C R I S T I A N O
Meus olhos foram se abrindo lentamente e a ressaca foi mostrando teu poder. Cenas da noite anterior vinham em fragmentos em minha mente dolorida. Que noite do caralho foi essa!
Poderia ter sido só mais um dia normal de ressaca depois de uma festa de Júnio, se não fosse pelo ser que tava ao meu lado em minha cama. Vestindo a minha blusa favorita e com a bunda redonda e branca pra cima, Danton tava dormindo como um anjo com os seus cabelos loiro avermelhados. Eu não tava acreditando que eu realmente tinha feito aquilo. Passei a mão pelo rosto, descrente e indignado comigo mesmo.
Danton tinha um efeito em meu corpo que eu jamais tinha sentido por ninguém. Aquele garoto conseguia arrepiar cada pelinho do meu corpo grande. A sensação de ter ele nos meus braços, todo pequeno, delicado e macio, é foda pra caralho. Mas ninguém podia nem sonhar que isso tinha acontecido. Eu tinha a minha imagem naquele morro e ela tinha que ser respeitada. Se geral ficasse por dentro de que eu tava comendo viado, eu ia virar é chacota.
O dia já tinha amanhecido e o moleque tava ali dormindo. Era tão fofo ver ele daquele jeitinho e principalmente com a minha blusa. Danton começou a remexer e lentamente foi acordando. Ele abriu aqueles olhos azuis e um sorriso enorme, porém eu continuei sério.
- Bom dia! - disse ele. - Que noite hein?!
- Já passou da hora de você ir embora. - disse e ele ficou sério na hora. Eu segurei as suas bochechas com força e ele estremeceu. - Se contar para alguém o que rolou aqui, tu tá morto.
- Tá tudo bem. Eu não vou contar. - disse ele e eu não resisti. Colei nossas bocas e começamos um beijo intenso ali.
Eu soltei dos lábios de Danton, com muita dificuldade e sai da cama, deixando claro pra ele que quando eu voltasse, não queria mais o ver ali. Meu coração ficou apertado quando disse essas palavras, mas era necessário. Eu era o Cris, amigo do Júnio, um dos caras mais importantes do Morro da Roseira. Ninguém podia nem sonhar com aquilo que aconteceu.
Fui para o banheiro, tomei um banho demorado de água fria e quando voltei para o meu quarto, não encontrei mais Danton. Senti um vazio não só no meu peito, mas também na minha casa. Agora pra onde eu olhava eu sentia a presença dele e a sensação de invadir aquele corpo pequeno voltava ao meu corpo e eu me arrepiava todo.
Encima da cama tava uma camisa amarela pequena e esticada. O safado tinha ido embora com a minha camisa e deixado a sua. Fui chegando perto e peguei aquele pedaço de pano e levei até o rosto, respirando fundo e sentindo o cheiro daquele garoto que tava me tirando do sério como nenhuma mulher conseguiu.
Olhei para cama novamente e um sorriso tomou conta de mim. O filho da puta tinha escrito um bilhete em uma de suas sedas para baseado. Aquela caligrafia perfeita e redonda dizia: "Quando volto para te devolver a camisa?"
Fui tirado daquele transe quando meu celular tocou. Era Júnio e tinha dezenas de chamadas perdidas dele. Fui logo atender e o tom de voz dele me preocupou. Ele parecia abalado, mas sua pose de machão não deixava ele demonstrar claramente o que sentia.
- Aconteceu alguma coisa, mano. - perguntei logo que percebi.
- Cola aqui em casa. Aconteceu uma merda do caralho. - disse ele e eu logo tremi na base.
- Me fala logo o que tá rolando, caralho. - disse
- SÓ VEM PRA CÁ, PORRA. - gritou ele, desligando o telefone na hora.
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O Incrível Efeito de Uma Droga Chamada Danton (Romance Gay)
Romance[+18] Cris é um dos braços do chefe do tráfico em uma favela no Rio. É um cara bonito de 32 anos, que não tem dificuldade para levar uma mulher para a cama. Desde cedo teve que lutar para sobreviver, já que teve uma infância complicada devido ao víc...