Prisão

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Adrien encontrou o controle da janela automática e não hesitou em apertar o botão que a abria. Mas, quando uma pequena fresta apareceu, fazendo o ar frio da rua entrar em seu quarto, ele ouviu um barulho de alarme e, logo em seguida, um material resistente cinza apareceu cobrindo o lado de fora da casa, impedindo sua saída. "O sistema de autodefesa!", pensou e se afastou da janela. Só conseguiria abri-la se desligasse o sistema. Mas… quem ligou e por quê? Só faziam isso quando a mansão corria algum perigo, como aconteceu no dia em que um akumatizado tentou invadir a casa com um exercito de hipnotizados. Antes que ele imaginasse algo, ouviu a porta do quarto se abrir.

— Você não achou que ia ser tão fácil, achou? — Disse Gabriel, com o tablet nas mãos, e o modelo permaneceu em silêncio, confuso. Quando percebeu o que estava acontecendo, não conseguiu acreditar.

— O que você… — Foi interrompido.

— Acho que não fui claro o bastante.

— Você acionou o sistema de segurança para me prender aqui? — O designer de moda não respondeu a pergunta, mas Adrien sabia que a resposta era positiva.

— Você está proibido de sair, entendeu? Isso inclui fugas pela janela. — O modelo respirou fundo, tentando se acalmar. Sua vontade era gritar tudo o que achava que o pai deveria ouvir, mas sabia que isso não resolveria nada. — Eu pensei que, depois da nossa conversa, você não sairia dessa casa tão cedo. Mas não precisei esperar nem quinze minutos para descobrir que uma janela se abriu. E adivinha qual era? A mesma que encontrei aberta quando você fugiu hoje mais cedo. — Adrien percebeu que o pai queria dizer mais alguma coisa, mas ele apenas suspirou e saiu do local em silêncio.

O modelo encarou a parede cinza que estava no lugar de sua janela, sentindo a raiva invadi-lo novamente.

— Ótimo! Agora, além de não poder ir ao colégio eu não posso sair de casa! — Ironizou, jogando-se na cama. Plagg, que tinha se escondido quando Gabriel chegou ao local, se aproximou do loiro.

— Espero que nenhum akumatizado apareça nesse tempo que você está na "prisão". — Falou o kwami, fazendo o garoto se preocupar.

— Caramba! Eu não tinha pensado nisso!

— Relaxa, faz alguns dias que o Hawk Moth não manda vilões, ele deve estar tirando umas férias.

— Assim espero. — Disse e arrumou o travesseiro sob a cabeça. Não poderia sair de casa e sabia que não dava para resolver aquele problema com Marinette por mensagem. Então lembrou do desejo que teve há pouco tempo: dormir até o dia em que sua liberdade chegasse.

Mas, embora estivesse cansado, ele não conseguiu cair no sono rapidamente. Foi então que seu olhar voltou-se para os papéis no chão do quarto. O loiro respirou fundo e levantou, sabia que, ao deixar os poemas de Marinette ali, poderia correr o risco de alguém descobrir sobre a identidade secreta dos dois, já que, além de dizer que sabia o segredo dele em uma carta, a menina revelou que era Ladybug na outra.

Adrien pegou os papéis em formato de coração e iria colocá-los de volta na caixa, mas não conseguiu resistir ao desejo de ler novamente. Seus olhos percorreram aqueles versos que quase sabia de cor e, quando terminou a leitura, finalmente guardou as cartas de volta na caixa. Mas aquelas palavras não saíram de sua mente.

O primeiro poema enviado pela menina foi em um dia dos namorados, e, embora não estivesse assinado, ele tinha certeza que era dela por conta da caligrafia. Aqueles versos eram uma resposta para o poema que ele mesmo tinha escrito para Ladybug na escola e jogado fora. Lembrou do dia em que recebeu o cartão, quando, em meio a diversas declarações de fãs, Plagg escolheu a de Marinette. Naquele dia, quando terminou de ler, o kwami afirmou que alguém com a escrita tão melosa e enjoativa quanto a dele deveria ser sua alma gêmea. O garoto sorriu ao perceber que, se a azulada fosse mesmo Ladybug, Plagg poderia ter dito aquilo de propósito. E, se a carta estivesse assinada, Adrien com certeza concluiria que o kwami a escolheu propositalmente também.

Depois Daquele AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora