Suor.
De tanto tentar, de tanto se esforçar. Em certos momentos, até chegou perto, mas não o suficiente para manter aquilo que tanto queria. Cansou. Mas continuou, pois ainda acreditava, embora soubesse que era em vão, tentando alcançar aquilo que tanto desejava.
Mas exauriu-se.
Lágrimas.
Após admitir a impossibilidade de concretizar seu sonho, nada mais fazia além de chorar. Chorava a todo momento. Mesmo quando não havia lágrimas descendo pelos seus olhos. Chorava internamente e ninguém via. Sofria em silêncio e expressava seu sofrimento em palavras que ninguém compreendia. Nem eram palavras complexas, eram palavras simples, unidas de forma singela, apenas com intuito de traduzir uma dor que, na verdade, não cabia em palavras. Por isso encontravam dificuldade em entender o que aquelas frases diziam. Seus olhos choravam lágrimas que molhavam o papel, enquanto seus dedos choravam palavras incompreensíveis por quem não sentia a mesma dor.
Sangue.
Foi encontrado o corpo embebido nele. O sangue que estava cansado de correr pelas veias de um corpo sem vida que ainda vivia estava, agora, evidenciando o fim daquela existência miserável. O coração havia cansado de bater e impeliu-o a acabar com o sofrimento de bater inutilmente. E assim acabou uma história que jamais deveria ter sido começada, pois nascer para não ter vida, que não nasça.
Ter coração para não amar (nem receber amor), que não tenha.
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A Mor Te Que Ro
DiversosUma seleção de textos que expressam diferentes sentimentos de forma crua, dolorida e verdadeira, utilizando metáforas para traduzir a excruciante dor de sermos o que somos.