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- O que são essas pintinhas em você? – ele perguntou apontando em minha direção

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- O que são essas pintinhas em você? – ele perguntou apontando em minha direção.

- Isso são sardas! – revirei os olhos. – E minha mãe diz que eu sou muito especial por tê-las.

- Elas te dão algum super poder? – ele perguntou.

- Minha mãe diz que o sol as deixa ainda mais bonitas e evidentes.

- Eu gostei delas. – ele diz. – Mas prefiro chamar de pintinhas. – ela completa e eu reviro os olhos.

Garotos...


Acordei com mais uma lembrança. Dessa vez, do início da nossa amizade, o surgimento do apelido pelo qual ele me chamou até a última vez que nos vimos. E hoje nos reencontraríamos. Não estava nem um pouco à vontade com isso, mas eu não poderia faltar, Yanna me mataria. Passei todo o dia funcionando no automático, já que minha mente estava um caos e somente pensava nele e no medo das coisas que eu sentiria ao vê-lo novamente. A mágoa já até esquecida, estava voltando a me consumir. Quando já era noite e eu estava pronta aguardando um Uber para me levar ao restaurante, eu era o nervosismo em pessoa.

Assim que cheguei, Yanna veio ao meu encontro e me abraçou. E fiquei agradecida por isso, porque eu realmente precisava de algum apoio. Ela me sorriu, querendo me passar confiança e eu retribuí seu sorriso da melhor forma que pude. Olhei em volta e constatei que ele ainda não estava ali. Me sentei ao lado de Yanna e Bruno, cumprimentando as demais pessoas que já haviam chegado. Mais alguns minutos de conversa, até que enfim eu senti a mudança no ambiente. Olhei para o lado e lá vinha Rodrigo, caminhando em toda sua glória e perfeição. Eu havia acompanhado sua vida e seus trabalhos nos últimos anos, embora odiasse admitir isso. E era ainda mais notável vendo-o pessoalmente que os anos só fizeram bem à ele. O vi cumprimentar os antigos amigos e também as pessoas que ele ainda não conhecia, até que por fim seus olhos encontraram os meus.

Aquele par de olhos castanhos que agora eu percebia, ainda tinham o poder de me hipnotizar. Ele me lança um sorriso cauteloso, curvando lentamente o canto de sua boca. Aquela boca. Que me sussurrara tantas palavras doces. Mentiras. Me disse que ficaria pra sempre. E foi embora sem nunca me dizer uma palavra. Tento lembrar de respirar, mas é como se o ar tivesse sido sugado daquele lugar. É realmente ele aqui na minha frente. Uma versão mais velha do garoto que foi embora há tantos anos. Deu as costas a mim e ao que tínhamos, sem dizer nada. A pessoa que partiu meu coração em todos os sentidos imagináveis e roubou mais do que apenas a minha inocência quando foi embora. A dor que pensei ter superado há anos, me atinge como um canhão. Mas Deus me livre deixa-lo saber disso.

- Rodrigo. – é apenas o que consigo dizer. Mas já era um avanço, já que minha garganta estava completamente fechada.

- Pintinhas.

Uma Chance Para O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora