3. "Ei você que se alojou nos meus olhos"

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Oi :)

Vou tentar postar com mais frequência, juro. Obrigada pelas visualizações e a TraduçãoCamren por tá compartilhando essa história com seus leitores. Esse é o momento onde nossas personagens vão partir para um outro caminho...

Vamos lá! Erros corrijo depois :)

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A semana passou voando, quase que de câmera lenta. O duo iniciava sua segunda viajem da turnê, e agora era a vez de Santa Catarina receber o sorriso dessas duas. Depois do almoço decidiram descansar no hotel, e nem precisava dizer que Ana Caetano usou sua meiguice para que Vitória ficasse com ela no mesmo quarto, pois assim não se sentiria só e poderia trocar algumas ideias para o show de logo mais. Enquanto Vitória lia um livro sobre "A natureza e seus aspectos", Ana mexia em seu celular rindo a cada comentário bobo que vinha do seu instagram, segundo ela, eram o tipo de comentários que não faziam tanto sentido assim e tudo era sobre a moça de cabelos volumosos a sua frente. "Como assim Brasil, eu te beijo nos camarins?" disse Ana em voz alta chamando atenção de Vitoria que rapidamente olhou de lado para a morena com uma expressão de malícia, e disse, negando com a cabeça.

- Viu Naclara, a natureza é tão linda que chega a dar dó quando tu pede pra eu cortar os girassóis do meu jardim. Vou fazer isso mais não, os coitados, ficam lá tudo paradim olhando pro sol.

Mas Ana tampouco prestava atenção nas palavras de sua amiga, continuou a ler apressadamente o restante dos comentários, um pior do que o outro.

- Ei. O que o povo tá falando agora? - a morena não deu atenção e continuou o que estava fazendo - Alô! Terra chamando tu. Não percebe que eu tô aqui morrendo de curiosidade, mulher.

- São só besteiras, a galera tem cada imaginação. - disse a morena olhando agora em direção aos olhos de Vitoria que se posicionou na cama ainda mais atenta - Coisas de fãs, Vi, tu ainda não se acostumou com o pessoal dizendo que a gente se pega? Olha só isso aqui. "Ainn eu tô é morta com essas duas namorando" leu Ana incrédula. - Tem mais, olha esse aqui. "Elas tentam disfarçar, mas não consegue. Essas sapinhas"

- Ué. Deixa o povo, criatura. - Apesar das leves pontadas no estômago, do suor em suas mãos e da sensação do medo, Vitoria fez o possível para não demonstrar sinal de espanto. Enquanto sua amiga agora parecia não se importar - Se eles acham isso então é porque damos motivos, sei lá, se bem que tu olha pra mim de um jeito tão fofo, Naclara.

- É o que Vitória? - disse Ana balançando a cabeça sorrindo, agora de olhos fechados. - Quer dizer que agora não posso mais olhar pra tu, é? - quando voltou a abrir seus olhos, Vitória estava ainda mais próxima a ela - Ninguém resiste a esses olhinhos, querida.

- Já pensou se do nada saísse um boato que a gente namora? - disse Vitória pensativa olhando pro nada como se tivesse imaginando a cena.

- Tá maluca? - interrompeu Ana - Só se fosse pra mãe me expulsar de casa, ou morrer dum infarte.

- Mas tu nem mora mais na casa dos teus pais, Naclara.

A mãe de Ana sempre foi aquele tipo de mãe que vigia a filha em tudo, uma coruja pra ser mais específica. E a mesma tinha costumes mais tradicionais, e, com certeza, não ia permitir sua filha em um relacionamento com a pessoa do mesmo sexo. Tanto é que ela detestava os comentários "maldosos" que a filha recebia constantemente em suas redes sociais.

- A gente tem que tomar cuidado com essas mídias, eles tem o dom de que tudo é verdade. Da onde que a gente se pega, mulher? Não que tu não seja linda, mas é porque tu é minha amiga e sei lá, ter esses pensamentos contigo não seria nada legal. E....

- Pois eu nem me preocuparia com isso não, se fosse da gente ter algum lance um dia eu faria isso acontecer. Tenho besteira não.

Foi nesse momento, nesse exato momento que as duas fixaram seus olhares. O estranho é que Ana parecia não ligar em está demonstrando alguma coisa naquele segundo, de fato foi a primeira vez em que Vitória teve a certeza que sua Naclara não a olhava como sua melhor amiga.

Havia mais coisas.

E quando Vitória ousou em descobrir, o celular de sua amiga toca provocando certa raiva em sua expressão.

"Fala bunito" disse Ana em ligação passando as mãos em seus cabelos. "Tô ocupada não, coração, pode falar". Vitória ficou apenas escutando sua amiga sendo carinhosa com alguém que ela talvez já imagine quem seja. "Tô aqui com meu grudin, a gente vai já passar as músicas. Tu acredita que vamos fazer duas sessões só hoje? Ta bom, encontro tu por lá, leva meu girassol. Beijos.

- Quem era, - perguntou Vitória - pra tu ser assim fofinha desse jeito, criatura?

- Modeus, tá com ciúmes tu é? Era o Alexandre, ele chamou a gente pra comer alguma coisa depois do show, e eu logicamente aceitei por nós duas. E nem venha, porque só vou se tu for.

Mesmo querendo demonstrar que não gostava muito ver Ana toda sorridente quando se tratava de Alex, um "amigo" falso muito próximo de ambas, teve que reagir fingindo que estava devidamente feliz com o convite.

- Mas é claro que eu vou com tu, criatura. Tu acha que vou te deixar sozinha com aquele doido? Ele deve bem ter gastado o que nem tem só pra vim aqui te ver. Mas num se preocupa que se depender de mim ele nem encosta em tu. - e foi bem forte o abraço que Ana deu em Vitória em surpresa. - Se bem que depois do show vai ser difícil guardar as energias pra sair e já imagino os fotógrafos inventando algo da gente.

- Grudin? - disse Ana tocando nos ombros de Vitória fazendo leves pressões com seus dedos sob a pele macia de sua amiga - Tu não se incomoda mesmo do que o pessoal possa vir falar de nós, em entrevistas, sei lá... - Vitória franziu o cenho não entendendo o que sua amiga queria insinuar - Tipo, tu sabe que minha mãe não costuma reagir bem a esses comentários e eu tenho um pouco de medo.

- Ei. - foi então que Ana sentiu as mãos de Vitoria entrelaçando as suas lentamente - É só boatos, mulher. Não precisa ficar toda nervosa com isso não, até porque tua mãe tem que entender que o povo tem boca, e logo eles falam o que quiser. - a cada palavra que Vitória soltava eram como se fosse uma terapia para Ana - Vamos aproveitar a vida, Naclara, porque é só uma e temos um show pra fazer cumbuquinha. Bora se abraçar, potim.

Quando Vitoria resolvia falar, era como se tudo fizesse sentindo. A beleza estava além de seu sorriso, a forma como ela tratava as pessoas deixava Ana ainda mais encantada por ter sua amizade que aos poucos só crescia.

- Tu tem cada palavra estranha Vitória, que depois vou fazer um dicionário juntando tudo o que tu fala. - as duas riram se encarando - Bom, mas bora cuidar porque eu tenho que ajeitar essa tragédia que tá meu rosto.

- Como se tu não fosse a coisa mais linda que eu vejo todas as manhãs.

Então não falaram mais nada, como sempre Vitória deixava Ana sem papas na língua. E como se já não bastasse os olhares que diversas vezes trocavam durante o dia, deixavam tudo ainda mais grandioso.

- Desse jeito eu me apaixono, menina. - disse Ana revelando um olhar tímido.

"E eu queria isso, tu nem sabe o quanto" pensou Vitória, ali bem caladinha em seu canto, teve que esconder algo que talvez não pudesse compartilhar por medo, pois não sabia o que exatamente estava sentindo. Era como se ela tivesse escolhido Ana Caetano bem antes de se conhecerem, e desde o primeiro contato que tiveram tudo parecia desenhado, e logo esse sentimento começou crescer aos poucos no coração radiante de Vitória. A mesma somente necessitava olhar para Ana, ter sua atenção e sentir sua presença junto a dela. Não precisava de mais nada, estava tudo ali, e de repente sentiu que algo em seu estômago vinha a transbordar.

Eram borboletas.


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Ei passarinhos, o que estão achando? Comentem e votem , pois logo logo to voltando.. :) bjs

When it's YouOnde histórias criam vida. Descubra agora