C R I S T I A N O
Fichinha tava apontando seu fuzil pra Nallu e ela tava pálida. Eu conseguia ver o canivete dela tremendo em sua mão. Eu peguei meu revólver e empunhei ele pra caso precisasse. Júnio é bem indiscreto e pegou seu fuzil sem medo algum.
- Isso é jeito de recepcionar um velho amigo, Júnio? - perguntou Fichinha, pulando do caminhão.
Ele ficou rodando em volta da Nallu com a arma apontada pra ela. Eu sabia que ela tava com raiva, porque ela apertava o canivete muito forte e mordia o lábio inferior.
- O que tu tá fazendo aqui, Alessandro? - perguntou Júnio, chamando o Fichinha pelo nome.
- Eu sei de tudo que acontece nesse Rio de Janeiro, Júnio. Ai resolvi vir aqui conversar um pouco com você. - disse ele, se aproximando de mim e de Júnio. - Eu poderia matar vocês três aqui agora.
- Tu não seria covarde a esse ponto. - disse Júnio. - Tamo em menor número.
- Verdade. Não é hoje que eu vou te matar. - disse ele, abaixando o fuzil e indo em direção ao traficante de arma e dando dois tapinhas em seu ombro. - Aliás, muito obrigado, José. Eu precisava mesmo encontrar com esses três.
- Tranquilo, Fichinha. Agora já vou indo. - disse ele, tirando uma chave do bolso e indo em direção ao carro com seu comparsa. - Boa conversa pra vocês ai. É sempre muito bom fazer negócio com vocês.
- Vai se foder. - disse.
O filho da puta tava com uma cara irônica e foi saindo como se nada tivesse acontecendo. Ele pegou o Corsa preto e saiu cantando pneu.
Os policiais tava olhando para aquela cena sem poder fazer nada, mas também não tinham a coragem de sair dali, então só ficavam calados.
- Temos que resolver umas coisas. - disse Fichinha, voltando pra perto de mim e Júnio.
Fichinha era loiro e tinha o olho bem claro mas não era nem verde e nem azul. Ele era a clássica mistura de raça que deu bem certo. O cara é alto, forte e tem a pele morena, mas com os cabelos claros.
- Acho que não temos nada pra resolver. - disse Júnio. - Tamos em paz e sem nenhum conflito. Por enquanto.
- Tu matou a mulher que eu amo. - disse Fichinha, chegando a sua cara fechada bem próximo de Júnio.
- Se você tiver falando da Paloma, eu não matei ela. Mas se tiver falando de alguma outra vagabunda, eu não me lembro. - disse Júnio, estufando seu peito, mostrando que não tava com medo.
- Tô falando da Paloma sim. Não adianta tu fingir que não foi, porque ta na tua cara. Não aguentou perder, foi? Tava sempre acostumado ganhar de mim que quando tava indo perder a mulher, simplesmente matou ela.
- Alessandro, bota nessa tua cabeça, que só tem merda, que eu nao matei a Paloma. Eu amava aquela vagabunda e nunca toquei num fio de cabelo dela. - disse Júnio. - Mas você também tinha motivos pra matar ela. Ela começou a se envolver comigo depois de você. Se sentiu traído e matou ela? Jogou ela na minha porta pra me assustar?
- Tá fumando demais, cara. - disse Fichinha. - Eu sei que tá tendo uma caçada ao irmão dela e sei também que ele tá com você.
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O Incrível Efeito de Uma Droga Chamada Danton (Romance Gay)
Romansa[+18] Cris é um dos braços do chefe do tráfico em uma favela no Rio. É um cara bonito de 32 anos, que não tem dificuldade para levar uma mulher para a cama. Desde cedo teve que lutar para sobreviver, já que teve uma infância complicada devido ao víc...