Por um segundo acredito que vou desmaiar. Nem sequer sinto mais meu corpo. Tranco minha respiração e meus olhos varrem toda a casa desesperadamente. Meus pés estão pregados no chão e meus sentidos estão alertas a qualquer barulho ou movimentação. Um questionamento não sai da minha cabeça: e se ele ainda estiver aqui?
Sinto-me nauseada e obrigo-me a fechar os olhos a fim de lidar com a situação com racionalidade, porque se dependesse da minha intuição, estaria gritando como uma louca e prestes a sair correndo da casa colocando fogo nela.
Decido que já é tempo para me mexer e procurar algo para me defender enquanto arrumo minhas coisas para ir para o mais longe que posso. Desloco-me até a cozinha, receosa de que alguém ou algo vá pular em cima de mim, e agarro uma faca que estava em uma das gavetas. Era apenas um talher de almoço, nem sequer uma faca de carne. Parece que tudo estava conspirando contra mim.
Abro as portas pronta para atacar qualquer indivíduo, mas não há ninguém.
Começo a juntar minha tranqueira e jogo minhas roupas de qualquer jeito na mala, ignorando a voz da minha mãe e da minha vó brigando comigo por não as ter dobrado. Desculpa, mãe. Desculpa, vó. Mas é uma emergência. Pego meu celular, disposta a telefonar para a polícia, porém, ao pressionar o botão principal, há uma sinalização que indica a falta de bateria. Solto um palavrão a jogo-o dentro de minha bolsa velha.
Levo os meus pertences para a sala e ao dirijo-me até o carro procurando por minhas chaves. Ao encontra-las, destranco-o e empilho minhas coisas no porta malas. Volto para a casa para trancar a porta e olho ao meu redor para certificar-me de que estou sozinha.
Abro a porta do meu carro e ao meu acomodar no banco, travo todas as trancas imediatamente. Ligo o carro, ativo o para-brisa para tirar ao menos uma camada de gordura, insetos e areia do vidro e dou a partida no carro. Piso no acelerador e:
Nada.
Eu nem sequer saio do lugar. Tento mais algumas vezes e meu coração já está palpitando como louco novamente.
"Merda. Merda. Merda. " Trovejo batendo no volante uma sequência de vezes e depois descanso minha testa nele. Fico nessa posição chorando baixinho por algum tempo até perceber que não vale a pena ficar ali parada lamentando-me.
Saio do carro e tranco a porta. Em poucos segundos descubro o que há de errado; dois pneus, do lado do motorista, estão furados. Aproximo-me de um deles ao perceber que há um corte profundo, provavelmente o que liberou todos o ar dali de dentro.
Endireito minhas costas e apoio minhas mão na cintura enquanto encaro o céu, perguntando a Deus o que fiz para merecer aquilo. A chuva molha meu rosto e acalmo-me aos poucos.
Após 30 minutos de caminhada, adentro um pequeno centro comercial. As construções são bastante antigas; a maioria dos edifícios tem menos de três andares e são constituídos de madeira e tijolinhos à vista. Assemelha-se àquelas cenas de faroeste. O chão é de terra e há poucas plantas ali. Os poucos carros que ali estão são bastante velhos e malcuidados, com múltiplos arranhões e amassados. Em frente as lojas algumas pessoas estão varrendo os tapetes de entrada, outros limpam vitrines ou estão sentados em cadeiras olhando as pessoas passarem na rua.
A maior parte da população parece ser formada por pessoas mais velhas. Seus semblantes demonstram cansaço e tensão. Entro em uma pequena farmácia para pedir informações. A pequena placa exibia "Drogaria S&W", o "W" está tão apagado que é quase impossível de distinguir que letra é.
O local é acabado, mas nas prateleiras estão acomodados uma grande quantidade de produtos, muitos deles importados e de muito boa qualidade. O homem careca de meia idade atrás do balcão veste um jaleco branco, que possui uma mancha parte que cobre sua barriga. Aproximo-me dele e antes de apoiar suas mãos no balcão, empurra seu óculo no nariz com o dedo indicador.
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THE HOUSE - PT
Horor(ANTIGA "DEMON") - Fanfic Harry Styles Evangeline Evans, uma jovem pintora, decide passar suas féria de verão distante de tudo e todos que conhece, em uma pequena praia isolada a procura de inspiração para seus novos quadros. A data de sua próxima e...