Capítulo 14 - Hesitação fatal

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#Voltamos!

#Boa leitura!

#ESTRELANDO: HENRICUS THOMAS GALDINO (18 anos)

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AO AMANHECER...

Após abrir os olhos, notei que ainda faltam cinco minutos para às seis. Pego o despertador e desprogramo o alarme. Sento-me na cama e, meio que por força do hábito, esfrego as mãos na minha cabeça bagunçando todos os meus fios de cabelo.

Descalço, caminho até a geladeira, pego uma garrafa qualquer e um copo. Após saciar minha sede, ando até a janela principal do meu apartamento, abro-a e jogo as persianas de lado. Ainda está escuro, nada do sol. Essa época do ano por aqui é conhecida por ter noites mais longas do que os dias.

- O que irei fazer? - penso em voz alta.

Magno Bórgia quer que eu roube algo da minha irmã, Samantha Galdino. Conhecendo ambas as famílias, com certeza é algo de extrema importância para alguma negociação ou algo do tipo. Será algum documento? Algum arquivo confidencial que pode dar alguma vantagem aos Bórgias sobre os Galdinos? Mas que tipo de documento seria? Não, não deve ser um documento. Simples demais! É algum conteúdo mais delicado. Delicado o suficiente para a família Bórgia querer pôr as mãos e para a minha irmã guarda-lo pessoalmente.

De qualquer forma, e se isso prejudicar a minha família? Ou pior, a minha irmã? Estou pouco me fodendo para os negócios da família Galdino, mas tenho máxima preocupação para com alguns membros dela, inclusive, minha irmã.

E se eu recusar, darei motivo para os Bórgias meterem o nariz na minha vida pessoal. E não iria demorar muito para descobrirem a minha verdadeira identidade; uma vez que eles descubram, meu pai ficará ciente em questão de tempo. Minha vida se tornará ainda mais sufocante que antes. Sem contar que os pontos seriam ligados e ele descobriria o envolvimento do meu tio Nicolas no meu "sequestro". Não consigo imaginar o quão catastrófico isso seria, um embate sem precedentes.

- Terei que fazê-lo - suspiro. - Terei que roubar da minha irmã.

Escuto a porta ranger.

A porta não tinha esse barulho antes, eu fiz com que tivesse. Andrés é sorrateiro e silencioso, cansei de tomar sustos dele entrando sem ser notado. O ranger da porta pode ser para as pessoas apenas um detalhe causado pelo desgaste, mas, na verdade, é um sinal de alerta para mim.

Felipe, um velho amigo do meu pai, me ensinou alguns truques de como montar esquemas de segurança sem constranger os visitantes.

- Bom dia, Andrés - falo sem virar as costas para vê-lo.

- Como sabia que era eu?

- Seu perfume.

Na verdade, o modo macio que ele abriu a porta o denunciou. Mesmo ajustada para ranger, ela rangeu o mínimo possível. Andrés consegue minimizar o maior dos barulhos.

Menos quando está dando o cu. Nesse caso, ele é escancaradamente barulhento.

- Que excitante saber que você decora o meu aroma - ele comenta enquanto encosta a porta. - Então, olhando para a janela da Emily novamente?

- Nem irei mais lhe responder sobre isso - afasto-me da janela.

- Tão fofo o modo como você fica quando o assunto é ela - ele insiste.

- Eu já... - minha fala foi interrompida pelo barulho de latas atravessando a janela e caindo no chão da sala. Muita fumaça saindo delas.

Em seguida, ouço um barulho da porta sendo arrombada.

O que diabos?!

- Andrés, não respire essa fumaça! - Grito.

A visibilidade se torna muito baixa, só consigo enxergar uns vultos entrando com agressividade no meu apartamento através da janela e da porta. Quando tento correr na direção onde está o Andrés, o fio de uma lâmina passa na frente do meu rosto. Consegui desviar por pouco.

Quase sem equilíbrio, dou uns passos para trás. O atacante volta a desferir outro golpe, consigo evita-lo novamente por um trisco. Isso é uma katana?

Meus passos para trás me fazem bater com as costas na parede. A figura na minha frente desfere um outro golpe, dessa vez, na horizontal. Não tenho como desviar desse, não posso andar para trás e não há tempo para baixar. Irá fatiar o meu peito.

Já que não posso ir para trás, que seja para frente.

Dou um passo na direção do meu agressor, encurtando a distância entre nós, seu golpe perde a eficiência. Fico tão próximo dele que percebo seu tipo de creme dental. Assustado, ele leva a mão na cintura, provavelmente para puxar uma faca menor, o que seria um problema para mim.

Antes que ele pudesse puxar a faca, subo minha mão com extrema velocidade lhe acertando o queixo. Percebendo seu desequilíbrio, aproveito e consigo tomar a katana de sua mão e inicio o contra-ataque.

Acerto um forte golpe usando a face não cortante na arma na lateral de sua cabeça. Mas antes que eu pudesse me sentir aliviado, mais duas sombras começaram a me atacar. Espadas se chocaram ferozmente, em alguns momentos, senti a carne dos meus braços ser riscada pelas lâminas afiadas.

Sem visibilidade favorável e com a respiração prejudicada, ambos por conta do gás, começo a ficar encurralado.

De repente, sinto uma picada forte na minha coxa esquerda. Um deles me acertou. No mesmo instante, uma onda de dor se espalha pelo meu corpo. Minha perna esquerda cede e fico meio ajoelhado. Quando a espada foi puxada, pude perceber o sangue jorrar.

Se ao menos eu pudesse enxergar com mais perfeição.

Não tenho escolha, preparo a espada no lado cortante. Eles querem me matar, terei que matá-los se eu quiser sair vivo daqui. E o Andrés? Tenho que ser rápido!

Quando preparei meu golpe fatal, já era tarde. Um golpe letal já vinha na minha direção. A minha hesitação provocara a minha morte.

Ciente do meu destino, meu corpo relaxou e baixei os olhos.

Ao baixar os olhos, puder perceber que a outra sombra havia sumido. Voltei a olhar para cima e vi o segundo sujeito ser puxado para dentro da fumaça. Sons nítidos de socos na cara soaram pelo apartamento.

A fumaça baixou e pude ver quando um quarto sujeito foi nocauteado pela mesma pessoa que me salvou.

- Eles insistem em sempre mandar apenas quatro - o sujeito comentou.

Estendi minha mão e puxei a toalha que estava sobre a mesa. Rasguei uma tira dela e amarrei-a firme na minha coxa. Preciso estancar o sangramento o quanto antes ou poderei até mesmo ser submetido à amputação.

- Que diabos! - Resmunguei enquanto apertava firme o nó na minha coxa.

Com assim "eles insistem"? Você os conhece?

- Então, está muito mal? - O sujeito se aproxima.

- Enfiaram uma katana na minha coxa - resmungo da pergunta. - O que tu achas, Andrés?

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#Próximo capítulo: quando este bater 70 votos.

GEMIDOS CALIENTESOnde histórias criam vida. Descubra agora