Nada é impossível. -Deckerstar-

Doutora

Lúcifer POV's

Eu não estou conseguindo dormir. Tudo o que consigo fazer é me contorcer na cama imaginando o que a Detetive está pensando de mim neste momento. Se ela também está com dificuldade de dormir. Se ela ainda está assustada.

Decido não ir ao trabalho hoje. Ela com certeza não vai gostar de me ver.

Irei falar com a Doutora de tarde. Quero perguntar o que deveria fazer numa situação dessas. Meu estado não está me ajudando. Continuo igual a ontem.

Chego ao consultório. Percebo sua cara preocupada ao ver como estou. Ainda não tinha me recuperado da outra noite, meus olhos estavam vermelhos e inchados com profundas olheiras. Meu cabelo desarrumado e bagunçado, além de que eu não tinha me trocado desde a luta com o Pierce.

— Lucifer! — Assusta-se ao me ver — o que aconteceu? — Vem até mim e me conduz a me sentar no sofá

— Ela me viu... — Faz cara de confusa — a Chloe viu meu rosto de Diabo... — Sinto lágrimas escaparem de meus olhos.

— Então foi isso o que aconteceu... — Fala em tom baixo e para si mesma como se algo estivesse se esclarecendo — Lucifer... pelo que posso ver ela não reagiu bem... — Direciona-se a mim desta vez

— Ela apontou uma arma pra mim! A detetive estava morrendo de medo de mim! O que eu faço, doutora? — Pergunto quase que suplicando em desespero.

— Lucifer, você precisa relaxar, ela se assustou, mas é apenas o primeiro momento. Ela vai perceber que você continua sendo o mesmo, nada mudou e não terá razões para lhe temer.

— Mas e se ela não mudar de opinião? E se ela continuar com medo de mim? Ela nunca mais vai querer me ver. Ela estava nitidamente aterrorizada e apavorada! — Aumento minha voz ao me lembrar do momento que partiu meu coração.

— Lucifer, eu consigo imaginar o quão difícil deve ter sido para você... — A interrompo

— Não... Você não sabe! Nunca saberá! — Grito transtornado

— Acalme-se... Por favor. Tenha paciência com ela. Ninguém sabe como reagir em uma situação dessas. Tudo isso é novo para ela.

— A-ah... — Tento expressar algo mas não consigo, minha voz está sendo impedida de sair pelo pranto que está sendo segurado.

— Não tem problema chorar, Lucifer. Ninguém pode ser forte o tempo todo... Não estou aqui para julgá-lo. Quero te ajudar.

— Eu tenho medo... — Dou uma pausa — Medo dela não me querer mais. Medo de deixar a primeira lágrima cair e não conseguir parar... — Não resisto, é mais forte do que eu. O choro guardado está saindo. Se libertando. Levo minhas mãos ao meu rosto, cobrindo-o para evitar qualquer outro vexame.

— Deixe sair, não segure, você não precisa ter o que temer. Eu conheço a Chloe, ela vai te entender, dê um tempo para si e para ela, ambos precisam respirar, relaxar e perceber que tecnicamente nada mudou. Você ainda é você.

Me acalmo. Pergunto fazendo força para não voltar a chorar — vamos supor que a Detetive continue a me temer... Qual seria meu motivo para continuar com tudo isso?

— Isso o que?

— Quais seriam meus motivos para continuar a viver aqui na terra?

— Não pense assim, Lucifer! Ela entenderá.

— Eu teria que voltar para o inferno.

— Você já pensou em ir falar com ela? Conversar sobre o que aconteceu? Sobre vocês? Ambos são adultos e devem saber lidar com ocorridos complicados.