When it's You

22. "Te vi escapar das minhas mãos"

Oi trevos? Cap novinho e nem demorei tanto...

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Ana's POV

Minhas têmporas latejavam muito, eu sentia meu estômago embrulhar. Fiz menção de abrir os olhos e senti um gosto amargo na boca. A luz do sol estava forte. Deus ja é de manhã, pensei. Passei as mãos rapidamente pelo meu corpo e percebi que eu vestia apenas um sutiã e uma calcinha. Forcei novamente abrir os olhos e minha vista foi ganhando cores, apesar da grande tontura que eu continuava sentindo. Aos poucos o quarto foi ficando nítido, procurei Vitória por reflexo, mas a minha namorada não estava ali. Queria acordar desse pesadelo, porque agora eu conseguia com muita dificuldade lembrar das cenas na boate. Ouvi passos vindo da porta e meu coração palpitou por minutos, a esperança de ser minha Vitória.  Mas dei de cara com os olhos fundos de Letícia fixados em mim. Ela segurava uma bandeja de frutas e um copo de suco. Notei que eu estava na sua cama, e apenas coberta com um lençol fino. Eu queria poder tá errada sobre o que tinha acontecido, mas cada vez que eu forçava minha cabeça para lembrar de alguma coisa, eu falhava na tentativa. Senti nojo de mim por um segundo, senti raiva da pessoa a minha frente. Como que um ser humano é capaz de tal atrocidade? Fechei os olhos, tentando reprimir um grito de desespero e arrependimento por ter confiado nela. Meu olhar voltou para o rosto da mulher, eu não sabia o que falar, ou o que fazer diante a essa situação. Desejei não ter nascido naquele momento. Foi então que levantei da cama, procurando minhas roupas.

-- Você não vai encontrar. -- Escutei a voz sombria da Letícia, e minha vontade naquele segundo era de somente esganá-la. -- Você bebeu demais, Ana. Te trouxe um pouco de suco. É melhor...

-- Onde tá minha roupa, responde? -- Gritei derrubando a bandeja de frutas  que ela colocara a pouco na cabeceira da cama -- Onde tá a porra da minha roupa?

-- É melhor manter a calma, Ana Clara. Vê lá como fala comigo, senão...

-- Senão o que? -- perguntei indo em direção ao seu rosto -- Vai me matar? Vai tentar tirar minha roupa a força? Responde Letícia? O que merda tu vai fazer?

Tudo começou a girar ao meu redor. Talvez a dor de cabeça veio na hora errada. Eu só queria sair daquele quarto e correr prós braços de Vitória, e esquecer que um dia eu estive com Letícia.

-- Se você quiser sair daqui, Ana, pode sai. Eu já te usei mesmo, não se preocupe. Mas também tirei várias fotos do nosso momentinho de prazer. E estou disposta a mandar pra Vitória agora, se você falar um pouco mais alto comigo.

Sua boca se curvou em um sorriso, e senti algumas lágrimas descer no meu rosto. Eu não podia acreditar no que ela acabara de dizer. Nesse momento passei a culpar os meus atos, culpei o mundo, culpei a mim mesma por ter sido tão estúpida ao ponto de acreditar nas pessoas. 

-- O que você tá dizendo? -- Perguntei, na esperança que isso não passasse de uma ameaça falsa, e que Letícia não fosse tão cruel.

-- Fotos, Ana. -- a loira disse mostrando o seu celular. -- Aproveitei pra tirar umas fotos nossas enquanto você gemia loucamente por mim. Olha.. -- Olhei as fotos com um nojo tão grande. Queria que não fosse verdade, mas me enganei. Eu estava na imagem, estava com sutiã a mostra e abraçada junto a Letícia.

-- Como você teve coragem, Letícia? Eu acreditei em você... eu acreditei em você...

-- Eu só fiz o que meu coração queria, Ana Clara, e ele queria ter você. E eu não sou tão culpada assim não. Você bebeu junto comigo, você deitou na minha cama.  Eu não forcei nada.