capítulo 13

8 2 0
                                    

Ainda estou chorando em frente ao lago a quase uma hora, desde que cheguei aqui a chuva fica cada vez mais forte, parece que está refletindo o que estou sentindo, o lago que sempre está calmo, está agitado igual o meu espírito, o céu está sombrio igual minha cabeça, não se ver mais a lua, os trovões parecem falar o que eu não consigo, não consigo entender porque ela fez aquilo, no mesmo momento que as coisas começam a fazer sentido nada se encaixa, e mais uma vez eu estou aqui sozinha, chorando. Derrepente sinto uma mão tocando no meu ombro, me levanto no mesmo instante e olho para a pessoa, fico parada com um misto de surpresa e assustada, ele fica parado e levanta as mãos pra cima como em sinal de redenção.

- calma bela, sou eu Diogo eu só quero ajudar.
Ele realmente parecia querer ajudar, ele passava com um sorriso tranqüilizador, porém eu não sei se eu realmente posso confiar, o que acabou de acontecer veio como passou como um flash pela minha cabeça, eu não conseguia acreditar. eu resito um momento, e dessa vez ele olha para os lados deixando transparecer seu nervosismo, mas logo em seguida volta o olhar pra mim tentando novamente parecer calmo, mas no fundo eu sabia que ele estava cada vez mais nervoso.
- vem confie em mim, por favor!
Ele falou novamente continuo a resitar mas ao perceber que seu nervosismo está aumentando, resolvo aceitar sua ajuda, ele pega minha mão e minha mochila e sai correndo por dentro da floresta em direção a saída, ele corria para um lado e para o outro mas ele parecia mais perdido a cada passo que agente dava, resolvi puxar ele, afinal eu conhecia essa floresta com a palma da minha mão, no começo estava sendo um pouco difícil eu puxava ele pra um lado e ele me puxava para o outro.
- você não quer sair daqui Diogo?
Falo já ficando irritada, ele me olha e faz um sinal positivo com a cabeça como resposta.
- ótimo, então vem comigo, eu sei sair daqui.
Comecei a correr entre os galhos da árvore, vez ou outra quando um galho  arranhava ou prendia na roupa dele, eu escutava ele resmungando irritado, quando saímos da floresta, ele quase me arrastou. Quando percebi a direção que ele estava tomando, acabei que por impulso puxando seu braço fazendo-o parar e me olhar. Quando ele me olhou balancei a cabeça fazendo um sinal negativo, ele entendeu meu sinal e falou.
- calma, tá tudo bem, vou te levar para minha casa.
- não tá tudo bem.eu quero ir para o lugar mais longe daqui.
Falei mostrando urgência na minha voz, eu realmente precisava ir para o lugar mais longe possível.
- eu já falei confia em mim.
Suspirei, e ele começa a me puxar novamente. passamos em frente a casa que a menos de uma hora eu morava lá dentro, lembrei da mulher que eu chamava de tia, e desviei os olhos da casa, e entrei na casa do Diogo. Ele subiu pelas escadas ainda segurando minha mão, chegamos em um quarto, ele soltou minha mão e começou a revirar as coisas, ia para outro cômodo da casa e eu ia seguindo ele, parecia está a procura de alguma coisa.
- o que você ta procurando?
- a chave!
- que chave?
- a do carro!
Tinha uma chave de um carro logo em cima de uma bancada ao meu lado peguei a chave.
- é essa?
Falei balançando a chave em frente ao seus olhos, ele bufa pega a chave e saímos para a garagem em direção ao carro.
Já faz uns dez minutos que estamos no carro nenhum de nós se atreve a quebrar o silêncio, estou olhando para fora da janela, agora estamos em uma estrada de terra rodeada de árvores, não consigo colocar minha cabeça no lugar, eu não consigo colocar ordem nessa bagunça toda, tá tudo confuso.
- no que você ta pensando?
Ele fala quebrando o silêncio que eu preferia manter.
- onde você tá me levando?
Respondi com uma pergunta que também estava rondando minha cabeça.
- é uma casa meio que isolada e aconchegante.
- meio?
Respondi com sacasmo na voz, enquanto virava a cabeça para olha-lo e aliás eu não estou entendendo o que ele quer dizer com meio.
-  Ela é única em um certo lugar, e só eu e minha família temos acesso a ela.
- hum. Por...
Ele me interrompeu antes que eu completasse a próxima pergunta.
- não se preocupe, eu sei que está confusa, prometo responder todas suas perguntas quando chegar a hora certa.
- sério?
Falei levantando a sobrancelha.
- sério, eu prometo!
Ele falou, dando um sorrisinho enquanto apontava com a cabeça a frente.

Menos Que NadaOnde histórias criam vida. Descubra agora