Lá está você, escondendo-se num canto da própria mente, com o passado numa mão e sangue na outra. Você fita o horizonte, que, embora distante, parece perto e revelador: não há muito mais adiante.
Você esfrega as mãos e mistura o sangue com o passado, mais do que já estavam misturados. Vagarosamente, levanta-se, respira fundo e procura outro lugar para seguir. Mas não há. Só existe uma maneira de sair daqui. Só há uma escapatória, e ela não se parece com nenhuma que você antes chegou a imaginar.
Dói. Ficar em pé dói. Caminhar dói.
Olhar para a luz e ver o sinuoso caminho que leva até o alívio... Embora a luz te cegue e lágrimas desçam pelo seu rosto, você sabe que isso é bom.A escuridão terá fim, o presente será passado (para trás), não haverá sangue nas suas mãos. Apenas algumas lágrimas no seu rosto, que secarão com o tempo.
Você alcançou o horizonte. E esta linha divide o que você era do que você será: uma lembrança na mente de poucos.
E ela esvair-se-á.
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A Mor Te Que Ro
RandomUma seleção de textos que expressam diferentes sentimentos de forma crua, dolorida e verdadeira, utilizando metáforas para traduzir a excruciante dor de sermos o que somos.