Oh My Fear

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As sombras que serpenteavam os cantos do meu quarto, elas voltaram.

Não me lembro a ultima vez que senti medo, na realidade em que vivo hoje, eu quase não sinto qualquer coisa, e eu achava que demoraria muito tempo ate meu subconsciente manisfestar alguma coisa. Achava.

Nesse momento estou a merce das sombras.

O medo era só um eco, algo que eu sentia pouquíssimas vezes, e a sensação ia embora tao rápido quanto vinha. Mas agora, nesse minuto, eu escondo meus pés embaixo das cobertas, como uma garotinha que acha que sua unica defesa é seu cobertor, e eu odeio admitir, mas estou com o mais puro e sujo e genuíno medo.

Ontem a noite eu vi algo passando na minha frente, sob a escuridão.

Ainda sinto suas garras frias em minhas pele, e me arrependo arduamente de todas as vezes que já me gabei por não sentir medo, era uma sensação gostosa, reconfortante, e eu não sei como cheguei naquele ponto, mas faria qualquer coisa para ter o mesmo controle de antes. Eu simplesmente não tinha medo, pensava e afirmava que o que tivesse que acontecer, aconteceria, então não me preocupava com o quão velha minha casa é, nem com todos livros de terror que já li e nem com os filmes e series de horror que já assisti, muito menos com a mansão que mais parece um castelo abandonado no começo da minha rua, o que tivesse que acontecer, aconteceria. fim.

Mas agora sinto que algo rachou dentro de mim. É uma sensação constante, meus pés e minhas mãos formigam tao intensamente que chega a arder, todos os pelos do meu corpo se eriçam em alerta, minha respiração esta pesada, lenta, minha garganta se fecha e sinto uma bolota descendo pelo espaço apertado, meu coração dispara tao rápido que mal consigo acreditar que ele não vá sair de dentro de mim, acho vou chorar enquanto meus músculos ficam rijos, então me encolho e meu corpo todo parece se contrair cada vez que penso ver algo com minha visão periférica.

Meu santuário nunca foi tao assustador quanto agora, com todas estas coisas estalando e todas essas sombras dançando ao meu redor.

Parece que meu corpo esta esperando por algo, como se eu estivesse a deriva em alto mar, com milhares de tubarões escondidos por entre as águas, nunca sei quando algum deles vai atacar, e isso me deixa apavorada, a água esta escura demais para conseguir enxergar qualquer coisa. o meu quarto também.

Eu me deito no canto do quarto, não mais no meio, como quando eu triunfava, agora eu detesto toda essa sensação, mas tenho medo de pensar alto demais e alguma coisa vir tirar satisfação. 

Amargas Poesias De Um Doce CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora