ana falou com dificuldade ainda bocejando a cada palavra -- Que horas são?

-- Exatamente a hora certa pra tu se levantar, menina. -- disse Vitória se jogando na cama ao lado de Ana deixando cair seus cachos dourados por entre a barriga da morena -- Tu tem mania absurda de me fazer te acordar todo dia.

-- É porque gosto do jeito que tu fica. -- foi nesse exato momento que o coração de Vitória sentiu algo que nem ela mesma era capaz de conseguir explicar, talvez fosse a forma como Ana olhava pra ela. Aquela sensação de que estava tudo certo. Aquela troca de olhares em diversas ocasiões, aquela cumplicidade estava ali. Sempre.

-- E como eu fico, Naclara? -- dessa vez a morena se surpreendeu com tamanha proximidade de seus rosto.

Ana não se permitiu falar nada, deixou apenas o silêncio vagar e percebeu que Vitória ficava ainda mais bonita quando não estava prestando atenção em nada. Mas se formos pensar por um lado, talvez ela estivesse lembrando de como se conheceram, ou talvez estivesse sendo apenas Vitória. As duas eram amigas desde muito tempo, se conheceram na escola e o destino talvez decidiu por si mesmo fazer de suas vidas um laço. O futuro consegue fazer coisas que não temos capacidade de planejar por si só.

Sempre foi a música.

O tempo todo.

Abrindo e fechando portas. Vitória jamais sonhou ter alguém dividindo seus dias, suas noites, sua geladeira, seus livros, suas manias, seus segredos. A mesma nunca suspeitou que foi graças a música que ambas estavam seguindo, para longe.

-- E o que temos pra hoje, Vi? -- ajeitou seus cabelos para o lado procurando uma forma confortável de se sentar.

-- Entrevista, mulher, num lembra? Santo Tiago Iorc, ele conseguiu o inconseguível...

Ana deu uma pequena risada agarrando o braço de Vitória.

-- É o que Vitória?

-- Deixa.. o que importa é que tu e eu conseguimos entrevista pra revista, acho que vão fazer as mesmas perguntas de sempre: "Como vocês se conheceram? O que gostamos uma na outra? Como foi trabalhar com esse moço lindo cabeludo".

Elas poderiam ficar ali, ali mesmo naquela cama o dia todo falando besteiras sem se preocupar com o turbilhão de coisas que tinham que fazer durante o resto da semana. Poderiam ficar ali, rodeadas por lembranças boas. Poderiam ficar ali, trocando sorrisos e carícias qualquer. Era evidente a ligação entre as duas, esse sentimento se encaixava naquilo tudo chamado amizade.

-- Ei, Vi, num quero levantar hoje não. -- disse Ana com sua voz doce acompanhada por sua careta de desaprovação da vida. -- A gente podia ficar aqui, sei lá, assistindo séries...

Vitória deu um impulso levantando-se da cama, encarando os olhos da morena. Por um segundo, pareceu preocupada.

-- Ta doida, Naclara? Lembra da última vez que fizemos isso? Tu com as tuas manias de me convencer.

E por questão de segundos a voz de Ana veio decorar o sorriso de Vitória "que a vida é tão bonita quando dividida com alguém". Ainda meio abobalhada por escutar aquela canção, Vitória encarou lentamente os olhos da morena e lhe estendeu um sorriso de lado bancando a esperta porque sabia muito bem que a mesma não era capaz de conseguir sair dali, de seus braços.

Nunca.

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esse início foi bem curtinho, só pra "tus" sentirem o que vem por aí. Aproveitem para dar aquela curtida... não demoro :) erros corrijo depois... até

When it's YouOnde histórias criam vida. Descubra agora